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01/04/2021 às 09h49min - Atualizada em 01/04/2021 às 09h49min

Nos tempos da radicalização

CLÁUDIO DI MAURO
Para meu entendimento, radicalizar significa ir às raízes dos fatos históricos chegando nas raízes das lutas populares!!

Radicalizar é ir às raízes das lutas revolucionárias travadas pelos movimentos populares. Afinal, onde os movimentos populares desejam chegar? É também conhecer as autorias e características das contra revoluções populares.

Nestes tempos há que se explicitar e debater com a população brasileira quais são as reformas importantes de se fazer para nos conduzirmos ao projeto de efetiva transformação social com distribuição da riqueza produzida e dos recursos naturais.

Esses conhecimentos são indispensáveis para a construção do poder popular.

É preciso radicalizar, esclarecer os fatos históricos do Brasil, aliás, como faz o documentário O Dia que Durou 21 Anos. Recomendo que seja assistido pelo Youtube. Ali está explicado cada passo de como procedeu o governo dos Estados Unidos para aplicar no Brasil o golpe de 1964.

E agora, no golpe articulado com a lavajato qual tem sido a contribuição dos Estados Unidos e a lavajato? Já está nu o fato de que houve colaboração da CIA com a chamada força tarefa da lava jato.

É preciso radicalizar no conhecimento sobre os procedimentos da operação lava jato e impedir que sejam aplicados novos golpes contra a população brasileira.

- Como juiz e promotores se articularam para condenar seus desafetos políticos ou pessoais?
- Como os interesses dos Estados Unidos tiveram participação junto à lava jato e quais são esses interesses?
- Como se deu a condenação em mais de uma instância pelo Judiciário de Luiz Inácio Lula da Silva por ter recebido como propina um apartamento que está provado, nunca lhe pertenceu?

Daí nossas constantes indagações:

- Como se articulou a Justiça brasileira para impedir que Lula assumisse o Ministério da Casa Civil no Governo da Presidenta Dilma Roussef?
- Como houve a conivência da Justiça brasileira para condução coercitiva do ex Presidente sem que tenha sequer sido intimado para se apresentar e responder as dúvidas que poderiam existir?
- Como o Judiciário brasileiro permitiu que Lula fosse condenado e impedido de concorrer à Presidência da República nas eleições de 2018, sem que de fato fosse culpado dos crimes que lhe imputaram?

É preciso ir à raiz e apurar se o falecimento de Marisa Letícia, esposa de Luiz Inácio Lula da Silva teve de fato influências das pressões da lava jato no Acidente Vascular Cerebral (AVC) que a acometeu levando-a ao óbito!

É preciso ir á raiz para entendermos os motivos que levaram um juiz autorizar a divulgação de gravações feitas no diálogo de uma Presidenta da República com Luiz Inácio Lula da Silva.

É preciso explicitar os motivos que levaram o Juiz a divulgar as “delações de Antonio Palocci” para influenciar no processo eleitoral da corrida presidencial.

É preciso ir à raiz para saber como e os motivos que levaram um representante do poder judiciário fazer escutas ilegais em escritórios e nos telefones de advogados que defendem Luiz Inácio Lula da Silva.

É preciso ir à raiz do processo eleitoral e verificar que a intencional exclusão de Luiz Inácio Lula da Silva, sem poder concorrer, representou uma fraude eleitoral?

Muitas dessas apurações se tornam necessárias tendo em vista que já não temos mais dúvidas e que o Supremo Tribunal Federal –STF decidiu que o Juiz que presidia a operação lava jato foi tendencioso no julgamento e que o Foro de Curitiba não era o local onde os processos contra Luiz Inácio Lula da Silva deveriam ter sido analisados.

É preciso apurar com a devida profundidade quanto essas possíveis arbitrariedade foram responsáveis pelo resultado eleitoral que impediu Luiz Inácio Lula da Silva ser eleito Presidente da República do Brasil.

É preciso ir à raiz da nomeação do Juiz que condenou Luiz Inácio Lula da Silva, retirando-o do processo eleitoral e negociando sua indicação como Ministro da Justiça no governo do candidato eleito, beneficiado por suas decisões.

Paralelamente a todas essas apurações é preciso ir à raiz dos fatos que ocasionaram a morte de Marielle Franco e Anderson, no Rio de Janeiro. Quem de fato são os assassinos e quem “contratou” suas mortes?

Também é preciso ir à raiz da possível facada que teria recebido Jair Messias Bolsonaro em Juiz de Fora. Quem a articulou? Quem foi o contratante para realização dos fatos?

E mais, revitalizar a Comissão da Verdade que foi desativada para atender interesses de militares. Certamente os bons Militares têm interesse que se conheçam as verdades.

Estamos vivendo fases de radicalizações.

- Depois do assassinato de Marielle Franco o Deputado Federal Jean Wyllys foi ameaçado a ponto de renunciar ao seu mandato de Deputado Federal, indo viver fora do Brasil;
- A Geógrafa Professora Doutora Larissa Mies Bombardi, docente da USP está prestes a deixar o Brasil tendo em vista as ameaças que a estão acometendo em função de seus estudos sobre aplicação e contaminação por agrotóxicos no Brasil.

Todas essas apurações devem seguir os caminhos da busca científica, baseada nos preceitos constitucionais. Nada disso deve ficar sem esclarecimentos.

O Brasil não pode repetir a negligência que deixou de apurar os crimes do Estado que foram cometidos pelos governos da ditadura militar.

É indispensável que nosso País tenha coragem de enfrentar suas verdades. Sem medos.




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