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30/11/2017 às 05h55min - Atualizada em 30/11/2017 às 05h55min

Em Uberlândia, ex-ministro da Saúde defende início do Samu

Alexandre Padilha foi chamado como consultor do consórcio regional

WALACE TORRES | EDITOR
O ex-ministro Alexandre Padilha (à direita) em conversa com o diretor administrativo do HC / Foto: Walace Torres

 

O processo de implantação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) na região do Triângulo Norte ganhou o reforço do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, que foi um dos responsáveis pela interiorização do serviço no País. Em reunião ontem em Uberlândia com prefeitos, vereadores e secretários municipais de saúde da região, Padilha defendeu o funcionamento imediato do Samu. “O projeto está muito consistente. Não tenho responsabilidade para isso e não sou o gestor, mas pelo que eu vi no projeto, está tudo pronto para começar e definir prazo de implantação”, disse.

Alexandre Padilha foi chamado como consultor pelo Consórcio Público Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência e Emergência da Macrorregião do Triângulo Norte (Cistri) para auxiliar na implantação do serviço e nas alterações no projeto original. Com a não participação do Município de Uberlândia no Cistri, o plano de trabalho teve que ser alterado, o que inclui as planilhas de custeio e toda a negociação com o Estado. 

De acordo com o ex-ministro, a decisão de Uberlândia em se manter fora do consórcio não inviabiliza o início do Samu. “Isso em nenhum momento é impeditivo para o Samu regional. Vários Samus regionais iniciaram sem todos os municípios da região participando. Mas acredito que com o tempo Uberlândia irá participar”, disse.

Na avaliação de Padilha, o novo serviço não irá aumentar a demanda de pacientes no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), conforme argumenta o Município e a própria direção do HC para não entrarem na pactuação dos serviços. “Pelo contrário, ele (o Samu) não aumenta o atendimento, ele organiza o atendimento. Com o Samu funcionando, as pessoas virão em uma situação melhor para o hospital universitário, e também com a organização do Samu outros hospitais da região serão utilizados para casos de urgência e emergência de menor complexidade.”

Padilha citou ainda que o HC já recebe verba federal por ser a referência de alta complexidade para toda a região e, portanto, não se trata de um novo atendimento a ser implantado, mas de uma organização de todo o sistema de urgência e emergência.

No último dia 16, a Secretaria de Estado de Saúde publicou o documento que aprova a Rede de Urgência e Emergência da Região Ampliada de Saúde do Triângulo Norte no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) do Estado de Minas Gerais. O documento define a pactuação dos serviços que serão oferecidos e incrementados em cada município integrante do Cistri. O Plano de Ação Regional (PAR) que originou a criação da rede foi elaborado em setembro e ainda precisa ser submetido ao Ministério da Saúde. A organização da rede de urgência e emergência permitirá aos municípios um aporte extra de recursos do governo federal para a área da saúde. Além do Samu, a rede é composta por outras estruturas, como as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), que são a porta de entrada da atenção primária, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), hospitais, enfermarias, entre outros.

O diretor administrativo do HC, Adenilson Lima da Silva, disse que o hospital continua desempenhando o seu papel enquanto porta de entrada para a alta complexidade de pacientes de Uberlândia e região. “Nós apenas reforçamos a necessidade de que a rede de urgência e emergência seja realmente implantada e os municípios do entorno sejam estruturados”, disse. Segundo avalia, a direção do hospital entende que o incremento das ações para ampliar o número de leitos deveria ser prioridade. “Se o plano de ação anteceder a instalação do transporte sanitário, nosso entendimento é que o benefício para a população é maior”, completou.

 

NOVO PLANO

Consórcio irá cobrar do estado data para funcionamento

A direção do Consórcio Público Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência e Emergência da Macrorregião do Triângulo Norte (Cistri) irá cobrar de Minas Gerais até a próxima semana um posicionamento sobre a data para inauguração e funcionamento do Samu, bem como a assinatura do contrato de custeio e o repasse de R$ 700 mil que ainda restam para a aquisição de equipamentos.

Com a decisão de Uberlândia de não participar do consórcio, a mudança no plano de trabalho acabou gerando novo atraso na implantação do serviço, que tinha como primeira previsão de funcionamento o mês de junho de 2016. “Estamos esperando apenas o Cistri apresentar as novas planilhas de custo. Após isso, o estado deve fazer o repasse final e apontar uma nova data”, disse a superintendente regional de Saúde, Rosângela Paniago, reforçando que a parte técnica que competia ao estado já foi cumprida.

“Estamos com o projeto em fase final e apresentaremos ao governo na próxima semana, junto com o ofício cobrando o restante do repasse, a assinatura do contrato de custeio e a data de funcionamento”, disse o secretário executivo do Cistri, Rodrigo Alvim. Ele acredita que ainda há possiblidade de entendimento com a Prefeitura de Uberlândia, mesmo que seja após a inauguração do serviço. “A posição de Uberlândia não é definitiva. Neste momento eles apontam que não têm condições de estar participando, mas isso pode mudar e o município vir a ser inserido.”

O vice-presidente do Cistri e prefeito de Monte Carmelo, Saulo Faleiros, também aposta que, mais cedo ou mais tarde, Uberlândia irá aderir ao consórcio novamente. “Não vamos perder a esperança de ter Uberlândia nesse consórcio”, disse Faleiros, ressaltando que a demora na definição faz parte do processo. “É um trabalho de construção. Quanto mais a gente busca o amadurecimento, mais a gente consegue melhores condições. Como vice-presidente do consórcio e como médico sei da importância desse projeto para a nossa região. São recursos que chegam extra do que nós temos hoje”, completou.

Apesar da busca pelo entendimento, alguns prefeitos cobram mais agilidade no processo de implantação. “Eu espero que essa seja a última reunião e que fique definitivamente acertado que vamos ter Samu, independente de Uberlândia participar ou não. O Samu é extremamente importante para os outros 26 municípios”, disse o prefeito de Ituiutaba, Fued Dib.


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