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08/05/2020 às 16h15min - Atualizada em 08/05/2020 às 18h17min

​Município vai liberar aporte para ajudar empresas de ônibus durante pandemia

Trabalhadores tiveram pagamento parcelado e paralisaram as atividades nesta sexta (8); reunião discute o subsídio e impasses do setor em Uberlândia

CAROLINE ALEIXO
Funcionários paralisaram temporariamente nesta sexta-feira (8) após parcelamento de salário | Foto: Sinttrurb/Divulgação
O prefeito Odelmo Leão informou nas redes sociais, na tarde desta sexta-feira (8), que vai dar aporte financeiro às empresas do transporte urbano de Uberlândia. Afetadas pela pandemia, as concessionárias enfrentam dificuldades para manter a frota em circulação e honrar com a folha de pagamento dos trabalhadores, que começou a ser parcelada por uma das empresas.

Na publicação, o chefe do Executivo não informa de quanto seria o repasse e a forma que se daria. Mas adianta que o assunto está sendo estudado junto à Procuradoria-Geral e as secretarias municipais de Finanças e Trânsito e Transportes. “Estamos estudando uma forma de dar um aporte financeiro às empresas de transporte coletivo, que não podem parar”, escreveu.

O assunto e outros impasses do transporte coletivo da cidade também estão sendo tratados em reunião, na sede do Ministério Público Estadual (MPE), nesta tarde (8). A reportagem procurou o sindicato patronal do setor para se manifestar sobre o eventual auxílio e não houve resposta até o início da noite. 

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de Uberlândia (Sinttrurb), Marcio Dulio de Oliveira, disse ao Diário que soube sobre o apoio financeiro e que a conversa é de que o dinheiro seria transferido ainda no início da próxima semana. Contudo, não saberia dizer se seria utilizado para pagamento das folhas e a forma como se daria, já que a Prefeitura tem uma dívida antiga contraída com as empresas em razão da gratuidade do transporte.

SEM RESPOSTA

O Diário de Uberlândia procurou o Município para saber mais detalhes sobre o projeto de lei como valores e previsão para ser feito o repasse, mas a Prefeitura não passou quarquer informação a respeito.

Ao cobrar retorno para a demanda, no fim da tarde, a resposta foi apenas que o que havia de informação sobre o assunto estava nas redes sociais do prefeito. 
A proposta já foi até protocolada na Câmara Municipal e consta na pauta da próxima sessão, que ocorre na segunda-feira (11). Veja abaixo o post. 
 

PARALISAÇÃO
Na madrugada e início da manhã de hoje, funcionários da empresa São Miguel paralisaram as atividades ao ter o pagamento de salário parcelado. A empresa Sorriso de Minas também havia sinalizado à categoria o parcelamento dos valores.

A São Miguel informou, segundo a categoria, que iria parcelar o valor em duas vezes e a Sorriso de Minas sinalizou em três. Ao constatarem o pagamento parcial, parte dos trabalhadores do transporte suspenderam as atividades, mas retomaram em seguida após a empresa informar que irá quitar o salário na próxima terça-feira (12).

Marcio Dulio explicou que as empresas aderiram à medida provisória que prevê a redução da jornada de trabalho e compensação salarial do governo federal, mas ainda assim tinham a intenção de parcelar a parte que cabia a elas pagar, cerca de 50% do salário-base.

“Por exemplo no caso dos motoristas, que receberiam R$ 1 mil e pouco, já houve uma antecipação do pagamento e restava cerca de R$ 400 a
R$ 500. Ontem, quando o pagamento foi depositado, caiu apenas uma parte desse restante que faltava”, disse o sindicalista.

O auxiliar de acabamento gráfico Samuel Reis Gomes, de 23 anos, é morador do bairro Minas Gerais e contou que ele e outros usuários do transporte tiveram problemas nesta manhã ao tentar utilizar o transporte para ir trabalhar, pois não sabiam da paralisação. Eles aguardavam a linha A234 da empresa São Miguel para seguirem até o Terminal Umuarama e, no entanto, o ônibus que faria a primeira volta não passou. 
 
“Alguns até desistiram de esperar. Eu também não esperei e tive que utilizar carro de aplicativo para chegar ao trabalho. Entendo os trabalhadores motoristas, as empresas têm que ter o discernimento com os seus contratados e agir de forma justa, para não prejudicar os trabalhadores que fazem as linhas e os usuários que dependem do transporte”, relatou. 

OUTRO LADO
Em relação ao ato de protesto, as empresas de transporte urbano de Uberlândia e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Triângulo Mineiro (Sindett) informaram, por nota, que prezam sempre pelo bom atendimento dos clientes, mas sofreram queda de 60% na arrecadação, o que impactou direto na folha de pagamento, benefícios e combustível.

“As empresas informam que foram surpreendidas pela ação que ocorreu no dia de hoje, mas que a intenção das mesmas é manter os empregos de seus colaboradores, apesar da crise, visando prestar um bom serviço para a população. As empresas do transporte coletivo público de Uberlândia reiteram que, nesse momento, contam com seus colaboradores para conseguirem, juntos, passar por esse momento de crise mundial”.

O setor ainda reforçou a importância da conscientização da população quanto aos cuidados que devem ser tomados pelos usuários do serviço, em razão da pandemia, como a utilização obrigatória da máscara individual.


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