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06/06/2019 às 08h26min - Atualizada em 06/06/2019 às 08h26min

Esquerda nem nem

JOÃO BATISTA
PT, PDT, PSB, PCdoB e PSOL: nem projeto nacional e nem estratégia unificada para serem vitoriosos no enfrentamento da Presidência Bolsonaro. São incompetentes para conquistarem mentes e corações da maioria dos brasileiros. Desde a queda da ditadura militar, o bolsonarismo é o evento político mais espetacular da extrema direita, dada a legitimação popular. Oposição dessa esquerda subestima, menospreza anticonservadorismo anárquico da Presidência Bolsonaro, cujo movimento bolsonarista é o mais poderoso em meio século, corroendo o funcionamento constitucional das instituições democráticas no Brasil, contra liberdade individual e autodeterminação coletiva. Esquerda partidária cega, delirante e fantasiosa. Está presa à armadilha por concentrar suas ideias e ações nas falhas pessoais do Bolsonaro. Esquerda “correia de transmissão” dos interesses do capitão-presidente: ser único dono da agenda política, dado que a oposição esgota suas energias atacando simplesmente as falhas pessoais e políticas da Presidência vitoriosa em todos os sentidos para a maioria da sociedade brasileira. Esquerdas partidárias não oferecem ao povo um projeto alternativo e sofisticado para o Brasil.

Presidência Bolsonaro conquistou e mantém a representação exclusiva dos interesses da população brasileira, dado que a esquerda oposicionista tornou-se inimiga útil para ser subjugada, em respeito à alegria da sua excelência o povo brasileiro. Tais erros estratégicos consubstanciam em loucura dessa esquerda partidária, pois faz crescer a certeza de que seus erros estratégicos, se mantidos, criarão as condições de vitória nas eleições presidenciais em 2022. “Não se sabe ainda o tamanho da cela, mas a oposição está encarcerada. Sua maior esperança é por uma espécie de autofalência bolsonarista, seja por total inépcia administrativa do presidente, ou em caso de uma tentativa desastrada de golpe, como a feita por Jânio Quadros em 1961. A oposição alimenta-se da narrativa internacional e é só torcida: aguarda-se que o preço a ser cobrado pelo Centrão para aprovar as reformas seja insuportável; que Bolsonaro continue empurrando os estudantes para as ruas com o arrocho na educação, e que o Ministério Público do Rio de Janeiro comprometa ainda mais a família presidencial com antigos e atuais milicianos”, segundo César Felício (Valor, 31/05/2019/A10). Mantendo-se esses delírios, essa esquerda partidária, é melhor ter esperança de voltar à Presidência, talvez, em 2026. Engana-se essa oposição com o sentido da perda de popularidade do Bolsonaro se igualar a perda de seus eleitores em 2022. Problemas de insegurança e desemprego, ainda, são de responsabilidade do petismo e dessa esquerda que o sustentou para a maioria dos eleitores brasileiros.

Presidência Bolsonaro representa a submissão dos mais pobres aos mais ricos, dado que funciona para propiciar somente liberdade econômica, descartando de sua governação ser meio para as liberdades: civil e política. Liberalismo estritamente econômico denomina-se liberismo (Noberto Bobbio). Presidência versus o capitalismo de compadrio, sem competição econômica, com cartéis legalizados pelo Estado, com monopólios estatais, o qual Bolsonaro tem como meta destruir, mas fracassando fragorosamente, ainda. Permanece o Brasil uma “sociedade de castas” em nome desse liberismo: sustentado pelo Estado, sem, obviamente: igualdade de direitos, autonomia dos indivíduos e sociedade civil organizada em partidos contra os arbítrios desse Estado todo poderoso na manutenção das desigualdades e injustiças sem fim. Incapaz desde sempre de garantir igualdade de oportunidades no ponto de partida e não no ponto de chegada. Pior dos mundos produzido pelo Estado brasileiro: nem na partida e muito menos na chegada não são garantidas quaisquer tipos de oportunidades. Presidência Bolsonaro prega aos quatro ventos: Presidência é uma “desgraça”. Verdade: desgraça permanente para a maioria dos brasileiros desempregados, injustiçados em seus direitos, sem segurança, com pobres e miseráveis desalentados: perderam a esperança que o Brasil terá futuro melhor.

Pixulecos do ex-presidente Lula podem ser substituídos em breve por pixulecos do Bolsonaro em função do crescente desemprego, desigualdades sociais e problemas de segurança pública. Se em 2016 o PT perdeu 60% de suas prefeituras em razão do desemprego no segundo mandato dilmista, qual será o resultado das eleições municipais de 2020 para a Presidência Bolsonaro? Desempregados versus bolsonaristas.


*O conteúdo desta coluna é de responsabilidade do autor e não representa, necessariamente, a opinião do Diário de Uberlândia.
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