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11/06/2020 às 10h32min - Atualizada em 11/06/2020 às 10h32min

“VOU DERRUBAR SEU GOVERNO”, CHANTAGEM DE OLAVO DE CARVALHO PARA BOLSONARO

CLÁUDIO DI MAURO*
Essa é a mensagem gritada pelo “mito” de “bolsonaristas”: VOU DERRUBAR SEU GOVERNO. Chantagem após chantagem, assim estão sendo preservados os postos de Bolsonaro, seus familiares e amigos. Esse é o governo que está de plantão, sabe-se lá até quando, mais descongelado a cada dia que passa.

Essa foi a senha para que um “porta-voz” do governo, o Luciano Hang, empresário dono da Havan, cognominado de “louro josé”, “véio da Havan” gravasse vídeo pedindo socorro aos aliados para que sejam pagas as contas e sejam defendidos os interesses de Olavo de Carvalho. O governo está no leilão. Quem contribuir com melhores valores, certamente terá mais prestígio com os governantes.

Recentemente, Olavo de Carvalho teve um julgamento em que foi condenado a pagar R$ 2,5 milhões para Caetano Veloso, pelo fato de fazer agressões em vídeos contra o expoente baiano. O astrólogo que se coloca como filósofo, tem como hábito fazer ataques pessoais contra pessoas e desafetos. Até que encontrou a ação movida por Caetano Veloso e terá que pagar por isso.

O recado de Luciano Hang foi suficiente para que Olavo de Carvalho tivesse sua chantagem acatada pelos “financiadores” das campanhas de Bolsonaro.  Quem serão os financiadores das dívidas contraídas por Olavo de Carvalho? Alguns já declararam que não pagarão essa conta. Mas o “fanfarrão” parece que recuou e já tirou fotos sorrindo para Bolsonaro. Algo aconteceu ou foi prometido.

Na semana que passou, Bolsonaro foi obrigado a negociar com o grupo de deputados federais e senadores que fazem parte do chamado Centrão. Muito dinheiro público foi disponibilizado para ser administrado por essas figuras partidárias, de forma a angariar o apoio no Congresso Nacional para evitar a “derrubada” do governo. Mas o Centrão é muito conhecido e até onde seguirá sua aliança com o governo? Possivelmente até serem atendidos nas próximas chantagens que sempre estão logo ali à frente.

Entregar parte do governo e do orçamento para ser administrado por Roberto Jefferson e outra para o Valdemar da Costa Neto é para um governo que está em frangalhos.

As respostas dadas pela população nas ruas, domingo, dia 7 de junho, foram providenciais.

Mesmo com todos os riscos por romper com o isolamento social, indispensável nesta fase de transmissão da pandemia, a população usou máscaras, álcool em gel, espaçamento compatível para sair às ruas, com cartazes e palavras de ordem em defesa da Democracia Popular, incluindo a denúncia contra o racismo, feminicídio e exclusão social.

As palavras de ordem colocaram o direito à alimentação, acesso à saúde pública, à habitação, à água, proteção às nações indígenas. E os participantes dessas caminhadas não reconhecem no governo vigente à demonstração de interesse para atender as necessidades fundamentais da população. Daí os gritos emocionados de “Fora, Bolsonaro e Mourão”.

Em pelo menos 10 estados brasileiros foi dada a continuidade para a iniciativa adotada no domingo anterior, quando as torcidas organizadas dos clubes de futebol demonstraram a indignação pelos fatos que estão acontecendo no Brasil, sob a responsabilidade de Bolsonaro, Mourão e os demais componentes do governo federal.

Enquanto isso, os registros pelas contaminações e mortes por coronavírus apontam inquestionavelmente para que o Brasil se constitua como o país mais perigoso na transmissão da doença. Estudos realizados nos Estados Unidos indicam que no mês de agosto morrerão no Brasil cerca de 5 mil pessoas por dia. Algo impensável por tamanha gravidade. Bolsonaro passou a ser reconhecido como o pior líder pela incapacidade de administrar a pandemia em nosso país, um verdadeiro genocida.

Vibramos seriamente para que as previsões realizadas pelos estudos estadunidenses não se concretizem. Seria ótimo se no mês de julho o Brasil vencesse o período mais difícil de expansão da enfermidade e que, a partir daí, tivéssemos o seu declínio. Mesmo assim, Bolsonaro será reconhecido pela história como o presidente que não soube administrar a pandemia no país que governa, responsabilizando-o por mortes e catástrofes, juntamente a prefeitos que não adotaram as medidas de contenção nos territórios municipais. Talvez por esse motivo o presidente quer alterar a metodologia de contagem dos infectados e dos óbitos, para reduzir aos números que imagina, lhe darão essa pecha.

Com todas essas inadequações adotadas pelo governo brasileiro, o Tribunal Internacional de Haia poderá julgar Bolsonaro como um genocida diante da pandemia do novo coronavírus. Claro, acompanhado de alguns governadores e prefeitos que seguem sua cartilha.


*Participação de Jhenifer Gonçalves Duarte discente do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Uberlândia


O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.


 
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