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06/12/2023 às 14h50min - Atualizada em 06/12/2023 às 14h50min

Após ter nome envolvido em operação da Polícia Federal, cantor Alexandre Pires nega qualquer envolvimento com garimpo

Artista uberlandense e o empresário dele, preso nesta semana, são alvos de investigação da PF

REDAÇÃO I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Cantor supostamente teria recebido cerca de R$ 1 milhão de uma mineradora investigada pela PF I Foto: REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS
Uma operação realizada nesta semana pela Polícia Federal (PF), com o objetivo de desarticular um esquema de financiamento e logística do garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami, ganhou repercussão nacional após envolver o nome do cantor uberlandense Alexandre Pires, que supostamente teria recebido cerca de R$ 1 milhão de uma mineradora investigada pela PF.
 
Por meio de nota enviada ao Diário, o advogado de defesa do cantor negou as acusações e afirmou que o artista “não tem e nunca teve qualquer envolvimento com garimpo ou extração de minério, muito menos em área indígena” (confira a nota na íntegra mais abaixo).
 
O empresário de Alexandre, Matheus Possebon, é apontado como um dos suspeitos de fazer parte do esquema ilegal. Ele foi preso preventivamente na última segunda-feira (4) e permanece detido até então.
 
Durante a força-tarefa, foram cumpridos dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Roraima, em Boa Vista e Mucajaí, em Roraima, além de São Paulo e Santos (SP), Santarém (PA), Uberlândia (MG) e Itapema (SC). Também foi determinado o sequestro de mais de R$ 130 milhões dos suspeitos.


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De acordo com a Polícia Federal, a operação é um desdobramento de uma ação da PF deflagrada em janeiro de 2022. Na época, foram encontradas 30 toneladas de cassiterita extraídas da Terra Indígena Yanomami, que estavam depositadas na sede de uma empresa investigada e estariam sendo preparadas para remessa ao exterior.
 
O inquérito policial indica que o esquema seria voltado para a “lavagem” do material e retirada ilegalmente da TIY, no qual o minério seria declarado como originário de um garimpo regular no Rio Tapajós, em Itaituba (PA), e supostamente transportado para Roraima para tratamento. As investigações apontam que tal dinâmica ocorreria apenas no papel, já que o minério seria originário do próprio estado de Roraima.
 
Ainda segundo a PF, foram identificadas transações financeiras que relacionariam toda a cadeia produtiva do esquema, com a presença de pilotos de aeronaves, postos de combustíveis, lojas de máquinas e equipamentos para mineração e laranjas para encobrir movimentações fraudulentas.
 
O esquema contaria com a participação de Matheus Possebon, empresário do ramo musical, apontado como um dos responsáveis pelo núcleo financeiro dos crimes, bem como o cantor Alexandre Pires, que teria recebido ao menos um milhão de reais de uma mineradora supostamente envolvida no crime. As investigações seguem em andamento.
 
O QUE DIZEM OS CITADOS
Por meio de nota, a defesa do empresário Matheus Possebon alegou que “a prisão dele é uma violência e foi decretada por conta de uma única transação financeira com uma empresa que Matheus não mantém qualquer relação comercial”.
 
“Mais grave ainda, a prisão se deu sem que Matheus pudesse ao menos esclarecer a transação. A defesa, porém, está certa de que esta violência será prontamente desfeita, e que Matheus poderá, em liberdade, comprovar que nada tem a ver com a investigação”, informou a defesa.
 
Já o advogado do cantor Alexandre Pires disse que o artista “jamais cometeu qualquer ilícito, o que será devidamente demonstrado no decorrer das investigações”.
 
“O cantor Alexandre Pires não tem e nunca teve qualquer envolvimento com garimpo ou extração de minério, muito menos em área indígena. Destacamos que o referido cantor e compositor é uma das mais importantes referências da música brasileira, sendo possuidor de uma longa e impecável carreira artística.
 
Alexandre Pires foi tomado de surpresa diante da recente operação da Polícia Federal que indevidamente envolveu seu nome. Por fim, salientamos que o cantor e compositor Alexandre Pires jamais cometeu qualquer ilícito, o que será devidamente demonstrado no decorrer das investigações, reiterando sua confiança na Justiça brasileira”, destacou o advogado.
 
A empresa Opus Entretenimento, que administra a carreira do cantor, também se manifestou sobre o caso.
 
A Opus Entretenimento, com 47 anos de atuação no mercado de eventos, esclarece que não é citada na Operação Disco de Ouro, desconhece quaisquer atividades irregulares realizadas por pessoas ligadas à empresa e confia nas autoridades competentes para a apuração correta dos fatos.

O empresário Matheus Possebon atuava como prestador de serviços na realização de shows, turnês e agenciamento de carreiras, sem participação na sociedade da empresa. E, até os devidos esclarecimentos, ele está afastado das atividades da companhia.

Com a realização de mais de 3 mil espetáculos por ano e um total de público estimado em 6 milhões de pessoas, a Opus mantém o compromisso de promover a cultura e o entretenimento em todo o país.


* Texto atualizado às 10h do dia 7 de dezembro para ajuste de informações.

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