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29/03/2020 às 08h01min - Atualizada em 29/03/2020 às 08h01min

Cuidados com os olhos devem ser redobrados durante disseminação do coronavírus

Oftalmologista de Uberlândia faz alerta e dá dicas de como cuidar do órgão e dos equipamentos que auxiliam na correção da visão

BRUNA MERLIN
Os olhos são considerados a parte mais sensível do nosso rosto e diante do surgimento e da rápida disseminação da Covid-19, é necessário dedicar maior atenção a eles para evitar o contágio do novo coronavírus e outras infecções. O alerta é feito pelo oftalmologista de Uberlândia Rodrigo Fernandes, que dá dicas sobre os cuidados com o órgão e equipamentos que auxiliam na correção da visão.

Além da boca e nariz, os olhos também são um canal de transmissão e aquisição de doenças e os processos ocorrem através de lágrimas. De acordo com a Academia Americana de Oftalmologia, pacientes contaminados por coronavírus por meio dos olhos podem apresentar conjuntivite e desconfortos respiratórios, o que é esperado porque o canal lacrimal é ligado às vias respiratórias. Outros sintomas são febre, tosse e falta de ar. 

“É por esse motivo que é tão importante não passar as mãos pelo rosto, especialmente se elas não estiverem limpas”, diz o oftalmologista.

Todos devem redobrar os cuidados diante de uma pandemia viral, mas as pessoas que utilizam equipamentos para corrigir alguma disfunção visual devem adotar mais medidas de higienização. Aos usuários de lentes de contato, a atenção deve ser triplicada. 

“Nunca, em hipótese nenhuma, coloque o dedo no olho ou na lente sem lavar as mãos com água e sabão. Além disso, o ideal é diminuir a frequência do uso das lentes porque elas naturalmente já deixam os olhos mais sensíveis. É muito importante também limpar o estojo de armazenamento das lentes todo os dias, com água e shampoo neutro”, detalhou Rodrigo.

O colírio deve se tornar um aliado dos adeptos às lentes. O produto pode ser utilizado ao longo do dia para manter os olhos úmidos. Além disso, é importante intensificar a limpeza das lentes com a solução específica para o material antes e depois de usá-las.

As pessoas que utilizam óculos também devem ficar atentas à limpeza frequente do objeto. “Eles podem ser contaminados com secreções de outras pessoas quando elas falam ou espirram. Por isso, lavar os óculos várias vezes ao dia, com água e shampoo ou detergente neutro, é fundamental”.

Por fim, o médico Rodrigo Fernandes orienta que por questões de saúde coletiva e falta de leitos em hospitais da cidade por causa da pandemia, a procura por um profissional deve ser feita somente se houver fortes sintomas de incômodo. “Olhos vermelhos, com constante lacrimação, coceira e sensação de corpo estranho são alguns motivos para procurar um médico oftalmologista”, explicou.

Oftalmologista Rodrigo Fernandes explica porque cuidados com os olhos devem ser triplicados | Foto: Arquivo Pessoal

CRIANÇAS
Escolas fechadas, aulas suspensas e crianças em casa aos cuidados dos pais. Apesar da situação da pandemia do coronavírus não ser nada favorável, ela se tornou uma ótima oportunidade para que os responsáveis orientem seus filhos sobre os cuidados com os olhos. 

A tarefa de monitorar os movimentos de uma criança é praticamente impossível, principalmente quando se trata de colocar a mão no rosto. Mas, de acordo com o médico Rodrigo Fernandes, existem alternativas para ensiná-las a se prevenirem.

A primeira e mais importante das orientações é conversar com os filhos sobre o que é o vírus e como ele pode ser adquirido ou disseminado. Além disso, é necessário explicar o que pode ser feito para prevenir a doença.

O oftalmologista ressalta também que os responsáveis devem dar exemplos e também praticarem as medidas de prevenção para que sirva de inspiração para as crianças. “Os filhos se espelham nos pais ou em pessoas que os rodeiam, sendo assim os responsáveis devem lavar as mãos e passar álcool em gel na frente deles para que aprendam e repitam o ato”, explicou. 

Exposição a celulares e computadores
Com a quarentena e a adaptação ao home office, o tempo de uso de dispositivos eletrônicos aumenta. Essa exposição em excesso, segundo o oftalmologista, pode levar à fadiga ocular que provoca sintomas como dor nos olhos, na cabeça, náusea, olhos cansados e vermelhos.

“Nossos olhos funcionam como um músculo. Se ficarmos muito tempo fazendo algum exercício em frente a computadores, celulares ou tablets, eles vão demonstrar cansaço. Além de causar dores e vermelhidão, o uso em excesso desses equipamentos pode alterar nossos hormônios do sono e causar o que chamamos de insônia”.

Para prevenir os incômodos causados pelos aparelhos digitais é importante deixar o ambiente o mais claro possível, aumentar o tamanho das letras dos dispositivos, ampliar a distância entre a tela e os olhos e diminuir o tempo de exposição aos eletrônicos na parte da noite e parar de usá-los entre uma e duas horas antes de dormir. 

“Também é importante ficar atento à quantidade de vezes que você pisca, porque quando estamos em frente às telas costumamos nos esquecer de fazer esse movimento, o que prejudica ainda mais a saúde ocular. Além disso, se você for usuário de óculos, não deixe de usá-los só porque está em casa. Eles também são uma forma de proteção”, finalizou o oftalmologista.











 
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