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03/09/2020 às 08h00min - Atualizada em 03/09/2020 às 08h00min

Bacias hidrográficas e planejamento urbano

CLÁUDIO DI MAURO

A pandemia pela infecção do coronavírus coloca o Brasil e os Estados Unidos em situação inusitada. Piores situações no mundo. Os governos centrais desses dois países agiram como se o vírus deveria se alastrar rapidamente para criar a chamada defesa pelo elevado percentual de infestação. Ledo engano. Fora de controle, a doença tem levado a óbito milhares de pessoas, principalmente aquelas localizadas em situação de falta de infraestrutura urbana e sem a disponibilidade de água para fazerem higiene, indispensável. As médias menos desastrosas são de óbitos aproximados de 1% das pessoas contaminadas. No Brasil essa situação está muito acima da média, passando dos 5%, em função das atitudes desqualificadas de governos centrais, União, Estados e Municípios. Por isso, esses governos são “reconhecidos como genocidas”.

No caso brasileiro, a crise gerada pela pandemia já dizimou mais de 170 mil vidas humanas e contaminou mais de 3,2 milhões de pessoas. Isso não pode ser entendido como algo normal, fruto da vontade da natureza. Há que se buscar alternativas para controlar a situação, permitindo a construção da democracia participativa e, por isso mesmo, o desenvolvimento da cidadania, com respeito às posições da ciência.  Algo que nunca interessou aos governos Trump e Bolsonaro.

Em pleno “pico da infestação”, alguns governos estaduais e municipais estão incentivando que suas escolas retornem às atividades presenciais com seus estudantes. Algo completamente desproporcional e inadequado e que permitirá que a doença se alastre entre nossas crianças e jovens. Não cabe nem tratar deste assunto no presente momento. As atividades presenciais são completamente inadequadas. Além dos riscos de contaminação para os alunos, há o pessoal da Educação, a exemplo dos professores que ficam em situação de extrema vulnerabilidade.

É certo o entendimento de que a melhor formação humana ajuda no enfrentamento da pandemia de maneira a reduzir seus impactos sobre as comunidades. As universidades brasileiras enfrentam estes momentos, buscando criatividade em suas providências. Interromperam as atividades didáticas presenciais, mas buscam outras alternativas para manter seus níveis de qualidade. Afinal, as universidades públicas brasileiras estão entre as melhores do mundo.

Algumas universidades adotaram a sistemática do ensino remoto como forma de suprir as demandas e exigências que permitam a complementação dos semestres e ano letivo. É verdade que algumas disciplinas permitem o trabalho remoto, ainda que demandariam maior tempo de preparação. É indispensável o reconhecimento de que as diferenças sócio e econômicas dos brasileiros geram muitas inadequações para estas atividades remotas, entre tantos outros prejuízos inerentes ao modelo. O sacrifício par o trabalho dos professores precisa ser considerado.

De outra maneira, há disciplinas que dependem de trabalhos práticos, atividades de campo que dificultam ou impedem sua inteira realização por ensino remoto, pois deixariam lacunas não resolvidas. As disciplinas que envolvem atividades práticas em Planejamento estão no rol daquelas que exigem trabalhos de campo, limitando o oferecimento por Ensino Remoto. O acompanhamento dos estudantes com presença de docentes torna-se uma necessidade para a qual não devemos abrir mãos. Sempre haverá os que consideram que afinal estas atividades remotas são transitórias. Sim, são transitórias, emergenciais, mas capazes de produzir diversos desastres humanos.

Para colaborar no processo de formação dos discentes, mas permitindo atividades integradas, abrindo-se a possibilidade de participação de integrantes de movimentos populares, bem como a integração entre cursos e instituições de ensino, há docentes que tomaram a iniciativa de trabalhar com atividades complementares. Assim, partes teóricas de disciplinas são oferecidas em forma de mesas redondas, palestras e ciclos de debates.

Para tornar essas atividades complementares oficiais, devidamente registradas pela Universidade Federal de Uberlândia, preparamos um Ciclo de Debates que será realizado em duas datas, quais sejam, 23 de setembro e 30 de setembro próximos. Para participar dessas atividades, os interessados, sejam discentes ou não, deverão se inscrever na Plataforma do SIEX espaço da Pró Reitoria de Extensão. As inscrições estarão abertas a partir do dia 10 até o dia 23 de setembro, com abertura de 100 vagas. Serão inscritas as primeiras 100 pessoas que fizerem tal solicitação no SIEX e terão direito a receber uma Declaração de participação.

A programação do Ciclo de Debates tem as seguintes atividades:

No dia 23 de setembro, início às 19h será realizado o debate que tratará do Planejamento e Gestão de Bacias Hidrográficas (disciplina optativa para o Curso de Geografia da UFU). Após a palestra haverá possibilidades de debates com os participantes. Tempo de Duração total até 3 horas. Serão abordados os temas: O Planejamento e a lei das Águas; Regulação do Saneamento Básico e os Impactos da Nova Lei; Efeitos no Planejamento dos Municípios.

No dia 30 de setembro, início às 19h, será realizado o Debate que tratará do Planejamento e Gestão Urbana bem como suas relações com A Legislação de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (disciplina obrigatória para o Curso de Geografia da UFU). Após a palestra haverá possibilidade de debates com os participantes. Tempo de Duração total até 3 horas. Serão abordados os temas: A produção das cidades: quem são os produtores das cidades? A gestão urbana e a participação democrática na gestão municipal; Orçamento Participativo: experiência e outros instrumentos de Construção da Participação Popular.

Que as pessoas interessadas se inscrevam e participem, porque serão bem acolhidas. É possível se inscrever clicando aqui

 
Participação de Jhenifer Gonçalves Duarte, discente do curso de Jornalismo da UFU

*Este conteúdo é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.


 

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