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30/01/2020 às 08h16min - Atualizada em 30/01/2020 às 11h13min

Ex-funcionários da Unitri relatam não pagamento de acordos

Professores se reuniram no Ministério Público do Trabalho de Uberlândia; jornalistas que trabalharam em outras empresas do grupo alegaram o mesmo problema

BRUNA MERLIN
Profissionais foram ouvidos pelo procurador do Trabalho Eliaquim Queiroz | Foto: Bruna Merlin
Ex-professores e técnicos-administrativos do Centro Universitário do Triângulo (Unitri) se reuniram, novamente, na tarde desta quarta-feira (29), e reportaram ao Ministério Público do Trabalho (MPT) de Uberlândia novos problemas envolvendo o pagamento de rescisões das mais de 140 demissões que ocorreram em julho do ano passado. Jornalistas de outra empresa do grupo Universidade Salgado de Oliveira (Universo), também responsável pela Unitri, relataram a mesma situação.

Cerca de 20 profissionais foram ouvidos pelo procurador do Trabalho Eliaquim Queiroz. O objetivo foi expor situações com os pagamentos que deveriam ser cumpridos após o bloqueio, autorizado pela 2ª Vara do Trabalho de Uberlândia, em agosto do ano passado, de mais de R$ 10 milhões da empresa.

Segundo a advogada do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro Minas), Luciana Azevedo Moreira Brito, cerca de 80% dos funcionários da universidade receberam a rescisão à vista, mas não tiveram o direito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Já os profissionais que estavam há mais tempo na instituição, obtiveram acordos de que a dívida seria paga em quatro parcelas, sendo que a última seria uma multa de 40% sob o FGTS, mas que o combinado não foi cumprido.

“Tem pessoas que receberam somente a primeira ou a segunda parcela e outras que não receberam nem a primeira. Viemos aqui para solicitar outra estratégia porque ainda há muitos docentes e técnicos-administrativos que não receberam nada”, explicou Brito.

Durante a reunião, alguns professores relataram ao procurador que a situação começou a se repetir com os substitutos dos que foram demitidos. De acordo com eles, a empresa não está repassando férias e os salários estão irregulares.

Eliaquim discutiu com os profissionais e representantes as soluções para serem adotadas no caso. Um novo bloqueio de verbas da universidade e uma reunião com o Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) foram algumas das hipóteses apresentadas.

“Teremos que trabalhar com a pressão para que a empresa pague essas dívidas. Primeiramente é necessário que os sindicatos tragam os itens dessa nova denúncia para avaliarmos qual será a melhor medida cabível”, disse o procurador aos profissionais durante a reunião.

A advogada Luciana disse ao Diário que irá requerer uma aplicação de multa pelo descumprimento do acordo no processo para será entregue na próxima segunda-feira (3) ao MPT. “Esse documento será entregue para o juiz de primeira instância para que ele determine o pagamento imediato das rescisões e multas”, finalizou ela.

JORNALISTAS
Além dos ex-professores e técnicos-administrativos da Unitri, jornalistas que trabalharam em outra empresa do grupo Universo também disseram que estão enfrentando dificuldades para receberem as rescisões. Cerca de 20 profissionais foram demitidos em junho e agosto de 2019.

O jornalista Carlos Vilela contou à reportagem que tinha dois contratos com a empresa de Uberlândia, no qual atuou por cerca de 20 anos. Disse ainda que ao ser demitido a instituição ofereceu um acordo alegando que seria mais viável para o funcionário do que entrar na Justiça. O combinado era dividir a rescisão em 45 vezes, mas, segundo ele, a situação foi diferente.
“Já houve atrasos nessas parcelas. Além disso, a multa de 50% que é aplicada em cima do atraso também não é cumprida. Aos poucos eles vão deixando de pagar. Atrasa um mês, depois atrasa dois até chegar a situação de não repassarem mais”, comentou Vilela.

O Diário de Uberlândia entrou em contato com a Universo para solicitar um posicionamento sobre a situação relatada pelos profissionais e até a publicação desta matéria não obtivemos respostas.







 

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