Uberlândia registrou 13.887 casos de furto em 2023, sendo uma média de 38 ocorrências por dia. De acordo com o balanço da Polícia Militar (PM), o quantitativo é 22% menor do que o registrado em 2022, quando 17.994 casos do crime foram denunciados na cidade.
Na área compreendida pela 9ª Região da Polícia Militar (RPM), que engloba Uberlândia e outros 17 municípios, cerca de 80% dos crimes computados no ano passado se tratam de ocorrências de furtos. O número total de registros do delito foi de 17.431 em 2023, ou seja, 79% dos casos ocorreram em Uberlândia.
O capitão da 9ª RPM, Rodrigo Lopes destaca que, devido a densidade populacional e demanda comercial, a cidade tende a apresentar valores mais elevados neste tipo de crime. “Uberlândia tem uma população considerável e intensa atividade comercial, por isso o número maior de casos de furto. No ano passado, tivemos uma quantidade significativa de crimes, porém é importante contextualizarmos em relação aos anos anteriores”.
Em relação aos tipos de furtos, Lopes explica que a maioria ocorre em estabelecimentos comerciais. Além disso, são comuns os furtos de celulares no interior de veículos e dentro de ônibus.
Quanto às localidades mais frequentes para o delito, o policial militar informa que a maior concentração acontece em zonas comerciais. “Os furtos estão distribuídos de forma pulverizada, ocorrendo em diversos bairros da cidade. Infelizmente, não é possível identificar uma concentração em uma localidade específica, mas geralmente ocorre em áreas de comércio”, frisou.
QUEDA NA REGIÃO
O quantitativo de ocorrências registradas na área de competência da 9ª Região da Polícia Militar também apresenta queda ao longo dos anos. Desconsiderando o período pandêmico, em que a quantidade de casos caiu de forma significante, 2023 registrou o menor número de denúncias de furtos desde 2010.
Ainda de acordo com o levantamento, em 2010 foram registrados 21.002 ocorrências na região. Nos anos seguintes, o total de episódios se manteve na casa dos 20 mil.
Em 2019, as ocorrências caíram para 19.764. Em seguida, com o início da pandemia da Covid-19, os anos de 2020 e 2021 foram finalizados com 14.606 e 14.939 casos, respectivamente. Conforme dito pelo capitão Rodrigo Lopes, a considerável queda no período é explicada pelo fechamento dos comércios nos municípios e a baixa circulação de pessoas nas ruas.
“O volume de furtos é maior apenas em comparação ao período de pandemia, quando as atividades nas ruas estavam limitadas", explicou.
Em 2022, o número de furtos chegou a 18.118. Contudo, no ano passado houve uma queda de 3,8%. Confira no fim da matéria o balanço completo.
PRISÕES
O balanço da Polícia Militar revela ainda que, no ano passado, 1.380 pessoas suspeitas de furtos foram presas ou apreendidas nos municípios da região, representando uma média de 115 detenções mensais ou aproximadamente quatro por dia.
Para o Capitão Lopes, o principal motivo para a discrepância entre a quantidade de ocorrências e de pessoas presas é a dificuldade na identificação da autoria. “A principal modalidade de registro do crime é a delegacia virtual, quando a pessoa faz o próprio registro, e aí não coloca praticamente nenhuma informação de autoria”.
Além disso, o policial explica que a maioria dos furtos é cometida por indivíduos que agem com perícia, o que faz com que as vítimas só percebam o furto após o ocorrido. “Muitas vezes, elas não conseguem identificar quem foi o autor do crime nem onde ele ocorreu. Isso resulta em atrasos na comunicação das informações para a polícia e na falta de características que possam levar à autoria do crime”.
Outro fator que dificulta o combate ao crime é a reincidência, pois grande parte dos autores de delitos são reincidentes. “Muitas vezes, essas pessoas já foram presas anteriormente, mas devido a questões processuais que fogem ao controle da polícia, elas acabam sendo colocadas em liberdade. Posteriormente, voltam a cometer o crime, sendo presas novamente quando identificadas”.
CUIDADOS
Em relação às medidas preventivas dos cidadãos, o capitão Lopes ressalta a importância do contato visual e tátil com os pertences. "É fundamental manter um controle visual e estar com a posse dos objetos, especialmente de itens de valor como carteira, bolsa e celular", destaca o oficial.
Ele enfatiza, ainda, a necessidade de conscientização sobre a segurança em locais menos iluminados, que podem se tornar mais suscetíveis a furtos. "Devemos estar atentos aos ambientes com baixa iluminação, pois eles representam um risco maior para esse tipo de delito", explica.
Além disso, Lopes orienta a população a acionar a Polícia Militar caso haja suspeitas. "Se você observar uma pessoa desconhecida agindo de forma suspeita em seu bairro, acione o 190 e relate a situação", recomenda.
No caso de alguém ser furtado, o Capitão Lopes destaca a importância de agir rapidamente e fornecer o máximo de informações possível para facilitar a identificação do suspeito. "Não demore para acionar a polícia e, se possível, tente observar e memorizar as características do indivíduo, como suas roupas e características físicas".
FURTO OU ROUBO?
Conforme o artigo 155 do Código Penal, o crime de furto é a subtração do patrimônio de outra pessoa, sem que haja violência. O Código Penal prevê pena de reclusão de 1 a 4 anos e multa. O Código Penal também descreve o furto qualificado, situações onde a pena é mais grave em razão das condições do crime, como destruição de fechadura, abuso de confiança, entre outras.
Já o roubo é crime mais grave, descrito na lei como subtração mediante grave ameaça ou violência. A pena prevista é de 4 a 10 anos e multa. A lei também prevê aumento de pena para o cometimento de crime sob certas circunstâncias como, utilização de arma, auxílio de mais uma pessoa, restrição de liberdade da vítima, entre outras.
BALANÇO DE FURTOS AO LONGO DOS ANOS
2010: 21.002
2011: 21.884
2012: 21.169
2013: 22.069
2014: 22.200
2015: 21.861
2016: 22.190
2017: 21.701
2018: 21.544
2019: 19.764
2020: 14.606
2021: 14.939
2022: 18.118
2023: 17.431
*Números compreendidos na área da 9ª RPM
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