A Polícia Militar (PM) do estado de Goiás prendeu José Garcia da Silva Júnior, de 46 anos, na noite desta quarta-feira (21) na cidade de Turvelândia (GO). Ele é ex-policial e estava foragido desde dezembro de 2018 após ser alvo da primeira fase da Operação Dominó, realizada em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia.
Em parceira com o Gaeco, a PM monitorava o homem há dias e conseguiu abordá-lo durante a noite. O ex-PM confessou que estava foragido e que tentava se esconder na cidade há alguns meses. A polícia foi até o local onde ele morava e encontrou vários aparelhos celulares e pendrives.
Documento falso foi apreendido com o autor | Foto: PMGO/Divulgação
Segundo as informações da polícia, o suspeito tem envolvimento direto em roubo de cargas e bancos “com ações extremamente violentas e com utilização de armamento de grande potencial ofensivo”. O autor ainda utilizava documentos falsos para tentar se esquivar de fiscalizações policiais e uma das identidades falsas foi apreendida com ele no momento da abordagem.
Considerando os mandados de prisão em aberto e os materiais encontrados, o homem foi levado para a delegacia para cumprimento das providências legais. O Diário não conseguiu localizar a defesa do preso até a publicação.
OPERAÇÃO DOMINÓ Em março do ano passado, dois caminhões furtados em Goiânia (GO) foram apreendidos em Uberlândia. A partir de informações retiradas de aparelhos celulares de dois presos, uma quadrilha foi identificada e o Gaeco deu início à operação preliminar Mau Agouro.
O aprofundamento das investigações mostrou que elementos dessa quadrilha também faziam parte de outros grupos com o mesmo objetivo de atacar caminhões e cargas. A partir daí foram identificados 68 alvos das sete organizações da Operação Dominó.
Ex-policial foi denunciado na operação pelos crimes de organização crimonosa e roubo | Foto: PMGO/Divulgação
Em dezembro, 56 pessoas foram presas e 12 estavam foragidas, sendo um dos fugitivos Silva, preso ontem (21). Nessa época, ele já cumpria prisão domiciliar de 20 anos após ser condenado por roubo e não estava em regime fechado por falta de unidade prisional adequada para manter sua integridade física. Entre os mandados em aberto, cumpridos nesta quarta, está o que foi expedido durante a operação do Gaeco pelos crimes de organização criminosa e roubo.
Um policial militar da ativa, lotado em Uberlândia, também foi detido na época da operação responsável por passar informações às quadrilhas. Além dele e de José, outro PM expulso da corporação por envolvimento com crimes também foi detido.
QUADRILHAS As quadrilhas, segundo a denúncia do MPE, seriam responsáveis por pelo menos 40 ações criminosas no Triângulo Mineiro e também no sul de Goiás. Entre elas estavam roubos de cargas e veículos em sua maioria, mas também roubos a estabelecimentos comerciais a a fazendas. Outros crimes cometidos eram receptação, estelionato, agiotagem, porte ilegal de arma de fogo e lavagem de dinheiro.
Os grupos foram considerados violentos e ainda mantinham em cárcere os motoristas abordados por dias até que as cargas roubadas fossem consideradas seguras. Entre as ações desses grupos estavam o roubo a uma joalheria em um shopping center no bairro Vigilato Pereira em setembro e o caso em que dois motoristas foram mantidos em cárcere em um motel no bairro Segismundo Pereira, em Uberlândia, no mês passado. Eles também fizeram um roubo a carga no município de Monte Carmelo.