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14/07/2020 às 11h26min - Atualizada em 14/07/2020 às 11h26min

Médico de Uberlândia faz alerta sobre possibilidade de reinfecção do coronavírus

Professor da UFU diz que probabilidade existe, mas é pequena; pessoas que já foram contaminadas devem continuar respeitando medidas de proteção

BRUNA MERLIN
Com informações da Folhapress
A Covid-19 e as consequências que ela traz ainda são motivos de muitas dúvidas para a população. Recentemente, a morte de um jovem de 22 anos, na cidade de Itatiaiuçu na região central de Minas Gerais, gerou um alerta sobre a possibilidade da reinfecção do coronavírus já que a vítima testou duas vezes positivo para a doença. O fato ascendeu novos questionamentos e preocupações entre os cidadãos e a classe científica. 

Em entrevista ao Diário de Uberlândia, o cardiologista e professor de clínica médica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), João Lucas O’Connel, informou que a possibilidade de reinfecção do vírus não é descartada, sendo assim, pessoas que já foram contaminadas podem vir a ser infectadas novamente.

“A probabilidade é pequena, mas existe. Até o momento, foram registrados pouquíssimos casos no mundo, mas isso não significa que as pessoas não estejam sujeitas a contrair a doença novamente”, destacou.

O’Connel explica que a maioria dos indivíduos que foram contaminados gerou anticorpos que previnem a reinfecção. Segundo ele, essas pessoas podem criar a imunidade celular ou a imunidade humoral. 

A primeira é quando as próprias células do organismo reconhecem o vírus e o destrói sempre que ele entra em contato com o corpo. Já a segunda trata-se da formação de anticorpos, que são as substâncias que ajudam o sistema de defesa a combater o vírus. Neste caso, os anticorpos podem durar por certo período no corpo. 

 
“Já existem estudos que mostraram que depois de três meses da contaminação alguns indivíduos perdem a imunidade humoral, sendo assim, ficam expostas novamente à infecção do vírus. Além disso, alguns raros indivíduos podem não produzir as duas imunidades o que aumentam as chances de contrair o vírus de novo”, complementou o médico.

CASO ITATIAIUÇU 
O jovem de 22 anos era técnico de enfermagem e morreu no dia 6 de julho em Itatiaiuçu, na região central de Minas Gerais. O rapaz havia testado positivo para Covid-19 no mês de abril e foi isolado com sintomas leves. Após o isolamento, em maio ele passou por um novo teste que deu negativo.

Em junho, o jovem foi internado em um hospital de Itaúna com sintomas graves da doença. Ele não resistiu e veio a óbito. A vítima passou por novos exames e novamente testou positivo para a enfermidade.

O caso foi enviado à Organização Mundial da Saúde (OMS) que não descarta o risco de uma pessoa ter a doença mais de uma vez. Na época, a organização informou que ainda não existia evidências de que as pessoas que se recuperaram da Covid, e tenham anticorpos, estejam protegidas contra uma segunda infecção. Disse também que é esperado que a maioria dos infectados desenvolva uma resposta de defesa que forneça algum nível de proteção, mas ainda não se sabe qual o nível de proteção e quanto tempo ela pode durar no organismo.

CUIDADOS
O alerta sobre a possibilidade de reinfecção do coronavírus reforça que os cuidados não devem ser deixados de lado por aquelas pessoas que já foram contaminadas. As medidas de isolamento social e a utilização de máscaras e álcool em gel devem continuar sendo respeitadas. 

“Não é porque a incidência é baixa que os indivíduos que já se infectaram e se curaram podem se descuidar. As medidas preventivas devem ser respeitadas para evitar o risco de uma nova contaminação”, destacou o cardiologista João Lucas O’Connel.

O profissional também explica que, mesmo que a pessoa não seja contaminada de novo, ela está sujeita a entrar novamente em contato com o vírus através do nariz, garganta e pele, e transmiti-lo para outros indivíduos. 

“Essa pessoa que não se infecta por uma segunda vez pode transmitir o vírus através de objetos, espirros ou tosses. Com isso, os cuidados de higiene e proteção devem continuar sendo levados a sério mesmo que a pessoa já tenha se curado da doença”, finalizou. 



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