Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90
13/12/2023 às 14h51min - Atualizada em 13/12/2023 às 14h51min

Uberlândia é a segunda de MG com o maior número de empresas abertas em 2023

Segundo levantamento da Jucemg, cidade acumula saldo positivo de 1,9 mil novos empreendimentos este ano

JUAN MADEIRA | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Balanço da Jucemg considera empresas de qualquer porte, com exceção dos microempreendedores individuais | Foto: Celso Ribeiro/Arquivo Diário
Um relatório elaborado pela Junta Comercial do Estado Minas Gerais (Jucemg) lista Uberlândia como a segunda cidade do estado com o maior número de empresas abertas em 2023. De acordo com os dados, de janeiro a novembro, foram 4.719 empreendimentos colocados em funcionamento e 2.757 encerrados, um saldo positivo de 1.962 empresas mantidas. Em números, o município fica atrás apenas da capital Belo Horizonte.
 
Ainda de acordo com o levantamento da Jucemg, somente em novembro, a cidade ganhou 448 novas empresas, ocupando também o segundo lugar no ranking estadual em relação ao balanço mensal. BH segue na liderança da pesquisa, com 1.732 novos negócios abertos no último mês. Atrás de Uberlândia, aparecem Contagem (211); Juiz de Fora (199); Montes Claros (138); Uberaba (135); Patos de Minas (127); Betim (109); Governador Valadares (108) e Divinópolis (98). 
 
O balanço da Jucemg considera empresas de qualquer porte, com exceção dos microempreendedores individuais (MEIs), que têm inscrições realizadas diretamente no Portal do Empreendedor do Governo Federal. 
 
BALANÇO 
Na comparação com novembro de 2022, mês que registrou um saldo de 310 empresas abertas em Uberlândia, o aumento foi 44%. A cidade também contabilizou um maior número de encerramentos na comparação entre novembro de 2023 (231 empreendimentos) e novembro de 2022 (216), o que equivale a um acréscimo de 7%. 
 
Já em outubro deste ano, foram abertas 426 empresas e 240 fechadas. Vale ressaltar que as empresas fechadas não são, necessariamente, as mesmas que foram abertas no mesmo mês.
 
Na avaliação da professora da Faculdade de Gestão e Negócios da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Michelle Carrijo, o alto número de extinções se deve à falta de organização e qualificação dos empresários. 
 
“A taxa de mortalidade das empresas é muito alta, não só em Uberlândia, mas no Brasil, onde as empresas acabam muito cedo. A taxa alta causa redução de emprego e renda na família, por causa do ciclo negativo que se forma quando uma empresa se fecha”.
 
Em relação aos desafios enfrentados pelos novos empresários, a especialista comenta que a falta de planejamento e capacitação são as principais dificuldades a serem enfrentadas. 
 
“As pessoas têm que desmistificar essa ideia de que abrir empresa é simplesmente alugar um cômodo comercial e pronto. É preciso planejamento, estudar mercado, se preparar, ter plano A e B, criar um plano de marketing, porque não é fácil montar um negócio. Além disso, tem a questão tributária que também dificulta”.
 
Michelle afirma que outro fator é a falta de capacitação para gerenciar as empresas. “Muita gente inicia esta jornada achando que a experiência pessoal basta, mas esquecem de se capacitarem, o que é de extrema importância para gerir um novo negócio”, finaliza. 

• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
 
ATRATIVOS
Quanto aos pontos atrativos, a professora da UFU destaca a localização privilegiada, mão de obra qualificada, infraestrutura e inovação proporcionados pela cidade. “Estamos praticamente no coração do Brasil, e somos servidos por uma malha rodoviária muito forte que passa pelo triângulo mineiro e isso favorece a entrada de insumos para a produção da indústria e o escoamento para vários centros”.
 
Outro fator importante para a professora é a existência de instituições de ensino na cidade, com uma concentração significativa de centros, além da UFU, considerada uma das maiores universidades do Brasil. “Temos uma universidade de renome e várias outras instituições importantes, escolas técnicas, que formam uma mão de obra qualificada em diversas áreas, principalmente nas vocações da cidade”, explica a profissional.
 
Além disso, há, para a especialista, investimentos significativos em infraestrutura na cidade. De acordo com ela, Uberlândia é uma cidade do interior com características de capital, com investimentos em mobilidade urbana, saúde e segurança. “Temos uma infraestrutura muito boa, rede de hotéis, espaço para eventos. Por isso temos nos tornado referência em solenidades empresariais importantes”.
 
INOVAÇÃO
Para finalizar, a professora explica que há um ecossistema de inovação apoiado por diversos agentes como Prefeitura, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e instituições de ensino. 
 
“Estes intermediários têm formando um ecossistema de inovação que é o UberHub, que tem contribuído para o desenvolvimento de inovação na cidade. Essa soma de iniciativas tem colaborado para elevar o reconhecimento da cidade e atrair bons investimentos para cá, com uma maturação de um sistema benéfico para a cidade a longo prazo”.
 
Michelle considera que o panorama econômico de Uberlândia aponta para perspectivas positivas nos próximos anos, apesar de levar em conta algumas instabilidades políticas no âmbito nacional. “A economia local demonstra solidez, com melhorias nas taxas de emprego e sinais de recuperação do país. Embora existam desafios, o caminho aponta para um horizonte de progresso e melhoria”, finaliza.
 
ESTADO
Em novembro, Minas Gerais atingiu um total de 6.706 novas empresas, um aumento de 15,6% em comparação com novembro de 2022. No acumulado do ano, foram abertas 79.367 empresas, um aumento de 10,08%. Quanto aos encerramentos, houve um pequeno acréscimo em novembro, totalizando 3.646 registros, enquanto no acumulado do ano, foram 44.822 encerramentos. Todas as regiões mineiras apresentaram aumento na constituição de empresas, com os maiores índices no Alto Paranaíba (38,18%), Triângulo (33,39%), e Noroeste (19,83%).
 
A presidente da Jucemg, Patrícia Vinte Di Iorio, destaca a atratividade do estado para investimentos, com saldo positivo em todas as regiões. “Os números de novembro mais uma vez mostram que Minas Gerais se firma como um polo atrativo para novos investimentos, com saldo positivo de novos negócios em todas as regiões do Estado”, conta.
 
EMPRESAS ABERTAS (NOVEMBRO)
Belo Horizonte: 1.732
Uberlândia: 448
Contagem: 211
Juiz de Fora: 199
Montes Claros: 138
 
EMPRESAS FECHADAS (NOVEMBRO)
Belo Horizonte: 832
Uberlândia: 231
Contagem: 131
Juiz de Fora: 103
Uberaba: 88
 

VEJA TAMBÉM:

Tags »
Notícias Relacionadas »
Comentários »
Diário de Uberlândia | jornal impresso e online Publicidade 1140x90