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16/07/2020 às 15h42min - Atualizada em 16/07/2020 às 15h42min

Cerca de 2 mil empresas fecharam nos últimos meses em Uberlândia, estima CDL

Segmentos de eventos, restaurantes e lojas em shoppings são os mais afetados pela pandemia

BRUNA MERLIN
Proprietária das lojas Sturiny Modas pretende fechar por definitivo duas das três unidades | Foto: Arquivo Pessoal

O Dia do Comerciante é celebrado nesta quinta-feira (16) em todo o Brasil. Mas, devido à pandemia do novo coronavírus que está impactando diretamente o setor, os motivos para uma comemoração são pequenos ou quase nulos já que muitas empresas estão decretando falência e fechando as portas.

Embora ainda não haja números oficiais, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Uberlândia estima que cerca de 2 mil empresas já fecharam na cidade desde o início da pandemia. Segundo o presidente da associação, Cícero Heraldo Novaes, esse quantitativo já se tornou preocupante e pode aumentar cada vez mais, caso a situação não melhore.

“Muitos empresários fecharam as portas porque não conseguiam mais sustentar as despesas nessa situação, mas eles pretendem voltar às atividades assim que a situação melhorar. Sendo assim, eles ainda não cancelaram o CNPJ, portanto o número ainda não é considerado oficial, mas é uma estimativa da CDL em relação às pesquisas que realizamos”, explicou.

Ainda de acordo com a CDL, em decorrência do fechamento de estabelecimentos, aproximadamente 8 mil pessoas ficaram desempregadas no município. Os nichos que mais foram afetados pela crise econômica são empresas de eventos, restaurantes e lojas nos shoppings que contabilizam uma grande despesa.

Marcelo Cruz Rezende é proprietário da papelaria Spiral que conta com duas unidades instaladas no Center Shopping e Uberlândia Shopping. Ele conta que as lojas registraram uma queda de 85% no faturamento desde o mês de março, quando foi decretado o isolamento social na cidade.

Atualmente, a Spiral realiza vendas através de delivery, drive-thru e e-commerce, mas as alternativas ainda não são o suficiente para recuperar a renda perdida. “Os lojistas dos shoppings precisam do fluxo de pessoas para sobreviver. Não está sendo fácil passar por isso, mas continuo tentando até quando for possível”, ressaltou.

Para tentar aliviar as despesas, Marcelo inscreveu os nove funcionários do programa do Governo Federal que ajuda custear parte dos salários e reduz a carga de expediente. Além disso, o proprietário está utilizando as redes sociais para divulgar seu serviço e conquistar mais clientes.
 
SEM SAÍDA
A Terezinha Esturino Carvalho, dona das lojas Sturiny Modas, localizadas nos bairros Roosevelt, Pacaembu e Tibery, se encontra em um beco sem saída e já pensa em fechar definitivamente pelo menos duas das três unidades. “Durante esses quase cinco meses sem atendimento presencial, eu tive mais de 50% de perda no faturamento. A situação toda está muito triste”, lamentou.

Após 30 anos trabalhando com vendas presenciais nas lojas físicas, a empresária pretende inovar e migrar para o mundo virtual para continuar as vendas até o fim do novo. De acordo com ela, os investimentos já estão sendo colocados no papel para que a readaptação seja feita o mais rápido possível.

“Infelizmente, não irei conseguir continuar com as três lojas, sendo assim, pretendo levar o serviço para a internet. É uma alternativa que encontrei para continuar com pelo menos uma unidade. Espero que tudo dê certo”, concluiu Terezinha.
 
FUTURO
A preocupação com o futuro se tornou algo constante para os empresários e a possibilidade de uma melhora para o setor ainda é considerada distante. Segundo Cícero Heraldo Novaes, presidente da CDL, não há uma expectativa de que a crise abandone o setor comercial nos próximos meses. “Hoje eu vejo o comerciante sem tranquilidade e frustrado com o Estado. Infelizmente, a preocupação continuará persistindo por um bom tempo”, destacou.

Cícero orienta que, enquanto as coisas não voltem para o eixo, os comerciantes podem inovar e buscar ajuda do mundo virtual para continuar alcançando clientes. Além disso, pedem que os decretos de segurança para evitar a proliferação sejam respeitados para que a situação seja controlada o mais rápido possível.

Os empresários Terezinha e Marcelo se mantêm esperançosos mesmo que não haja indícios de melhoras. Eles acreditam que esse momento ruim irá passar e, enquanto isso não acontece, a melhor alternativa é fazer o possível para continuar com a empresa aberta.

“Sabemos que esse ano já está perdido, mas não podemos desistir. Temos que continuar tentando até esgotar todas as possibilidades de vendas. Não é um processo fácil, mas vai passar”, finalizou o dono da papelaria Spiral.

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