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30/08/2018 às 07h50min - Atualizada em 30/08/2018 às 07h50min

Direita x Esquerda

“Nenhum dos partidos existentes são totalmente direita ou esquerda, mas sobrepõem algumas características, sendo uns mais do que os outros”

CAROLINE GUZZO | JORNALISTA
O assunto é complexo, controverso e extenso, porém gostaria de fazer uma breve reflexão, sucinta e dinâmica, sobre o significado das expressões “direita e esquerda”.

Com as eleições, estes termos estão sendo bem massacrados pelos candidatos à Presidência. Para entender melhor suas origens, é necessário voltar no século XVIII, mais precisamente na Revolução Francesa, em 1789, quando no salão da Assembleia dos Estados Gerais, os extremistas jacobinos se sentaram à esquerda e os liberais girondinos se sentaram à direita, ou seja, naquela época a alta burguesia literalmente não quis “se misturar” com a baixa.

Existem diferentes vertentes sobre este assunto, mas a definição mais concreta para compreensão seria que a esquerda defende a igualdade de oportunidades e prega pela intervenção do Estado. A direita define-se como eficiente e prega menor interferência do Estado, entendendo que a desigualdade é algo natural, própria do ser humano.

Vamos destrinchar este assunto analisando alguns cenários:
- ESQUERDA - Apoia políticas de cotas, pois acredita que o Estado precisa gerar oportunidades para aqueles que não tiveram, ou seja, aos que nasceram em condições desfavoráveis.
- DIREITA – Acredita que é natural a desigualdade social e que o Estado não deve intervir nisso, isto é, quem nasceu pobre deve correr atrás por conta própria, sem ajuda do Estado.
- ESQUERDA - Não defende a privatização de empresas estatais, pois tiraria um bem nacional do Estado, sendo assim faculdades públicas, Petrobras, Eletrobrás, não poderiam ser repassadas para a mão da iniciativa privada.
- DIREITA – Entende que empresas públicas são o foco da corrupção, sendo cabide de emprego para os colaboradores de campanha. Se fossem administradas pela iniciativa privada, aumentaria o número empregos, a eficiência da empresa e competitividade.
- ESQUERDA – É favorável aos programas de assistência social, ou seja, o Estado deve oferecer condições aos desfavorecidos, como o direito ao Bolsa Família, a continuação do Sistema Único de Saúde (SUS), entre outras medidas.
- DIREITA – Defende que o Estado não deve intervir nisso, porque o mercado econômico deve se autorregular.
- ESQUERDA - Concorda com a reforma agrária, redistribuindo grandes latifúndios de terra que não cumprem com a função social da propriedade.
- DIREITA - Prega o respeito à propriedade privada.

Podemos concluir que os de esquerda acreditam que o estado deve atuar para diminuir a desigualdade social e instalar condições materiais a todos, por meio de um investimento maior de recursos públicos em questões sociais de forma imediata; primeiro se elimina a pobreza para depois pensar na riqueza do país. Já os de direita defendem maior abstenção do Estado na economia e na vida das pessoas, pois as questões sociais podem ser resolvidas a longo prazo, visando primeiro a solução da economia. Para eles, quanto mais rico for o país, menor será a pobreza.

Nenhum dos partidos existentes são totalmente direita ou esquerda, mas sobrepõem algumas características, sendo uns mais do que os outros. Por isso, sugiro que os projetos dos candidatos sejam analisados, afinal, posicionamento político cada um tem o seu. Faça sempre uma análise crítica e pense no melhor para o futuro do país.

Aos indecisos ou que queiram realmente ter certeza em quem votar, sugiro acessar o site: https://oiceberg.com.br/calculadora e responder algumas perguntas para descobrir o seu perfil de ideologia de acordo com o plano de governo mais adequado. É bem bacana e irá esclarecer em quem você poderá votar.  
 
 
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