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16/06/2020 às 12h02min - Atualizada em 16/06/2020 às 12h02min

Passageiro denuncia aplicativo após sofrer lesão corporal e injúria racial em Uberlândia

Rapaz relata que foi xingado de "preto vagabundo" e quase atropelado no último fim de semana; 99 POP diz que já bloqueou motorista

BRUNA MERLIN

O autônomo Freddy Pfeifer Júnior, de 24 anos, entrará com um processo judicial contra o aplicativo de transporte 99POP depois de ter sofrido lesão corporal e injúria racial por parte de um motorista cadastrado na empresa. Segundo o relato da vítima, que registrou Boletim de Ocorrência na Polícia Militar (PM) no último domingo (14), o condutor praticou atos agressivos e utilizou palavras racistas após a finalização de uma corrida.


O passageiro contou que ele e a namorada solicitaram a corrida pelo aplicativo na noite de sábado. O trajeto era do bairro Dona Zulmira até o bairro Martins e o valor pelo serviço teria ficado em cerca de R$ 7.
 

Ao chegar ao destino, o casal desceu do veículo e informou que iria até a residência para pegar o dinheiro. Freddy entregou uma nota de R$ 50 ao motorista e, em seguida, começou a ser xingado pelo autor, que também se recusou a devolver o troco. 

 

“Ele começou a me xingar de ‘preto vagabundo’ e utilizou outras expressões racistas. Eu estava com a bolsa da minha namorada no ombro e ele tentou tirá-la de mim”, detalhou.

 

Ao Diário, o jovem contou ainda que, instantes depois, o motorista acelerou o carro e tentou atropelá-lo. Devido à manobra brusca, Freddy caiu no chão e chegou a quebrar a clavícula. Ele recebeu atendimento médico na Unidade de Atendimento Integrado (UAI) do bairro Roosevelt e precisará passar por uma cirurgia que está agendada para esta quarta-feira (17).

 

A vítima não conseguiu identificar o motorista e ainda ficou sem o aparelho celular. “Durante a confusão acabei esquecendo meu celular dentro do carro e até o momento não o consegui de volta”, complementou.

 

Durante o registro do boletim de ocorrência, o rapaz chegou a solicitar à 99POP os dados do motorista e placas do veículo, mas, segundo ele, a empresa se recusou a passar as informações. O advogado da vítima também tentou entrar em contato com o setor jurídico da organização, mas não obteve sucesso. Por isso, ele informou que irá recorrer à Justiça contra a empresa para reparar os danos sofridos.

 

O Diário de Uberlândia procurou a 99POP que, por meio de nota, informou que lamenta o ocorrido e mobilizou uma equipe para prestar suporte necessário à vítima. Ressaltou que a empresa tem uma política de tolerância zero para qualquer tipo de discriminação ou violência e assim que tomou conhecimento do caso, bloqueou preventivamente o motorista da plataforma.

"O app está disponível para colaborar com as investigações da polícia. Em seus Termos de Uso, a empresa esclarece que todos os motoristas devem tratar passageiros com boa fé, profissionalismo e respeito. Por isso, investe continuamente em educação para prevenir esse tipo de situação.
  A 99 realiza periodicamente campanhas educativas para orientar motoristas parceiros a terem uma postura de respeito e gentileza com todos. Além disso, disponibiliza uma plataforma digital de cursos para 100% dos motoristas com foco em diversidade e cidadania sobre o combate ao racismo, que pode ser acessado pelo celular do condutor", diz a empresa em trecho da nota. 




















 

 











 

 
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