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18/06/2017 às 05h40min - Atualizada em 18/06/2017 às 05h40min

Cresce número de carteiras falsas nas estradas da região

Polícias estadual e federal têm intensificado a fiscalização

VINÍCIUS ROMARIO | REPÓRTER
Carreta apreendida na BR-365 com condutor que usava carteira de habilitação falsa / Foto: PRF/Divulgação

 

Em menos de uma hora, dois homens foram presos na BR-365 pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), em abordagens distintas na segunda-feira (12), por apresentarem Carteiras Nacionais de Habilitação (CNH) falsas. Esse tipo de ocorrência vem crescendo este ano, conforme demonstram as abordagens feitas tanto pela PRF como pela Polícia Rodoviária Estadual (PRE) nas rodovias que cortam Uberlândia. Um dos suspeitos detidos, inclusive, também apresentou nome falso e era procurado por roubo pela Justiça do Estado.

De acordo com a PRF, até o último dia 12, dez motoristas haviam sido presos nas rodovias da região portando CNHs falsas. O número representa 70% do total de casos dessanatureza registrados pela PRFao longo de 2016, quando 14 pessoas foram detidas por esse crime. Os dados da PRE também comprovam o aumento dessas ocorrências. Em 2017, até o momento, 14 condutores foram presos por apresentarem CNHs falsas nas rodovias estaduais da região. Esse número reflete 82% do total de motoristas presos pelo mesmo motivo pela PRE no ano passado, quando o registro foi de 17 prisões. Em 2015, a PRE apreendeu 18 CNHs falsas.

A PRF também divulgou o número de Certificados de Registro e Licenciamento de Veículos (CRLVs) falsos apreendidos nesse ano e em 2016. No ano passado, 12 CRLVs falsos foram apreendidos pela PRF. Em 2017, até o dia 12 de junho, oito documentos nessa situação já foram apreendidos. As apreensões desse ano já representam 66% das apreensões feitas durante todo o ano de 2016.

Segundo o inspetor da PRF Ronaldo Bastos, o aumento de condutores presos nesse ano pelos motivos citados acima, em relação ao ano passado, acontece devido à intensificação da vigilância. “Temos aumentado nossas operações e fiscalizações, por isso esse acréscimo em fatos como esses nesse ano”, disse Bastos.

O motorista que for pego com CNH falsa fica sujeito a pena de dois a seis anos de prisão, além de multa administrativa no valor de R$ 880,41. Segundo Bastos, a pena é a mesma para quem portar CRLV falso, porém, Bastos lembra que pode ter agravantes nesse caso. “Em relação ao CRLV, a pessoa pode estar com esse documento falso pelo fato do veículo ser roubado, e, o motivo é verificado na hora da abordagem”, afirmou.

 

IMPRUDÊNCIA

Motorista conduzia carreta com carteira falsa

Há cerca de uma semana, um caso chamou a atenção da Polícia Rodoviária Federal. No dia 8 desse mês, um homem de 40 anos, que nunca foi habilitado, foi preso na BR-365 por apresentar CNH falsa. O detalhe, segundo a PRF, é que o suspeito dirigia uma carreta, que exige CNH de categoria E. Aos federais, o homem disse ter pago R$ 2 mil pelo documento.

“Imagina o risco que esse homem trazia para quem estava no trânsito e até para pedestres. Para obter a carteira de categoria E, é necessário que o condutor tenha certo tempo de experiência nas categorias anteriores. Já esse homem nunca havia tido habilitação nenhuma”, afirmou o inspetor Ronaldo Bastos.

O inspetor ressalta ainda a importância da autoescola para a formação dos motoristas. “As pessoas necessitam ter essa consciência. Não é só comprar o documento falso para não precisar passar pelo processo de aprovação, mas, lembrar que não passando por isso, esse motorista se tornará um risco para o trânsito e para a sociedade, ainda mais dirigindo uma carreta”, disse Bastos.

O major David de Brito Júnior, da PRE, ressalta que a pessoa que não está devidamente habilitada, além de trazer riscos para a população, também está incentivando uma prática criminosa.

“Também gostaria de deixar claro que as pessoas não caiam em uma propaganda enganosa. Alguém oferece uma facilidade ilegal na hora de tirar a carteira, mas, depois, a pessoa que se sujeitar a isso poderá sofrer as consequências quando cair em uma fiscalização”, afirmou o major David.

 

AUTOESCOLA

Instrutor de autoescola há 20 anos, André Martins Mereles ressalta a importância do processo de formação de condutores. “Temos que lembrar que os alunos não ficam somente nas aulas práticas e teóricas. Eles também passam por uma avaliação psicológica e médica para ficar comprovado que têm condições de estar no trânsito”, disse Mereles.

Sobre as aulas, o instrutor diz que os conhecimentos de regras de trânsito e de direção defensiva são fundamentais na hora da prática. “É na autoescola que o condutor adquire o verdadeiro domínio sobre as leis de trânsito e também os princípios básicos de uma boa direção. O carro na mão de um motorista sem a formação adequada se tona uma arma”, afirma Mereles.

 


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