Moradores da ocupação Fidel Castro fecharam a BR-050 nos dois sentidos, em frente ao Parque do Sabiá, na manhã desta quinta-feira (5). Segundo as informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a manifestação começou por volta das 11h e foi um protesto contra o assassinato de um homem durante a madrugada no bairro Jardim Ipanema, na zona leste de Uberlândia. Os protestantes chegaram a colocar fogo em pneus para interromper a passagem de veículos.
A PRF e a Polícia Militar (PM) se deslocaram até o local. Os policiais utilizaram armas de efeito moral para dispersar os manifestantes que ocupavam a BR. Após conversas, os manifestantes liberaram as vias por volta das 13h. O Corpo de Bombeiros também foi acionado para apagar o fogo e retirar os pneus queimados.
O caso envolvendo o homem assassinado aconteceu na avenida Rui de Castro Santos, próximo ao supermercado Bahamas. De acordo com o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), uma equipe da polícia fazia uma operação na ocupação quando avistou três indivíduos próximos a um matagal.
Ao se aproximarem dos suspeitos, os militares viram que um deles estava com um revólver. Na tentativa de abordá-los, os autores ignoraram a ordem dos militares e fugiram pelo matagal. A informação divulgada pela polícia é de que o suspeito apontou a arma para um dos policiais. Com isso, a equipe policial efetuou disparos contra ele e os demais autores.
Os suspeitos seguiram fugindo pelo matagal e a PM solicitou reforços para tentar conter os autores. Eles encontraram um dos autores deitado, escondido no mato. Pouco depois, localizaram o homem que havia apontado a arma para os policiais com um sangramento na região da cabeça e com um revólver ao lado.
Ele foi levado ao Pronto-Socorro da Universidade Federal de Uberlândia (PS-UFU), mas não resistiu aos ferimentos. A arma utilizada pelo suspeito estava com três cartuchos intactos. O outro autor foi preso e levado até a Delegacia de Plantão da Polícia Civil. Já o terceiro conseguiu fugir e até o fechamento da ocorrência não foi encontrado. A PM ainda encontrou no local da abordagem dois cabos de energia ligados a um poste da rede pública de energia.
O advogado da Pastoral da Terra e que acompanha o movimento social responsável pela ocupação, Igino Marcos, informou que a revolta é pela atitude autoritária da polícia. Segundo ele, o homem assassinado, que tem aproximadamente 40 anos de idade, estava fazendo manutenção em um poste de rede elétrica e começou a ser perseguido pela PM.
O advogado acredita que não havia necessidade de usar armas de efeito moral durante a manifestação. "Nós tentamos resolver a situação o mais rápido possível e nenhum protestante estava armado ou ameaçando as autoridades. Essa atitude poderia ter machucado alguém e não era necessária", comentou Igino.
O Diário procurou a assessoria do comando da PM para se manifestar sobre o caso que reforçou que o que ocorreu está descrito na sinopse da ocorrência enviada à imprensa.