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28/06/2017 às 18h42min - Atualizada em 28/06/2017 às 18h42min

Ferida aberta

TIAGO PEGON | COLUNISTA

A coisa anda tão complicada em Brasília, que a gente já não sabe mais o que é notícia bomba, furo de reportagem, denúncia, etc. Cada dia que passa por aqui é um novo escândalo envolvendo, principalmente, o governo federal. O nosso poder executivo nacional está com uma ferida que não cura, cada dia tendo que tapar uma sangria.

O Palácio do Planalto está empenhado nessa contenção de ferimentos. Como aquele atleta que durante o jogo se machuca, sangra e na regra do futebol não poderia continuar a partida, mas faz-se um curativo "meia-boca" e continua a jogar.

A denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR), que afirma que o presidente do Brasil agiu de forma corrupta nos casos da JBS expostos pela mídia, e que por isso deveria ser punido, ainda não foi esclarecido. Mesmo com a defesa (ou ataque), fazendo um pronunciamento público, nesta semana, Michel Temer, ao declarar guerra ao procurador-geral, Rodrigo Janot, não convenceu sua culpabilidade no caso.

A base aliada do governo já se articula na Câmara dos Deputados para analisar os pedidos de impeachment do mandatário brasileiro. Porém, empurra para que a votação seja única e que tenha maioria contrária à vacância do governo brasileiro. Se não... será cada um por si (um salve-se quem puder).

 

FRAQUEZA

Conforme rumores dos corredores do poder aqui na capital federal, Michel Temer não descartou a renúncia ao cargo de presidente do Brasil. Segundo conversa com algumas lideranças do Congresso Nacional, se o peemedebista perceber que não terá os votos suficientes para barrar a denúncia de corrupção passiva apresentada contra ele, por ser um político experiente e pragmático, Temer negociará sua saída. Seria bem provável que sua renúncia do cargo seria em troca de algum dispositivo legal que o livre de ir preso e lhe assegure o foro privilegiado.

 

FOGO AMIGO

Um dos deputados membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados e do principal partido aliado de Temer, o PSDB, o baiano Jutahy Magalhães Jr. atribuiu a Michel Temer "culpa exclusiva" pela crise moral, econômica e política sem precedentes pela qual passa o Brasil. O tucano afirmou que Temer não podia ter recebido o empresário da JBS e conversado as coisas como as denúncias mostram. "Isso é indefensável. É a primeira vez que um presidente é denunciado por corrupção, é constrangedor", afirmou.

 

VERGONHOSO

Essa é a palavra usada por parlamentares da oposição ao responderem sobre a ação do presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado, senador João Alberto Souza (PMDB-MA), que arquivou, "por falta de provas", o pedido de abertura de processo para cassação do mandato do senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG). Porém, um grupo de senadores contrários a decisão já recorreu, e as denúncias que apontam que o senador pediu e recebeu R$ 2 milhões em dinheiro para defender os interesses da empresa JBS serão analisadas pelos parlamentares.

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