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21/03/2024 às 18h55min - Atualizada em 21/03/2024 às 18h55min

Lixo têxtil em Uberlândia aumenta mais de 25% no mês de janeiro

Foram descartados 9,8 kg de materiais; brechós e bazares incentivam doação de roupas

JUAN MADEIRA | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Grupo Luta Pela vida recebe doações e realiza bazares solidários | Foto: Getty Images

O volume de lixo têxtil em Uberlândia cresceu 25,6% em janeiro de 2024, se comparado com o mesmo período do ano anterior. Atualmente, roupas e retalhos de tecidos são descartados no lixo comum, o que gera um grande impacto ao meio ambiente. Devido à situação, brechós e bazares da cidade incentivam cada vez mais a doação das peças que podem ser recicladas e reutilizadas. 

 

Os dados do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) revelam que em janeiro de 2024, foram descartados 9,8 kg de lixo têxtil, contra 7,8 kg no ano anterior. No acumulado de 2023, o município registrou um total de 97.267 kg de lixo têxtil, sendo  um aumento de 11,26% em relação a 2022, quando foram descartados 87.417 kg.

 

O supervisor de Resíduos Sólidos do Dmae, Arthur Rosa, definiu lixo têxtil como todos os resíduos gerados a partir de atividades que envolvem tecidos. “Isso inclui não apenas os resíduos domiciliares, como roupas usadas e tecidos do cotidiano que não podem ser reutilizados ou encaminhados para outra pessoa, mas também os provenientes de atividades comerciais, confecções que utilizam tecido como matéria-prima ou insumo”.

 

O especialista ressaltou que o tempo de degradação varia conforme o tipo de material. Conforme dito por ele, os tecidos de origem plástica levam muito mais tempo para se decompor na natureza, chegando a mais de 400 anos. 

 

“Em contrapartida, os tecidos de origem vegetal tendem a se degradar em um período menor. O descarte inadequado desses resíduos pode causar poluição e degradação ambiental significativa. Por isso é importante adotar práticas de descarte adequadas para mitigar os impactos negativos sobre o meio ambiente”, completou. 

 

Arthur explicou que antes de pensar em descartar os produtos têxteis é importante tentar achar uma maneira de reutilizá-los. As principais opções são doações para instituições de caridade, brechós, ou para estabelecimentos que façam artesanato. 

 

“O Dmae infelizmente não possui uma coleta específica para resíduos têxteis, no entanto, esses materiais são recolhidos juntamente com o lixo comum. A recomendação é priorizar o reuso e a doação desses itens. Caso não seja possível, é indicado colocá-los na coleta seletiva, identificando que se trata de tecido”, frisou.

 

O supervisor ressaltou que se ainda assim não houver alternativas de reutilização ou doação, é possível que o cidadão procure pessoas que trabalham com artesanato para utilizarem o material. 

 

“É importante ressaltar que a geração de resíduos têxteis deve ser evitada sempre que possível, priorizando a redução, a reutilização e a doação de roupas em bom estado, antes de recorrer ao descarte”, finalizou Rosa.

 

REUTILIZAÇÃO

Além das preocupações ambientais associadas ao descarte, é importante considerar os diferentes destinos que as roupas podem ter. Para algumas pessoas, especialmente aquelas envolvidas com brechós, as peças podem representar uma fonte de renda. Enquanto isso, para aqueles que dependem de doações, as roupas que não são mais utilizadas possuem um valor significativo. 

 

Uma das opções para doação é o Grupo Luta Pela Vida, uma organização sem fins lucrativos que, com o apoio da sociedade, ajuda no cuidado de pacientes oncológicos. A voluntária do grupo, Herta Luiza de Mendonça, explicou que recebem doações de roupas, sapatos, bijuterias, brinquedos, móveis e utensílios domésticos para a realização de bazares solidários. 

 

“Nossa equipe de triagem realiza uma seleção, encaminhando as melhores doações para uma lojinha no saguão do hospital, enquanto o restante é destinado a um bazar mensal”, explica.


O próximo bazar solidário está agendado para o dia 9 de abril, na avenida Dom Pedro II, n° 365 no Alto Umuarama. Para facilitar o processo de doação, caso  o cidadão não possa ir até o hospital, o grupo oferece a opção de agendamento para a coleta das doações na residência da pessoa. Para agendar, basta entrar em contato pelo telefone (34) 3291-6160.
 

Quanto à reutilização de roupas não mais utilizadas, a proprietária do Brechó Se Poupe, Naiane Feliciano Bezerra, destacou a importância das compras para o funcionamento do estabelecimento que fica na avenida Floriano Peixoto, n° 1727, bairro Nossa Senhora Aparecida.
 

O brechó adquire roupas, proporcionando uma possibilidade de renda para as pessoas que têm boas peças e querem passar elas para frente. “Esse ciclo, que envolve tanto a questão ambiental quanto a financeira, é fundamental para a sustentabilidade”. 
 

Bezerra ressaltou ainda que, além de contribuir com o meio ambiente e funcionamento do comércio, as pessoas também podem adquirir peças nos brechós e economizar cerca de 80% em comparação com produtos novos, representando uma economia significativa.
 


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