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12/11/2019 às 16h41min - Atualizada em 12/11/2019 às 16h41min

Policial militar permanece preso após balear vizinhos em Uberlândia

Mulher de 51 anos foi atingida por um dos disparos e morreu nesta segunda (11); confusão aconteceu após denúncia de som alto em festa

GIOVANNA TEDESCHI
Policial está em processo de transferência para a reserva da corporação | Foto: Facebook/Reprodução

O sargento Ronaldo Martins está preso em uma cela do 17º Batalhão da Polícia Militar (BPM), no bairro Santa Mônica, após atirar contra duas pessoas durante uma briga envolvendo vizinhos, no bairro Jardim Europa em Uberlândia, na noite de domingo (10).

 

O policial era lotado na companhia de Polícia Militar de Meio Ambiente da cidade e está em processo de transferência para a reserva da corporação. O militar foi ouvido pelo delegado de plantão da Polícia Civil nesta segunda-feira (11) e em seguida conduzido para o batalhão no bairro Santa Mônica, onde permanecerá detido e à disposição da Justiça.

De acordo com a assessoria de comunicação da Polícia Civil, o inquérito será instaurado pela delegada de Homicídios, Thais Regina Silva, que aguarda o flagrante para iniciar as investigações. A princípio, ele recebeu voz de prisão em flagrante pelo crime de lesão corporal já que, segundo boletim policial, ele teria agido em legítima defesa.

Uma das vítimas que foram atingidas pelos disparos acabou falecendo em virtude dos ferimentos. A Polícia Civil informou que só após a conclusão dos trabalhos é que será possível confimar por qual crime o policial irá responder. 
 
ENTENDA O CASO
A confusão foi registrada na rua Génova, por volta das 20h30, e teria começado depois que o policial acionou o Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) por causa do volume alto em uma das residências vizinhas. 

Ao chegar no local da ocorrência, os policiais militares constataram que alguns dos frequentadores estavam embriagados. Foi repassado aos integrantes da festa que um Boletim de Ocorrência (BO) seria feito. Uma das moradoras foi colocada no banco de trás da viatura para seguir até uma das unidades onde o procedimento seria realizado.

Consta no boletim que, após a saída das viaturas, os participantes do evento começaram a incitar prática de violência contra o policial e cerca de 20 pessoas se deslocaram até o portão da casa dele e começaram a gritar, bater e chutar no portão do imóvel.

 Os suspeitos ainda proferiram ameaças contra o oficial e conseguiram retirar o portão dos trilhos. Segundo a PM, parte do grupo conseguiu entrar na casa e partir para cima do militar, tentando agredi-lo com chutes e socos. O sargento então utilizou um bastão de madeira para se defender dos invasores. Uma das invasoras conseguiu pegar o equipamento e tentou golpear o filho do PM, que tem 14 anos de idade.

Martins foi para o interior da residência e pegou uma arma de fogo e atirou em direção a um homem de 55 anos e à mulher de 51 anos, para cessar as agressões contra o filho. A mulher não resistiu aos ferimentos e faleceu no final da tarde desta segunda-feira (11). O homem recebeu alta nesta segunda também. 

Além do policial, outras quatro pessoas foram detidas pelos crimes de ameaça, incitação à violência, danos, invasão de domicílio, agressão e perturbação do sossego.

A sobrinha da vítima relatou que a tia só teria ido para cima do policial após ele atingir a neta dela, de 16 anos, com um pedaço de madeira. A família também contestou a citação sobre a invasão à propriedade do sargento militar. "Ninguém tentou empurrar o portão. Ele puxou ela pelos cabelos para dentro da garagem e atirou. A puxou justamente para alegar que houve invasão e atirou para matá-la, por que como seria em legítima defesa se ela estava sem arma e sem nada", justificou a jovem. 


O Diário não conseguiu contato com o policial. O comandante da 9ª Companhia de Meio Ambiente da PM, capitão Jean Fabrício Pavão, esclareceu que o comando está acompanhando a situação. “As providências que poderíamos adotar nós adotamos, como encaminhamento à Polícia Civil, porque se trata de um crime comum. Mas nada impede de a gente instaurar uma sindicância posteriormente caso exista alguma situação administrativa a ser apurada”, comentou o capitão.  

Disse ainda que a arma do policial foi apreendida para ser periciada e que ele está em processo para entrar para a reserva da corporação, contudo, não estava na ativa mais.  





 
 

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