Os mais de três mil médicos da rede municipal de saúde estão em greve. A paralisação teve início na manhã de ontem e por tempo indeterminado. A classe reivindica o pagamento dos salários referente ao mês de dezembro de 2016, entre outros vencimentos, como o acerto de férias, pagamento do 13º, recolhimento do FGTS e acertos rescisórios.
Segundo o advogado do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG) em Uberlândia, Nelson José dos Santos, mesmo em greve, todos os médicos da rede pública continuarão trabalhando. “O que não haverá durante o período de greve são os encaixes. Os médicos também terão pausa para o almoço e descanso, o que não estava sendo possível, devido à grande demanda”, afirmou Santos.
Ainda de acordo com ele, o indicativo de greve já havia sido aprovado no dia 24 de janeiro em assembleia realizada pela classe. “Após essa decisão, demos um prazo para que houvesse resposta do poder público, o que não ocorreu, e, por isso, iniciamos a greve”, disse Santos.
Por meio de nota, a secretaria de Saúde informou que “o atendimento nas unidades está dentro da normalidade, não havendo prejuízos à população. A Prefeitura de Uberlândia reitera que, desde quando a nova gestão assumiu, em janeiro de 2017, tem trabalho diuturnamente para solucionar a grave dívida deixada pela administração anterior, que gira em torno de R$ 60 milhões referente às questões salariais”.
A nota ainda afirma que “a atual administração está e continuará com os salários em dia no exercício de 2017. Inclusive, o pagamento de fevereiro será feito antes do vencimento. Em relação aos salários atrasados da gestão anterior, a atual administração reforça que está estudando a melhor forma de fazer a reposição salarial, preservando os atendimentos essenciais à população”.
PACIENTE
"A representante comercial Jaqueline Soares dos Santos levou a mãe de 53 anos para ser atendida na UAI Pampulha. Mesmo com poucos pacientes em espera na unidade e a com a mãe sentindo muitas dores e vomitando, os atendentes disseram a Jaqueline que o atendimento demoraria devido à greve dos médicos. "É uma situação muito triste. Precisamos urgentemente que essa situação seja resolvida, para que as pessoas não precisem ficar sofrendo em filas de espera" disse Jaqueline.