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13/01/2020 às 09h32min - Atualizada em 13/01/2020 às 09h32min

Bairro Saraiva cresceu graças à boa localização e os trilhos da Mogiana

PUBLIEDITORIAL

O bairro Saraiva, na zona sul de Uberlândia, ficava na fazenda Campo Alegre, que no século 19 pertencia ao oficial da guarda nacional, o major Vigilato Pereira. As terras passaram para o genro dele, Waldemar de Freitas, casado com Olindina Pereira de Freitas, e depois foram adquiridas pelo português Joaquim Saraiva, que acabou dando nome ao bairro.

Recém-casado com a brasileira Emídia Cândida da Silva, Joaquim Saraiva tinha chegado há pouco tempo no Brasil e, com as economias que trouxe, comprou a fazenda e construiu a primeira casa do local, onde morou e teve 10 filhos. Na região, até hoje moram alguns descendentes.

Sérgio Saraiva, bisneto de Joaquim Saraiva, conta que, de acordo com os tios, o bisavô era um homem humilde que trabalhava em uma loja de construção. “Meus tios contaram que quando as pessoas se casavam, ou precisavam de um lugar para morar, pediam para o vô Joaquim um pedaço de terra e ele vendia em troca de valores simbólicos”, explica o bisneto.

Segundo o historiador Oscar Virgílio, na época, terreno era algo barato e, na maior parte das vezes, a revenda das áreas acontecia de forma irregular. Não foi diferente com a Vila Saraiva, que acabou se tornando, além do bairro Saraiva, parte do Lagoinha, Carajás, Pampulha e Vigilato Pereira.

A loteadora ITV Urbanismo, por exemplo, comprou 11 hectares das terras de Joaquim Saraiva, que depois deram origem a 21 quadras e formaram parte do Vigilato Pereira e do Lagoinha. O edital de loteamento foi publicado no jornal “O Repórter”, em 21 de dezembro de 1953. O bairro Saraiva, no começo, ficou conhecido como Vila Presidente Vargas.

Com a localização privilegiada, onde passavam os trilhos da Mogiana, logo aquele ponto da cidade se desenvolveu. Em 1945, a fazenda foi transformada em loteamento por várias empresas que compraram as glebas. Algumas partes foram vendidas pelo próprio Joaquim Saraiva e outras pelos herdeiros, depois que o patriarca morreu em 27 de setembro de 1953, aos 68 anos.

Na década de 60, o bairro foi nomeado Saraiva pelo prefeito José Antônio de Vasconcelos Costa, em homenagem ao português que começou essa história.

Vinte anos depois, surgiu a primeira Associação de Moradores, fundada pelo pedreiro Sebastião Marques dos Santos, já falecido, o que resultou na criação do Centro de Bairro Lagoinha. A entidade atendia também os bairros adjacentes, incluindo Santa Mônica, Pampulha, Santa Luzia e Lagoinha.

A organização era tão forte, que na época, três moradores foram eleitos vereadores e, com isso, o Saraiva ganhou duas escolas estaduais, pontos comerciais e posto de saúde.

Formado inicialmente por famílias de baixa renda, com casinhas simples e pedaços de terras sem registro, foi na gestão do prefeito Paulo Ferolla, em 1995, que o Saraiva foi regularizado. Hoje, o bairro abriga aproximadamente 10 mil pessoas.

*Esta publicação é de responsabilidade do anunciante e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.












 


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