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22/04/2024 às 18h04min - Atualizada em 22/04/2024 às 18h04min

Índice de ocorrências com animais silvestres apresenta leve queda em Uberlândia

Somente em 2023, mais de 260 casos foram registrados na cidade

JUAN MADEIRA | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Maioria das situações envolve aves, como papagaios e maritacas | Foto: Polícia Militar

Dados fornecidos pela Polícia Militar Ambiental de Uberlândia mostraram uma queda no índice de ocorrências envolvendo animais silvestres em Uberlândia. Em 2023, foram registrados 266 casos, enquanto em 2022, o número foi de 288, o que equivale a uma redução de 7%. Entre as ocorrências, estão situações como recolhimento, apreensão, caça, manutenção em cativeiro e até a morte destes animais.

 

Em entrevista ao Diário, o tenente da Polícia Militar, Diego Jorge de Oliveira Machado, explicou que a maioria das situações envolve aves, como papagaios e maritacas, que frequentemente se abrigam em ambientes urbanos. 

 

“Quando somos acionados, a equipe se desloca até o local, realiza o recolhimento utilizando equipamentos adequados e encaminha o animal para o Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia (Hovet-UFU). Na UFU, os animais são avaliados para determinar se estão aptos para serem devolvidos ao habitat natural. Caso contrário, permanecem sob cuidados até sua recuperação”, informou.

 

O tenente destacou ainda que a posse irregular de animais silvestres configura crime ambiental, estando sujeito a multas. Em janeiro deste ano, o Diário noticiou o caso de um homem de 26 anos, que foi preso em flagrante por capturar aves silvestres sem licença, próximo ao Distrito de Cruzeiro dos Peixotos, em Uberlândia. 

 

Além das aves, o tenente Diego comenta que na região também são registradas ocorrências envolvendo serpentes, como jiboia, sucuri e cascavel. “Outros animais, como o jabuti, que eram comumente mantidos como pets no passado, também são recolhidos pela equipe”, destaca.

 

O profissional salienta ainda que, além da PM, os Bombeiros também são responsáveis pelo recolhimento de animais silvestres, e reforça que a UFU aceita entregas voluntárias, embora muitos cidadãos não estejam cientes dessa opção. “O ideal é fazer a entrega voluntaria, se não for o caso, a população pode realizar denúncias anônimas pelo Disque Denúncia, via 181, ou se for uma situação emergencial pode ligar no 190, que a Polícia Militar faz o recolhimento”. 

 

TRATAMENTO E DESTINAÇÃO

O coordenador do Instituto Médico Legal Animal do Hospital Veterinário da UFU, Márcio de Barros Bandarra, explicou que os animais recolhidos pela unidade são triados para determinar se necessitam de tratamento clínico ou cirúrgico. “Após o tratamento necessário, os animais são destinados à soltura ou encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetras) de Patos de Minas. No caso de pets exóticos, após o tratamento, eles são devolvidos aos tutores”.

 

Márcio ressalta que, atualmente, a maioria dos animais atendidos são aves, como maritacas, araras, periquitos e papagaios. “Em média, são atendidos 2 mil animais por ano, cerca de 200 por mês, com aves liderando seguidas por mamíferos e répteis”, complementa.

 

EDUCAÇÃO E PRESERVAÇÃO 

Em entrevista ao Diário, um dos responsáveis pela ONG Pas do Brasil, André Luiz Quagliatto, destacou o papel educativo da organização, que tem sede em Uberlândia, na preservação da fauna silvestre. “A ONG é composta por profissionais de diversas áreas e atua principalmente na educação e pesquisa para a preservação da fauna”, explica.

 

O profissional esclareceu que a ONG Pas realiza atendimentos em escolas, empresas e condomínios, oferecendo informações sobre a fauna silvestre, animais peçonhentos, técnicas de manejo, cuidado e preservação. 

 

“Nossa preocupação principal é conscientizar desde crianças, em escolas públicas, até adultos, em empresas, sobre a importância da preservação da vida silvestre, destacando a integração dos animais ao ambiente”.

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