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12/11/2017 às 05h54min - Atualizada em 12/11/2017 às 05h54min

Oferta de imóveis à venda em Uberlândia tem queda de 10%

Pesquisa do setor aponta quase 2 mil unidades a menos do que em 2016

VINÍCIUS ROMARIO | REPÓRTER
Paulo Maurício Carneiro Silva, presidente do Secovi-TAP / Foto: Vinícius Romario

 

O número de imóveis novos e usados à venda em Uberlândia diminuiu 10% entre agosto de 2016 e agosto deste ano, caindo de 16.584 para 14.797 disponíveis. Em contrapartida, os imóveis para locação tiveram aumento de 13%, passando de 5.861 em agosto do ano passado para 6.639 para o mesmo mês em 2017. Os dados são de uma pesquisa divulgada este mês pelo Sindicato da Habitação do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (Secovi-TAP).

Dentro dos imóveis à venda neste ano, os residenciais representam 83,9%, com 12.416 unidades. Desse total, há 6.410 apartamentos, 3.963 casas e o restante são casas em condomínio (1.778) e coberturas (265). Há ainda 1.629 terrenos (11%), 477 áreas comerciais (3,2%) e outras 275 áreas sem especificação(1,8%).

Detalhe para os terrenos em condomínio que passaram de 96 em agosto do ano passado para 171 neste ano, um aumento de 78%. De acordo com o presidente do Secovi-TAP, Paulo Maurício Carneiro Silva, essa é a principal tendência do setor. “Cada dia mais a população tem buscado mais segurança, e os condomínios são as melhores opções, além de acompanharem opções de lazer, o que se torna ótimo para a família também”, afirmou Silva.

Sobre os bairros com mais disponibilidade de imóveis à venda, o Santa Mônica, na zona leste da cidade, se manteve em primeiro, com cerca de 13% das unidades para comercialização em toda a cidade. Em agosto deste ano eram 2.029 unidades, entre residencial, terreno, comercial e outros. “Tem aumentado o número de ofertas no Santa Mônica. O pessoal tem procurado outros bairros ou saído para os condomínios. No ano passado esse bairro também liderava, mas com 12% do total”, disse Silva.

Em relação ao comércio, o número de unidades à venda se manteve estável. Eram 434 no ano passado e agora são 477 imóveis disponíveis, um aumento de quase 10%.

Em uma análise geral, Silva afirma que o setor da construção civil tem se estabilizado, apesar da crise que atingiu o País no fim do ano passado. “Aquele período foi o pior para quem construía e, por isso, principalmente os imóveis à venda diminuíram. Mas, agora, temos nos mostrado confiantes de novo e esses números devem começar a melhorar”, ressaltou.

 

A PESQUISA

De acordo com o presidente do Secovi-TAP, a pesquisa nomeada como Diagnostico Completo do Mercado Imobiliário de Uberlândia é realizada desde fevereiro de 2016 e serve para auxiliar o setor e a população quanto às tendências, demandas e ofertas do mercado. O estudo que era feito trimestralmente e passará a ser feito a cada quatro meses.

 

LOCAÇÃO

Unidades residenciais são maioria dos imóveis disponíveis

Se o número de imóveis à venda diminuiu 10%, as unidades para locação aumentaram em 13%, o que, segundo o presidente do Secovi-TAP, Paulo Maurício Carneiro Silva, também é reflexo da crise vivida no Brasil. “Tivemos, no fim do ano passado, péssimos resultados para todo mundo. Muitas empresas fecharam e muita gente perdeu o emprego. Assim, as opões de aluguel aumentam, principalmente na área comercial, onde, por exemplo, naquele local funcionava uma empresa que fechou e ainda não foi alugado para outro empreendimento.”

De acordo com a pesquisa, assim como em agosto do ano passado, os imóveis residenciais para aluguel também são a maioria, representado 59,2% do total de unidades nessa categoria. Os apartamentos aparecem na frente, com 2,4 mil imóveis para alugar, seguidos das casas, que são 1,3 mil. Há ainda opções de casas em condomínio e coberturas.

Em relação aos imóveis comerciais para aluguel, o estudo aponta as principais opções são galpões, salas e lojas com mais de 500 unidades disponíveis cada.

O bairro Santa Mônica, na zona leste, também aparece a frente dos outros bairros como opção para locação e concentra 12,1% da oferta. De acordo com o Secovi-TAP, são 804 imóveis para locação no bairro, sendo 622 residenciais e 127 comerciais. Em um ranking dos bairros com mais opções de imóveis para alugar, aparecem na sequência quatro bairros no setor central da cidade: Centro, Aparecida, Brasil e Martins. Somados, os quatro oferecem 1.717 imóveis para alugar, sendo 823 residenciais, 821 comerciais e 73 classificados como outros.

 

MERCADO

Imobiliárias sinalizam troca da venda por locação

As imobiliárias estão confiantes em uma retomada positiva do setor de vendas e aluguéis em um futuro próximo. Antes, o anúncio da Caixa Econômica Federal, principal banco financiador de imóveis, de que iria liberar somente 50% do valor da compra, havia desacelerado o mercado. Porém, o Banco do Brasil divulgou que irá liberar financiamentos de até 80% do valor do imóvel, o que deve impulsionar a demanda, segundo as imobiliárias.

“A Caixa está financiando pouco, o que faz com que o interessado tenha que tirar mais dinheiro do bolso. Há também pouco dinheiro para ser liberado, o que cria uma fila de espera grande e desanima o comprador. Porém, com esse anúncio do Banco do Brasil, as coisas devem melhorar”, afirmou o proprietário de uma imobiliária Alessandro Henrique Nascimento.

Em relação às vendas e aluguéis, Humberto Gonçalves da Silva, também dono de uma imobiliária da cidade, diz que muitos proprietários têm preferido anunciar o imóvel nas duas opções ou tirar da venda e colocar somente para aluguel. “Por isso a queda no número de imóveis à venda e o aumento nas opções para locação. A pessoa tem uma casa ou uma sala comercial à venda e não aparece comprador, então, o proprietário tem que arcar com os impostos, condomínio e outras coisas. Assim, ele tira da venda e coloca para alugar”, ressaltou Silva.

Já sobre os cômodos comerciais, Silva afirma que é importante que os proprietários mantenham a documentação em dia. “Muita gente quer alugar, mas está com o habite-se comercial atrasado, então ele não vai conseguir. Em um período como esse, a gente tem que oferecer facilidade no mercado.”

 

FINANCIAMENTO

Justamente prevendo as dificuldades de financiamento da Caixa para a compra de imóveis usados, a jornalista Sheila Marques de Souza resolveu investir em um apartamento na planta e conseguiu a liberação de 100% do valor. “Inclusive, pela minha escolha, em um mês consegui fazer todo o processo e assinei hoje (ontem) os últimos documentos que faltavam para finalizar a compra. A previsão de entrega do apartamento é para 2019 e terei tempo para investir também na mobília”, afirmou Sheila Souza.


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