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04/02/2024 às 12h00min - Atualizada em 04/02/2024 às 12h00min

Região de Uberlândia registra maior volume de exportações dos últimos 26 anos

Levantamento mostra que 3,63 milhões de toneladas de produtos foram enviadas ao exterior no ano passado; aumento foi de 7,48% em relação a 2022

JUAN MADEIRA | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Soja e carne bovina estão entre os produtos mais comercializados no exterior | Foto: Agência Brasil

Uberlândia e outras 23 cidades da região atingiram uma marca histórica em relação às exportações, atingindo o ponto mais elevado desde 1997. De acordo com dados do Boletim de Exportações da Região Intermediária de Uberlândia, o volume de produtos comercializados para outros países chegou a 3,63 milhões de toneladas no ano passado, o que equivale a um aumento de 7,48% em relação a 2022, período em que 3,381 milhões de toneladas foram enviadas ao exterior. 

 

Dos municípios que compõem a região, Uberlândia e Araguari foram os maiores exportadores, com concentração total de 59,43% nas vendas. Veja um ranking com as cidades da região que mais lucraram com exportações.

 

Embora o volume tenha atingido uma marca recorde, por outro lado houve uma diminuição no valor arrecadado com as exportações em 2023 na comparação com 2022. 

 

Somente no ano passado, as exportações atingiram a marca de 2,71 bilhões de dólares, enquanto em 2022 esse montante foi de US$ 2,92 bilhões, o que representa uma redução de 7,99%. A receita obtida em 2023 equivale a 19,95% do Produto Interno Bruto (PIB) da região. 

 

Na avaliação do economista do Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes-UFU), Henrique Souza, os números têm reflexo na boa qualidade dos produtos e capacidade competitiva da região no cenário mundial.

 

“Mesmo com a queda no valor arrecadado, 2023 teve o segundo maior volume exportado na série contabilizada desde 1997. Isso mostra que os produtos têm uma boa qualidade e os produtores da região conseguem competir mundialmente com outros mercados”, explica.

 

Em relação aos motivos que explicam a redução do valor coletado no ano passado em comparação com 2022, o especialista esclareceu que a principal influência foi a queda significativa dos preços. “Quando se reduz o preço, mesmo vendendo em maior quantidade, a receita é menor. Também tem o fator de produtos como a soja, que perdeu tanto em preço quanto em quantidade vendida para o exterior”.

 

PRODUTOS

Em entrevista ao Diário, o economista do Cepes explicou que a soja e a carne bovina congelada foram os principais produtos comercializados, agrupando 48,63% do volume exportado em 2023. No entanto, apesar desta influência, estas mercadorias tiveram papel significativo para a redução do valor de exportações da região, por conta de quedas percentuais no preço e na quantidade vendida ao exterior.

 

Em relação à soja, o especialista esclareceu que houve quedas em termos percentuais no preço (-13,23%) e na quantidade exportada (-22,77%). Da mesma forma, o custo da carne bovina congelada teve uma redução de 8,33% no mesmo período.

 

“A forte concentração na venda desses dois produtos mostra que a região tem maior vocação para produzir essas mercadorias. Por outro lado, mesmo que essas vendas sejam importantes, a concentração não é legal pela necessidade de mercados específicos. Ou seja, a maior diversificação de produtos é melhor do que a concentração de poucos”, afirmou.

 

Em contrapartida, alguns produtos impulsionaram positivamente as exportações em 2023. A celulose foi o destaque, apresentando uma alta de 9,2% em relação ao total exportado. Além disso, contribuíram para esse cenário positivo o aumento nas receitas de açúcar e milho.

 

“O aumento da quantidade de exportações no ano passado foi fortemente relacionado à expansão nas vendas de celulose. Mas como ela tem o preço mais baixo em relação aos outros produtos, mesmo a alta quantidade, não existe grande impacto no valor arrecadado”, complementou o economista Henrique Souza.

 

O especialista destaca também a relevância da venda de produtos agrícolas, porém ressalta a necessidade de uma maior diversificação para agregar valor, especialmente no âmbito tecnológico.

 

“Regiões ricas exportam produtos que tenham maior conteúdo tecnológico ou maior valor agregado, e isso está ligado com o crescimento e desenvolvimento de qualquer região. Um exemplo seria conseguir produzir e exportar produtos da própria cadeia, como cápsulas de café, que teriam maior valor agregado, gerando mais renda”, explica.

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SÉRIE HISTÓRICA: VOLUME DE EXPORTAÇÕES NA REGIÃO

2012: 1,113 milhões de toneladas

2013: 1,123 milhões de toneladas

2014: 885 mil toneladas

2015: 1,323 milhões de toneladas

2016: 1,588 milhões de toneladas

2017: 1,870 milhões de toneladas

2018: 2,622 milhões de toneladas

2019: 2,116 milhões de toneladas

2020: 3,077 milhões de toneladas

2021: 2,674 milhões de toneladas

2022: 3,381 milhões de toneladas

2023: 3,634 milhões de toneladas

 

PRINCIPAIS PRODUTOS EXPORTADOS EM 2023:

SOJA: 1,5 milhão de toneladas

AÇÚCAR: 640 mil toneladas

MILHO: 331 mil toneladas

FARELO DE SOJA: 299 mil toneladas

CARNE BOVINA: 106 mil toneladas

 

RANKING DE EXPORTAÇÕES POR MUNICÍPIO EM 2023

 

CIDADES

Valor arrecadado em dólares

Quantidade exportada em toneladas 

UBERLÂNDIA

US$ 835.682,45 

1.428.951,25

ARAGUARI

US$ 773.644,52

816.559,70

INDIANÁPOLIS

US$ 407.709, 34

502.962,41

ITUIUTABA

US$ 350.204,33   

164.357,79

TUPACIGUARA

US$ 149.356,55

329.348,40




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