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03/04/2020 às 12h25min - Atualizada em 03/04/2020 às 12h25min

Máscaras no microondas

LEANDRO MAZZINI
Não bastasse os problemas desafiadores à saúde pública com a pandemia do coronavírus, no Brasil ainda pode piorar. A Ouvidoria do Ministério dos Direitos Humanos (Disque 100 e 180) já recebeu até ontem mais de 3.500 denúncias envolvendo o tema “Covid”. São ligações de profissionais da saúde, pacientes e trabalhadores de diferentes áreas com os mais diversos relatos. Desde negligência de atendimento a idosos, passando por inclusão de ‘Covid’ no laudo causa mortis para omitir outra doença até – acreditem – a reutilização de máscaras em hospitais, lavadas em pias e secadas em microondas. Há também denúncias dos que são obrigados pelos patrões a irem às empresas.

Tem mais
Boa parte de denúncias também envolve violência contra pessoa vulnerável (criança ou idosos), violência por restrição de liberdade e conflito de ideias.

Bisturi na conta
Alunos de Medicina da Universidade Estácio de Sá do Rio de Janeiro reclamam que a instituição se recusa a reduzir as mensalidades (R$ 10,4 mil por mês!), mesmo sem aulas há semanas.

Subindo
Engana-se quem pensa que as preços das passagens caíram com as aéreas no chão. As companhias apostam na retomada dos voos para o fim do mês. E seu bolso vai rasgar.

Vendeta..
Treze dias após o deputado Eduardo Bolsonaro atacar a China nas redes sociais e virar alvo do Embaixador no Brasil – que lembrou em nota para que não subestimassem seu país – as fábricas chinesas com contrato assinado com Ministério da Saúde deixaram de entregar material e direcionam para os Estados Unidos, seu principal rival comercial.

..chinesa?
Há no Governo quem aposte em retaliação comercial: Quem vê apenas coincidência nesse episódio, dormiu na cena da vendeta e não sabe do que a China e EUA são capazes por dinheiro. No capitalismo, manda quem paga mais.

Viva o brasileiro!
O complexo hospitalar da UFRJ recebeu R$ 453.515,69 de 654 doadores até ontem à tarde. Dinheiro será usado para compra de equipamentos de proteção individual de uso médico das nove unidades da universidade, entre elas o Hospital Universitário do Fundão. Os dados são da Coppetec, comandada por Fernando Peregrino.

Banco Docente
A campanha foi criada há 11 dias e 90% dos recursos foram doados pela comunidade acadêmica. Dinheiro para adquirir máscaras, aventais e toucas, entre outros itens.

Mar no sertão
Pelo menos 15 barragens no sertão e agreste de Pernambuco atingiram o limite e a água escorre para cidades como Afogados da Ingazeira, Garanhuns e Caruaru. Religioso, o morador do interior apela para que a profecia não se concretize sobre o sertão virar mar.

Brasil da Burocracia
O presidente da Fenapef, Luís Boudens, lembra que esbarra na Constituição a ideia de cortar salários dos servidores públicos – o que não causaria efeito a médio prazo para combate ao coronavírus. Tem de passar por PEC, e o Congresso está vazio.

Santas Casas na UTI
Os hospitais das Santas Casas, que já estavam com as contas na UTI há anos, agora respiram por aparelhos em meio à pandemia. As 2.172 unidades da confederação precisam urgente de doações para comprar itens como máscaras e respiradores. Por serem filantrópicos, os hospitais não têm recursos para suportar a alta de preço global.

Alô, empresários!
A Confederação é responsável por mais de 50% dos atendimentos ambulatoriais e internações hospitalares no SUS. E sobrevie de emendas parlamentares. A Bionexo e a sócia de Cingapura Temasek doaram 250 mil máscaras cirúrgicas (R$5 milhões).

Volta ao mundo
Veja o sacrifício de quem mora em Macapá, hoje ilhada sem companhias aéreas operando. Um empresário teve voo cancelado pela quarta vez pela Latam. A Azul sumiu da rota há duas semanas – a exemplo da Gol. Ele vai viajar por 24 horas num navio até Belém, e de lá pegar um ônibus para chegar (em três dias) a Brasília.

Tesourada consciente
As agências que atendem o Governo do Rio de Janeiro, entre elas Artplan e Binder, receberam o recado: campanhas terão que sofrer corte drástico de valores no orçamento de produção e veiculação. A orientação é do novo chefe da Secom, Mario Marques.


*Esta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.


















 
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