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31/03/2017 às 08h36min - Atualizada em 31/03/2017 às 08h36min

Clima influencia nos preços dos hortifrútis

Caixa do tomate subiu 166,67% em um mês, passando de R$ 30 para R$ 80 na Ceasa

VINÍCIUS ROMARIO - REPÓRTER
Eder Júlio de Jesus diz que o excesso de chuva é o grande influenciador nas alterações de preços

O tempo instável e o excesso de chuvas têm refletido nos preços das frutas, verduras e legumes. Na Central de Abastecimento de Uberlândia (Ceasa), a caixa de tomate que custava R$ 30 no fim do mês passado, agora custa cerca de R$ 80, um reajuste de 166,67%. A caixa de maçã importada que saia por R$ 80, agora custa R$ 130, aumento de 62,50%. A caixa de batata tinha o valor de R$ 40 e agora é de R$ 80.

Porém, esse período chuvoso é benéfico para outros produtos, e, consequentemente, com uma maior produção, o valor abaixa. Exemplo do quiabo e da abobrinha que saiam por R$ 80 a caixa no fim do mês passado e agora saem por R$ 35. A banana da terra que custava R$ 60 a caixa, agora custa R$ 35.

Segundo o orientador de mercado do Ceasa, Eder Júlio de Jesus, o excesso de chuva é o grande influenciador nas alterações de preços dos alimentos nesse início de ano. “Os alimentos que tiveram alta são mais sensíveis à chuva e, por isso, têm validade menor e a produção acaba sendo menor também”, afirmou.

O comerciante Carlos Gomes de Oliveira diz que, com a alta nos preços de alguns alimentos, principalmente o tomate, o reflexo é negativo nas vendas. “A gente tenta compensar abaixando o valor de outros produtos, mas, juntando o preço elevado com o momento de crise que o País passa, não tem jeito, é ruim. Se em fevereiro eu vendia 100 caixas de batata por dia, hoje eu vendo 50. Em compensação, agora eu vendo 150 caixas de abóbora cabotiá diariamente e no fim de fevereiro eram 120”, afirmou.

Já a produtora rural Adriana Costa ressaltou que, em relação ao tomate, a produção é menor, mas não há desperdício do alimento. “Quando a produção era maior sobravam caixas de tomate aqui. Agora, a gente consegue vender todo o produto, o que é bom”, afirmou.

Robledo Goes da Silva é dono de um sacolão e, de acordo com ele, a alta, principalmente do tomate, tem refletido negativamente e não tem agradado o consumidor final. “Se antes eu comprava 30 caixas de tomate, agora compro dez e ainda perco produto, já que não consigo vender tudo”, disse.

Também dona de um sacolão, mas em Caldas Novas (GO), Maria Aparecida Sussumo diz que vem ao Ceasa de Uberlândia há dez anos. “Eu sempre vinha duas vezes na semana, mas, com essa crise, há um ano passei a vir somente uma vez, e mesmo assim, sentimos esse mercado caindo”, afirmou.

 

CONSUMIDOR

 

Na hora de ir ao sacolão, a diarista Gasparina Maria de Oliveira disse que está sempre de olho nas ofertas para economizar. "A gente dá uma balanceada, mas quando um produto tradicional igual ao tomate sobe de preço, levo uma quantidade menor, mas não deixo faltar", disse.

Já de acordo com a manicure Cleuza Aparecida de Assis, outra dica é substituir o alimento. "Hoje tudo é motivo para aumento ou queda de preço, muita chuva, muito sol, a gente fica perdida porque todo dia é um preço diferente”, disse.

 

 

TABELA DE PREÇOS

 

Alimentos que tiveram alta nos preços

 

Fim de fevereiro               Fim de março

 

Tomate             – R$ 30            R$ 80

Batata              – R$ 40            R$ 80

Maracujá           - R$ 25            R$ 55

Abacate            – R$ 20            R$ 45

Couve Flor        – R$ 50            R$ 80

Repolho roxo     – R$ 20            R$ 45

Maçã importada – R$ 80            R$ 130

 

Alimentos que tiveram queda nos preços

 

Fim de fevereiro               Fim de março

 

Quiabo              – R$ 80           R$ 35

Abobora cabotiá – R$ 35           R$ 22

Banana prata      - R$ 50           R$ 35

Banana nanica   – R$ 40           R$ 25

Banana da terra – R$ 60           R$ 35

Abobrinha          – R$ 80           R$ 35


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