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05/01/2024 às 15h00min - Atualizada em 05/01/2024 às 15h00min

Uberlândia implementa método que usa o próprio Aedes aegypti para combater a dengue; entenda

Ação consiste em liberar mosquitos infectados por uma bactéria que impede a proliferação dos vírus da dengue, zika e chikungunya nos insetos

REDAÇÃO I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Cidade está entre as seis selecionadas pelo Ministério da Saúde para receberem a ação epidemiológica I Foto: Divulgação/Fiocruz

Uberlândia foi selecionada pelo Ministério da Saúde para participar de uma ação de controle das arboviroses através do "Método Wolbachia", que visa controlar a transmissão dos vírus da dengue, zika e chikungunya pelo mosquito Aedes aegypti. Também foram selecionadas as cidades Foz do Iguaçu (RJ), Joinville (SC), Londrina (PR), Natal (RN) e Presidente Prudente (SP).

 

O método consiste na liberação de mosquitos juntamente com a bactéria Wolbachia, que impede que os vírus da dengue, zika e chikungunya e febre amarela urbana se desenvolvam no mosquito, contribuindo para a redução da transmissão de arboviroses. A bactéria pode ser encontrada em 60% dos insetos, mas não pode ser encontrada naturalmente nos mosquitos Aedes aegypti.

 

“É um projeto interessante e que tem mostrado resultados eficientes em diversas cidades do mundo. Como Uberlândia tem uma estrutura consolidada para o monitoramento do mosquito Aedes, principalmente com as ovitrampas, os pesquisadores incluíram o município para que possamos dar continuidade no trabalho de diminuição de transmissões da doença”, destacou o coordenador do do Programa de Controle da Dengue do do Centro do Controle de Zoonoses, José Humberto Arruda.

 

As primeiras ações nacionais iniciaram no Rio de Janeiro (RJ) e em Niterói (RJ), em uma área que abrange 1,3 milhão de habitantes. Em Niterói, dados preliminares já apontam redução de até 77% dos casos de dengue e 60% de chikungunya nas áreas que receberam os Aedes aegypti com Wolbachia, quando comparado com áreas que não receberam. Além dessas cidades, o método vem sendo aplicado atualmente em Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG) e Petrolina (PE), seguindo protocolo aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).

 

De acordo com a World Mosquito Program, não há qualquer modificação genética no Método Wolbachia, nem no mosquito nem na Wolbachia, além de não ser transmitida para humanos ou outros mamíferos. Com o tempo, a porcentagem de mosquitos que carrega Wolbachia aumenta, até que permaneça estável sem a necessidade de novas liberações. Este efeito torna o método autossustentável e uma intervenção acessível a longo prazo, além de haver alteração significativa nos sistemas ecológicos. Isso porque a Wolbachia está presente naturalmente em outras espécies.

 

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