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20/12/2018 às 08h15min - Atualizada em 20/12/2018 às 08h15min

Operação prende 56 por roubos de cargas

Grupo é suspeito de integrar 7 organizações criminosas; 12 estão foragidos

VINÍCIUS LEMOS
Operação policial foi realizada durante a manhã de ontem | Foto: Vinícius Lemos
Integrantes de sete organizações criminosas acusadas, principalmente, de roubos de cargas foram presos na manhã dessa quarta-feira (19) na operação Dominó, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia. Ao todo, 56 procurados acabaram detidos, incluindo empresários, um policial militar da ativa e até o presidente de uma associação de transportadores. Ainda são consideradas foragidas 12 pessoas.
 
As investigações começaram em março deste ano, quando dois caminhões furtados em Goiânia (GO) foram apreendidos em Uberlândia. A partir de informações retiradas de aparelhos celulares de dois presos, uma quadrilha foi identificada e o Gaeco deu início à operação preliminar Mau Agouro. Os aprofundamentos das investigações mostraram que elementos dessa quadrilha também fazia parte de outros grupos com o mesmo objetivo, atacar caminhões e cargas. A partir daí foram identificados 68 alvos das sete organizações da operação Dominó.
 
Nesta quarta, cerca de 300 policiais militares divididos em nove cidades deflagraram a ação e foram à rua para cumprir 89 mandados de prisão e 53 de busca e apreensão. Muitos alvos tinham mais de uma mando de prisão conta eles, sendo que 16 dos detidos já haviam sido presos em ações policiais ou do próprio Gaeco anteriores. Ainda pela manhã de ontem 40 pessoas foram presas, 10 armas de fogo foram apreendidas e 30 dos 90 carros que tinham ordem judicial de sequestro acabaram apreendidos. Os veículos tinham ligações variadas com os integrantes das organizações criminosas.
 
Em uma recuperadora de caminhões no Distrito Industrial foram apreendidos cerca de R$ 2 milhões em dinheiro e cheques cujas origens seriam ilegais. O dono foi detido e já era investigado por outra operação policial, a Transnformers, deflagrada em novembro de 2017 e também investigava roubos envolvendo caminhões.
 
Quadrilhas
As quadrilhas, de acordo com os promotores Daniel Marotta e Adriano Bozola, seriam responsáveis por pelo menos 40 ações criminosas nos últimos nove meses no Triângulo Mineiro e também no sul de Goiás. Entre elas estavam roubos de cargas e veículos em sua maioria, mas também roubos a estabelecimentos comerciais a a fazendas. Outros crimes cometidos eram receptação, estelionato, agiotagem, porte ilegal de arma de fogo e lavagem de dinheiro.
 
Os grupos foram considerados violentos e ainda mantinham em cárcere os motoristas abordados por dias até que as cargas roubadas fossem consideradas seguras. Entre as ações desses grupos estavam o roubo a uma joalheria em um shopping center no bairro Vigilato Pereira em setembro e o caso em que dois motoristas foram mantidos em cárcere em um motel no bairro Segismundo Pereira, em Uberlândia, no mês passado. Nesta semana, eles conseguiram fazer um roubo a carga no Município de cidade Monte Carmelo.
 
Apesar disso, ao todo 25 pessoas foram presas em flagrante durante as ações desde março. Dessas, nove conseguiram sair da prisão e voltaram a ser alvos na operação Dominó. Ao todo o Ministério Público Estadual já fez 11 denúncias formais à Justiça por conta dos crimes das quadrilhas. Outras 30 investigações envolvendo os grupos ainda acontecem.
 
Policiais
O policial militar da ativa detido na operação é lotado em Uberlândia e era responsável por passar informações às quadrilhas. Além dele outros dos policiais expulsos da corporação por envolvimento com crimes também tinham mandados de prisão contra eles. Apenas um foi detido. O outro continua foragido e cumpria pena domiciliar de 20 anos por roubos. Ele não estava em regime fechado por falta de unidade prisional adequada para manter sua integridade física.
O comandante da 9ª Região da PM, coronel Cláudio Vítor Rodrigues, informou que o policial da ativa já era monitorado pelas ações junto às quadrilhas. “Não temos problema em detectar algum desvio e agir de forma efetiva. Em breve serão três ex policiais (nas quadrilhas investigadas)”, afirmou.
 
O policial vai responder por processos criminais e administrativo para sua expulsão da PM, além de responder por improbidade administrativa por conta das ações ainda como agente público.
 
 
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