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03/11/2022 às 08h00min - Atualizada em 03/11/2022 às 08h00min

Eleitores refazem a história do Brasil

CLÁUDIO DI MAURO
Depois de muitas horas de dúvidas, após 40% das urnas apuradas despontou definitivamente a vontade popular. Lula foi eleito pela 3ª vez presidente da República Federativa do Brasil. Com menos de 24 horas após a declaração da vitória, diversos líderes mundiais manifestaram as congratulações à Luiz Inácio Lula da Silva por sua eleição. O respaldo internacional já está consagrado e o apoio mundial está decidido.
 
A primeira visita internacional recebida por Lula para as congratulações foi do presidente da Argentina Alberto Fernandez. Nítida demonstração de que haverá aliança para reerguer o Mercosul e que ganhe destaque a importante Rede Mercocidades.
 
As reações de claque bolsonarista eram esperadas. Seu líder, em silêncio, aguardou os desdobramentos para verificar se haveria reação popular contra a eleição de Lula. A paralisação na circulação pelas rodovias demonstrou essa tentativa, promovida pelos patrões do transporte rodoviário, aliado a interesses do agronegócio capitalista. Uma reação que não se sustenta em princípios da democracia. Na mesma tela do “trumpismo”, nos Estados unidos, tentaram desmerecer o processo eleitoral. Uma estupidez sem respaldo das forças democráticas nacionais e do estrangeiro.
 
Enfim, está explicito o que o eleitor brasileiro quer. Queremos fortalecer a democracia participativa, construída coletivamente. Ninguém que deseje ditadura pode ter espaço para tal defesa. Lula é o presidente eleito e assumirá em 1º de janeiro de 2023. Os bolsonaristas gostem ou não, terão que suportar a dor da derrota e conviverão com a reconstrução da história do Brasil.
 
Não foram e não são poucos os que argumentaram pela implantação de intervenção militar, ato institucional número 05, elogios a torturadores contra opositores e outros descalabros dos governos ditatoriais. Esses golpistas, falam em democracia, mas defendem um regime que nunca deixaria os opositores falar e mesmo pensar. Querem um regime em que só eles podem se manifestar, o chamado sistema de “uma nota só”.
 
Na nossa história sempre houve “acordos” para proteção de golpistas. O Brasil nunca promoveu a verdadeira criminalização de quem não cumpre as Leis na democracia. Há quem argumente que a democracia permite que todas as tendências se manifestem. Sim, em democracia todas as tendências democráticas podem e devem se manifestar. Mas, nunca pedindo medidas autoritárias, ditatoriais, promovendo e valorizando torturadores, posturas que são tratadas na Constituição como inoportunas e dignas de punição. Essas posturas antidemocráticas devem ser cortadas na raiz, sem permitir seus desdobramentos. É preciso dar um novo caminho à memória nacional, em direção da justiça social e respeito ao projeto democrático.
 
Enquanto se “passa pano” para os defensores da implantação de ditaduras no Brasil, “...os ninhos das serpentes estão chocando seus ovos”. É preciso acabar com esses “ninhos de serpentes”, antes que voltem a criar para novas e constantes mentalidades, cada vez mais agressivas contra a democracia. Somente com esses procedimentos, embora difíceis, poderemos construir um sistema democrático e que busque a paz social.
 
Lula já se comprometeu a governar para os mais de 215 milhões de brasileiros, para todos. Mas, seu projeto, aprovado pelo eleitorado é e será democrático. Não há espaço para defensores do autoritarismo antidemocráticos, exatamente como prevê a Constituição de 1988. Por isso, reabilitar a Constituição Cidadã é tarefa indispensável, nestes tempos da história do Brasil.
 
Lula conta com o apoio e o voto do eleitorado, com o respaldo internacional, governará fortalecendo o Estado Democrático de Direito, como deve ser.

 
*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
 

 
 
 
 
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