Uberlândia é a cidade mais afetada pela dengue na região do Triângulo Mineiro, com mais de 4,6 mil casos positivos da doença e uma morte confirmada neste ano. O alto número de notificações impulsionou a procura por repelentes no município nas últimas semanas, fazendo com que os estoques ficassem menores e os preços maiores. O Diário realizou uma pesquisa com oito farmácias e os valores dos produtos variam entre R$ 15,99 e R$ 59,99.
Durante o levantamento realizado pela produção, a maioria das farmácias confirmaram um aumento de 20% a 30% nas vendas dos repelentes. Um dos estabelecimentos registrou um crescimento de 70% nas vendas dos produtos. Já outra loja informou que a média de clientes que procuram pelos repelentes é de seis por dia.
A proprietária da Drogaria Imperial, Iara Soares, relatou que a busca por repelentes aumentou em aproximadamente 60%. “Como a loja fica próxima ao Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), as pessoas estão procurando bastante. E geralmente pelo preço mais em conta, e não por marcas específicas”.
As vendas dos produtos também cresceram até 20% em uma das unidades da Rede Soma. A dona do estabelecimento Mariane Caroline Alves explicou que, além dos repelentes, outros remédios que podem ser utilizados para combater os sintomas da dengue, como dipirona e paracetamol, tiveram aumento na demanda.
“Por conta do surto, houve um aumento na venda de outros medicamentos como paracetamol, dipirona e soro reidratante também. Geralmente o pessoal procura pelos produtos com valor mais em conta”.
Confira abaixo a pesquisa de preços de alguns repelentes das marcas mais procuradas pelos consumidores.
PESQUISA DE PREÇOS
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RECOMENDAÇÕES
A dermatologista Ana Cláudia Mendes ressalta sobre a importância da eficácia do repelente para a produção contra o mosquito Aedes aegypti. A média recomenda a utilização de produtos que tenham o princípio ativo da Icaridina, nome dado a uma substância que foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
“O repelente funciona como se criasse um escudo de proteção que impede o mosquito de pousar e picar na pele. Ele deve ser usado em todo corpo nas áreas expostas, não recomendado passar embaixo da roupa, se for passar, pode ser por cima da roupa, com o spray. Na região do rosto, o ideal é passar na mão e depois no rosto, evitando os olhos e a boca”, explica.
De acordo com a especialista, a duração do efeito depende do tipo do repelente e é possível verificar estas informações nos rótulos dos produtos. "O princípio ativo dos repelentes possui uma duração específica. O DEET oferece proteção por 4 a 6 horas, e o IR3535 tem uma duração semelhante”, explica.
Já a Icaridina, tem maior eficácia comprovada cientificamente e duração estendida, protegendo por cerca de 8 a 10 horas. “Tenho recomendado a Icaridina devido à sua maior durabilidade, respaldada por estudos que demonstram sua eficácia superior. É seguro para gestantes e pode ser utilizado em bebês a partir dos 6 meses de idade”, completou.
A dermatologista Ana Cláudia também explicou que os repelentes podem ser utilizados para dormir, mas recomenda outras alternativas. “Ele até pode ser usado, mas há outras formas, como aquele da tomada, de ambiente, que também funciona. Também é importante que as pessoas saibam que repelentes naturais tipo citronela não funcionam contra o mosquito da dengue”, adverte.