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17/06/2019 às 18h34min - Atualizada em 17/06/2019 às 18h34min

Segunda audiência da Operação Poseidon é realizada em Uberlândia

Réus permaneceram em silêncio durante a sessão; previsão é de que a sentença seja publicada até setembro

MARIELY DALMÔNICA
Audiência foi realizada na 1ª Vara Criminal nesta tarde (17) | Foto: Mariely Dalmônica
Seis alvos da Operação Poseidon, acusados por desvio de dinheiro, entre outros crimes, participaram da última audiência de instrução e julgamento na tarde desta segunda-feira (17). Os réus compareceram ao Fórum de Uberlândia para serem ouvidos no processo que aponta irregularidades em contratos firmados pelo Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) com a construtora Araguaia Engenharia, entre 2009 e 2010.

O ex-diretor geral do Dmae Epaminondas Honorato Mendes, o ex-diretor-técnico da autarquia Carlos Henrique Lamonier Borges, o ex-servidor Manoel Calhau Neto, o ex-diretor adjunto David Thomaz Neto, o engenheiro João Paulo Voss e o dono da Araguaia Engenharia, Daniel Vasconcelos, que foram presos entre fevereiro e maio do ano passado durante as fases da operação, permaneceram em silêncio durante a audiência, que teve cerca de uma hora de duração.

Segundo o promotor de Justiça e coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Daniel Martinez, a sentença deve ser publicada até o mês de setembro 
pelo juiz da 1ª Vara Criminal da comarca de Uberlândia, onde tramita o processo.

“Agora o processo já está na reta final. Os juízes mantiveram as cautelares contra os réus, que é a proibição de exercício de cargo público, proibição de visita ao Dmae e é necessária autorização da Justiça para viagens”, afirmou o promotor.

As partes têm prazo de cinco dias para apresentar as alegações finais. A reportagem do Diário de Uberlândia entrou em contato com a defesa de Epaminondas Honorato Mendes, Carlos Henrique Lamonier Borges e Manoel Calhau Neto, que afirmou que está aguardando a decisão do juiz.

A defesa de Daniel Vasconcelos disse que, conforme autorizado pelo juiz, teria o prazo de 30 dias para apresentar um laudo pericial e documentação do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), e que só irá se manifestar posteriormente. Já o advogado de David Thomaz afirmou que aguarda para apresentar as alegações finais e disse também que as provas são favoráveis ao cliente.

O Diário não conseguiu contato com a defesa do engenheiro João Paulo Voss.
 
POSEIDON
A Operação Poseidon partiu de uma representação protocolada no Ministério Público Estadual (MPE) pelo vereador Thiago Fernandes (PRP), em outubro de 2017, apontando um vazamento de água no reservatório do departamento e de indícios de crimes praticados na execução dos contratos entre a autarquia e a empreiteira.

O Gaeco então iniciou as investigações e desmembrou a operação em três fases, que culminaram na prisão dos envolvidos no suposto esquema. Ao fim, os investigados foram denunciados pelos crimes de peculato, associação criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, corrupção ativa e passiva.

Segundo a denúncia, os desvios de verbas estavam ligados a três contratos do Dmae com a Araguaia Engenharia, firmados nos anos de 2009 e 2010, com valor total de R$ 97,5 milhões. Assim, independentemente da realização das obras Araguaia, eram apresentadas medições como se tivessem sido cumpridos os termos contratuais por ordem de Daniel Vasconcelos e do então funcionário João Paulo Voss.

Ainda conforme o MPE, do lado do departamento de água, os diretores Epaminondas Mendes e David Thomaz determinavam que Manoel Calhau e, posteriormente, Carlos Lamounier aprovassem as medições sem qualquer questionamento.

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