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04/08/2017 às 05h59min - Atualizada em 04/08/2017 às 05h59min

Parque aquático ainda não tem recursos para ser concluído

Obras começaram em 2010 e estão paralisadas desde 2013; abandono danifica estruturas

VINÍCIUS ROMARIO | REPÓRTER
Primeira etapa da obra previa piscina olímpica, arquibancadas e vestiários / Foto: Vinícius Romario

 

Paralisadas desde setembro de 2013, as obras do Parque Aquático Municipal, no bairro Santa Mônica, na zona Leste de Uberlândia, não têm previsão para serem retomadas. Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Comunicação informou que “a atual administração tem buscado alternativas legais junto ao Governo do Estado e da Caixa Econômica Federal para que as obras sejam retomadas e concluídas”.

A primeira etapa de construção do Parque Aquático começou em 2010 e foi interrompida, pela primeira vez, em 2011, por desistência da primeira empresa, que alegou falta de repasses. Ainda naquele ano, outra construtora foi chamada. As obras prosseguiram e foram paralisadas novamente por falta de repasses, em setembro de 2013, com 60% dos trabalhos concluídos. Em junho de 2014 houve reuniões para que as obras fossem retomadas, mas o projeto não teve sequência.

Os recursos para a obra foram conseguidos por meio de um convênio firmado entre a Prefeitura de Uberlândia, Governo de Minas e Governo Federal, ainda na última administração de Odelmo Leão. O parque foi orçado em cerca de R$ 5,9 milhões. Desse total, segundo o governo passado, cerca de R$ 3,4 milhões já foram utilizados. Um aporte de mais R$ 2,1 milhões seria necessário para aquisição de equipamentos, como uma casa de força e uma rampa de acessibilidade.

A previsão era de que o Parque Aquático Municipal fosse concluído em duas etapas e tivesse um total de 5,2 mil m2 de área construída.

A primeira etapa da obra previa a construção de uma piscina olímpica aquecida com 50 m de comprimento, arquibancada para 4 mil pessoas e vestiários para atletas, torcedores e arbitragem.

Na segunda etapa, divulgada sem cronograma para início das obras, deveria ser construída uma piscina para saltos ornamentais, mais uma arquibancada para 12 mil pessoas, um estacionamento e a cobertura do complexo.

Com o abandono, as marcas do vandalismo estão por toda a parte. Nas paredes e até mesmo no alto das arquibancadas há pichações e rabiscos.  O mato também tomou conta de parte da estrutura e do terreno.

 

OLIMPÍADAS

Em 2013, durante as tratativas com uma comissão técnica da Irlanda, a Prefeitura chegou a sinalizar que o Parque Aquático estaria concluído a tempo dos atletas irlandeses treinarem para as competições de natação visando os jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016. Na ocasião, as obras haviam recomeçado, mas foram interrompidas em setembro daquele ano. A Irlanda, assim como delegações de outros três países acabaram firmando parceria para fazer a preparação em Uberlândia, mas, no caso da natação, foram utilizados outros espaços já consolidados na cidade e credenciados pelo Comitê Olímpico Brasileiro.

 

VISTORIA

Estrutura carece de análise criteriosa, diz engenheiro

WALACE TORRES | EDITOR

Com praticamente quatro anos de abandono, as obras do Parque Aquático vão precisar passar por uma análise criteriosa para detectar se houve algum comprometimento da estrutura, na avaliação do engenheiro civil Rodrigo Gustavo Delalibera. A reportagem do Diário do Comércio acompanhou o engenheiro até as obras e, numa análise visual, ele já apontou alguns problemas decorrentes do tempo de abandono.

“As barras de aço que compõem as armaduras estão todas expostas às intempéries, e isso causa oxidação do aço. Para as estruturas de concreto armado isso é muito danoso”, disse. Ele aponta que, numa análise visual, a estrutura está bem preservada, principalmente as partes internas, como o túnel e banheiros. Mas, em relação a estrutura exposta, o ideal é verificar por meio de testes laboratoriais se houve algum dano antes de retomar as obras. “As tubulações, por exemplo, precisa verificar por outros tipos de análises se não tem rupturas”, diz.

Ele lembra que em função da exposição ao sol e a chuva, e ainda a falta de manutenção, o prazo de vida útil de uma obra diminui. “Imagina sua casa ficar quatro anos sem nenhum tipo de manutenção. Vai apresentar problemas”, compara o engenheiro, que tem 18 anos de graduação e 11 de doutorado.


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