Economista orienta população para manter organização financeira | Foto: Agência BrasilNos últimos três anos, o número de pessoas inadimplentes aumentou 17,4% em Uberlândia. De acordo com dados divulgados pelo Serasa, até dezembro de 2023, o valor total das dívidas ultrapassava R$ 1,8 bilhão.
Conforme aponta o levantamento, em dezembro de 2020, 259.036 pessoas estavam inadimplentes no município. No mesmo período de 2023, o número de cidadãos com débitos ativos saltou para 313.713.
Ao analisar os dados dos últimos anos, também é possível notar um aumento constante na quantidade de moradores endividados. A cidade finalizou 2021 com 293 mil inadimplentes, um acréscimo de 11,8% em comparação ao ano anterior. Em 2022, o número subiu para 316.745.
Segundo a economista Roberta da Mata, a pandemia da covid-19 foi, provavelmente, a maior responsável por este cenário. “Na pandemia, os contratos de financiamento de imóvel e veículos, também de empréstimos e capital de giro para as empresas, ficaram difíceis de serem pagos, sem contar quem fazia muito uso do cartão de crédito e cheque especial. No auge da pandemia, tivemos a quarentena e, muitas empresas deixaram de ganhar e consequentemente, deixaram de pagar as contas, sem contar que muitas empresas faliram”, explicou.
Ainda de acordo com a especialista, os fatores acabam gerando um efeito cascata que atinge várias pessoas. Uma empresa que está sem ganhos ou até mesmo falida, tende a demitir seus funcionários, gerando assim, inadimplência tanto pelas empresas, quanto por seus empregados que ficaram sem trabalho e sem salário.
ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA
Para conseguir lidar com as contas em atraso e organizar a vida financeira, a economista indica alguns caminhos para seguir, como estruturar um planejamento financeiro detalhado, ter maior controle de gastos, renegociar dívidas e buscar fontes adicionais de renda para evitar ou sair da inadimplência.
“É importante não gastar mais do que ganha; ter uma reserva de emergência, ou seja, guardar uma quantia mensalmente para emergências do tipo: desemprego, falência, doenças, remédios e qualquer outro imprevisto”, indica.
Além disso, a profissional cita que não é indicado fazer uso descontrolado do cartão de crédito, evitar usar o cheque especial e pensar muito bem antes de fazer um financiamento, principalmente em longo prazo. Por último, ela adverte que é fundamental buscar educação financeira para saber lidar da melhor maneira com o dinheiro.
BRASIL
A nível nacional, a parcela de famílias inadimplentes caiu para 28,3% em janeiro deste ano, o menor percentual desde março de 2022. Em janeiro de 2023, a taxa havia sido 29,9%, enquanto em dezembro, ficou em 28,8%. Entretanto, o percentual de famílias com dívidas - em atraso ou não - ficou em 78,1% em janeiro deste ano. A taxa ficou acima dos 77,6% de dezembro e dos 78% de janeiro de 2023.
Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada na última quinta-feira (1°) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Entre os principais responsáveis pelo endividamento do consumidor brasileiro estão o cartão de crédito (86,8%), os carnês (16,2%), o crédito pessoal (9,7%) e os financiamentos de casa e de carro (8,4%).
De acordo com o balanço nacional, as famílias com renda de cinco a dez salários mínimos foram as únicas com redução no endividamento. Por outro lado, também foi a única faixa de renda com aumento da inadimplência.
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