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22/05/2020 às 12h46min - Atualizada em 22/05/2020 às 12h46min

Base do governo fica à frente da CPI do Transporte Público

Vereador Tunico será o presidente da comissão e Magoo o relator; nomes foram definidos nesta manhã (22) na Câmara de Uberlândia

SÍLVIO AZEVEDO
Reunião para definir presidente e relator da CPI foi marcada por troca de farpas em Uberlândia | Foto: Sílvio Azevedo
Os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar possíveis irregularidades na prestação do serviço do transporte público elegeram os membros que farão o direcionamento dos trabalhos, com Tunico (PL) presidente e Magoo (PSDB) relator.

“Não há nada que vamos deixar de analisar. Quem tiver que ser chamado, será chamado, independente de quem seja. Uma coisa pode ter certeza. A CPI será de suma importância para mostrar que a administração municipal não tem compromisso com o erro. Muito dos fatos levantados, inclusive que levaram ao pedido de instauração da CPI, foram causados na gestão anterior”, disse Tunico.

Segundo Magoo, o fato de a oposição não ter procurado os vereadores de situação para discutir o pedido de abertura da CPI foi fundamental para que eles não tivessem nenhum cargo dentro da comissão.

“A oposição queria acordo, consenso sobre a distribuição dos cargos, só que no nascedouro da CPI, ninguém da situação foi chamado para assinar. Passou-se a situação para a população que a bancada do governo seria contra. Muito pelo contrário. É a primeira interessada em resolver e esclarecer a situação”.

Questionado sobre a postura a frente dos trabalhos, Magoo disse que atuará de forma independente. “Com um detalhe. Sou nascido em Uberlândia e conheço o início do transporte coletivo, no início dos anos 60 e essa polêmica sobre a qualidade do transporte reina há 40 anos. É a grande oportunidade, independente de governo a, b ou c, de explicar à população o que acontece e porque os custos são esses”.

Apesar de o pedido de abertura da CPI ter partido da base de oposição, ela não conseguiu nenhum cargo, ficando apenas com seus dois membros participantes, Adriano Zago (PDT) e Thiago Fernandes, autor do requerimento do pedido de abertura.

“Pela prática que temos na Câmara, esperamos que haja transparência e rigor da lei em cima do que for tratado dentro da comissão. Esperávamos bom senso dos demais membros da comissão para que fossem repartidos os cargos, mas infelizmente não foi possível e o nosso compromisso continua sendo o mesmo”, disse Zago, que afirmou ainda ser necessário abrir a caixa-preta do transporte coletivo em Uberlândia, que têm problemas herdados de gestões passadas e que devem ser investigados em prol da população.

Outro membro de oposição, Thiago Fernandes informou que espera que o presidente conduza os trabalhos de forma democrática da forma como informou e que o secretário de trânsito e transporte, servidores que assinam e fazem pagamentos serão convocados para prestar esclarecimentos, além de não descartar a convocação do prefeito, Odelmo Leão (PP).

“Nós fizemos nossos requerimentos e esperamos que de fato não tenhamos nenhum prejuízo. Segundo ficou registrado em ata, o presidente disse que nenhum pedido será negado e que os depoimentos serão arrolados. Assim esperamos, pois sabemos que importantes pessoas que envolvem a administração pública, desse e de outros mandatos, serão convocadas para prestar depoimentos e provas documentais produzidas”.

DEBATE
A reunião foi marcada por uma troca de farpas entre vereadores da situação e oposição.

Quando a situação apresentou o nome de Tunico para a presidência, o autor do pedido de abertura da CPI, Thiago Fernandes (PSL) afirmou que o vereador teria sido citado na delação do dono de uma gráfica como sendo o assessor que buscaria dinheiro de propina em nome do cassado Hélio Ferraz "Baiano" (PSDB).

“Queremos combater os desvios, que vamos apurar se existiram, trazer transparência sobre o transporte público. Agora, trazer à presidência um vereador citado que iria buscar recursos, supostamente desviados em notas fiscais frias nos causa desconforto”, disse Thiago.

Em resposta ao colega, Tunico disse que tem a consciência tranquila e que não fez nada de errado enquanto foi assessor parlamentar e que a última vez em que esteve na gráfica foi em 2014.

“É normal a oposição questionar. Quero deixar bem claro que estou tranquilo. Eu convidaria vocês da imprensa para ir até a gráfica para que o proprietário confirme o que estou falando. Liguei pra ele ontem e ele me confirmou que não disse isso. Nunca busquei nem material do Baiano lá”.

O Diário de Uberlândia entrou em contato com o promotor Daniel Marotta Martinez, ex-coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que informou que a citação do nome de Tunico será investigada, mas não há denúncia formal.

Antes do fim dos trabalhos, a comissão marcou a próxima reunião, que acontecerá na terça-feira (26), às 14h.



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