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18/06/2020 às 09h12min - Atualizada em 18/06/2020 às 09h12min

Manifestações populares e coronavírus em Uberlândia

CLÁUDIO DI MAURO*
Aumenta o número de manifestações no Brasil contra o fascismo e em favor da democracia popular. Nesta quarta-feira pela manhã, em Uberlândia, na praça Ismene Mendes (Tubal Vilela), um grupo de manifestantes se articulou dentro de sacos de lixo, representando os recipientes comprados por governos municipais, estaduais e da União para abrigar e enterrar os seus mortos. Não há como acusar essa manifestação tentando identificar símbolo partidário. Não há isso.

Trata-se de uma situação que alcançou o nível da falta absoluta de controle por parte das autoridades que não tiveram iniciativas para impedir que a pandemia chegasse no ponto em que estamos.

Mais de 1 mil mortos por dia e sem que se saiba quando esses números alcançarão seu pico para iniciar a trajetória de desaceleração. Quantos mortos precisaremos ter até que o controle seja possível?

Governantes, a exemplo do prefeito de Uberlândia, se dizem impotentes. Não sabem o que fazer. O prefeito Odelmo afirmou que não sabe mais o que fazer!

O nível em que situa o problema é exatamente pelo fato de que não foram adotadas as recomendações das autoridades sanitárias, da experiência internacional para controle da expansão da doença em ritmo tão acelerado. Estava expresso que haveria necessidade de interromper todas as atividades por um período determinado, evitando-se a propagação descontrolada na transmissão do vírus. As experiências internacionais de China, Itália, Alemanha, Portugal e Espanha apontavam para essa necessidade.

Os movimentos populares por intermédio do COLETIVO dos atingidos pelo coronavírus de Uberlândia foram insistentes. Mandaram documentos para as autoridades Municipais do Executivo, do Legislativo e entraram com argumentos junto ao Judiciário e Ministério Público. Mas, a força de setores da iniciativa privada foi vitoriosa.

A questão é que não adiantava abrir alguns setores para práticas empresariais de modo que apenas alguns outros ficassem fechados. Esse foi o principal erro praticado. E, pelo caminho que a contaminação e os óbitos estão trilhando, esse fechamento geral poderá acontecer a qualquer momento. Por absoluta falta de outra alternativa.

Nessas condições que aparentemente se aproximam os embates de interesses serão muito acalorados. Mas, está chegando a hora de aceitarmos que houve erros na avaliação da gravidade da pandemia para que se propicie a mudança de procedimentos.

O alerta feito na manhã desta quarta na Praça Central de Uberlândia tem a contundência de dizer: Agora Basta de Contaminação e Mortes por FOME, RACISMO, COVID. É hora de construirmos novas e boas relações humanas. E isso é decisão Política.
 
*Participação de Jhenifer Gonçalves Duarte, discente do curso de Jornalismo da UFU
 


Esta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.



 
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