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20/03/2020 às 16h55min - Atualizada em 20/03/2020 às 17h35min

Michele Bretas renuncia ao cargo de vereadora em Uberlândia

Renúncia ocorre após acordo celebrado com o Gaeco por uso irregular da verba indenizatória

CAROLINE ALEIXO
Michele estava no final do segundo mandato como vereadora de Uberlândia | Foto: Divulgação
A vereadora Michele Bretas (Avante) renunciou ao cargo na tarde desta sexta-feira (20) ao celebrar acordo para não ser denunciada pelo Ministério Público Estadual (MPE) na operação Má Impressão. Ela era investigada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia pelo uso irregular da verba indenizatória e é a quinta parlamentar a renunciar ao mandato desde o início das investigações. 

Segundo o promotor de Justiça, Daniel Marotta Martinez, o acordo de não persecução penal segue os moldes dos demais que já foram celebrados na operação. Além da renúncia imediata, Michele fica proibida de ocupar qualquer cargo público, comissionado ou eletivo, pelo prazo de oito anos e terá que ressarcir os cofres da Câmara Municipal. No primeiro ano do atual mandato, os gastos com a verba foram mais de R$ 70 mil. 

“Ainda não constei os valores para ressarcimento no acordo porque nós levantamos os gastos dessa legislatura. Mas ainda falta analisar o que foi gasto antes com a verba”, explicou Marotta. 


As investigações apontaram que a gráfica contratada não comprou insumo suficiente para atender a demanda do gabinete da vereadora. O promotor explicou que foram adquiridos milhares de informativos em papel reciclável de 120g e não houve compra do papel suficiente por parte da empresa, especialmente no período da emissão das notas ideologicamente falsas. Outro problema foram os pagamentos feitos em dinheiro à gráfica por parte de um assessor de Michele, dificultando a comprovação dos gastos. 

O Diário procurou a vereadora para conversar sobre o assunto. Michele salientou que o pedido de renúncia foi escrito de próprio punho e que colocou nele tudo o que teria para falar. Na carta de renúncia ao presidente da Câmara, a vereadora reforçou que conseguiu comprovar com documentos que não se apropriou dos valores da verba e que sai de cabeça erguida. 

“Ao contrário do que outros vereadores fizeram ao serem cassados por esta casa de leis, eu saio hoje de cabeça erguida e com o sentimento de gratidão a cada servidor, a cada vereador e vereadora, vocês estão guardados nas minhas melhores lembranças, seja por amizade ou por aprendizado”, disse em trecho.


A vereadora ainda ressalta no documento sobre a perseguição política que vinha sofrendo e que espera respeito e paz aos filhos, ao marido e aos pais idosos. Por fim, reforçou que vai se dedicar à família e que não precisa de um mandato para defender as pessoas e praticar o bem como sempre o fez, "quem convive comigo no meu íntimo presencia isto através das minhas ações". 

O suplente de Michele pela coligação PSD/PSL é o candidato Guilherme do Econômico que obteve 1.443 votos nas últimas eleições municipais. 










 

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