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31/08/2023 às 10h00min - Atualizada em 31/08/2023 às 10h00min

‘Uberlandinos’ falam sobre a paixão pela cidade

Diário conversou com migrantes que se estabeleceram no município e não se veem fora da “Terra gentil”

IGOR MARTINS | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Alan Ribeiro veio com a esposa em 2021 e não pensa em deixar Uberlândia | Foto: Arquivo Pessoal
Seja pela qualidade de vida, pela infraestrutura ou pelas oportunidades de trabalho, Uberlândia é uma cidade que atrai pessoas das mais diversas regiões do país. Ao escreverem o hino da cidade nos anos 60, Moacyr Lopes de Carvalho e Remi de Freitas França talvez não tivessem noção exata de que a “terra gentil que seduz” continuaria seduzindo milhares de pessoas por tanto tempo.

Além dos uberlandenses que contribuem com o crescimento e o progresso da cidade, a história de Uberlândia, que completa 135 anos neste 31 de agosto, também é escrita e compartilhada pelos “uberlandinos”, pessoas de outros locais que se estabeleceram por aqui e têm uma série de motivos para ficar.

Um deles é o cearense Alan Ribeiro, de 28 anos. Nascido em Fortaleza (CE), ele se mudou para Uberlândia em 2021 depois de ser aprovado em um concurso público do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). O técnico em radiologia veio com a esposa e, no começo do ano, o casal nordestino teve o primeiro filho na cidade.

Em entrevista ao Diário, Ribeiro conta que se apaixonou por Uberlândia no momento em que colocou o pé na cidade. Na visão dele, há uma série de fatores que tornam o município atrativo, tais como a segurança, o trânsito, o clima e o acolhimento.

“Nós viemos de uma cidade bastante perigosa. Fortaleza sempre está em um ranking alto nos índices de criminalidade, isso era o que mais incomodava a gente. A gente veio para uma cidade com uma população quatro vezes menor e que oferece benefícios inimagináveis. A segurança aqui não tem como comparar e é um fator importante para a gente”, disse.

A engenharia de trânsito também foi um ponto elogiado por Alan Ribeiro. Segundo ele, a infraestrutura de rotatórias, vias e viadutos fazem com o que o tráfego flua bem, algo que não ocorre em Fortaleza. Além disso, o cearense conta que sua esposa e seu filho recebem atendimento de saúde pública e que, na visão dele, o serviço não deixa nada a desejar.

O técnico da UFU citou ainda o incentivo ao esporte como um dos benefícios da cidade. Mesmo com a família distante, Alan não se vê fora de Uberlândia no futuro, mas confessa algo que sente falta da terra natal: “a única coisa que faz falta é a praia, para quem vem do litoral é um problema, ainda mais nesse calor”, brincou.


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TERRA DE OPORTUNIDADES
A vida de Natalucia Bueno provavelmente seria muito diferente se ela não tivesse decidido vir para Uberlândia em meados de 2004. Natural de Pirapora (MG), ela conta que, após alguns problemas pessoais na cidade natal, passou por um quadro de depressão antes de se mudar para cá com as duas filhas ainda crianças. Depois de se estabelecer, no entanto, tudo se transformou.

“Tive um divórcio e na sequência o meu pai faleceu. Meu pai era a minha referência. Eu disse para mim mesma que precisava me mudar. Eu trouxe minhas filhas pequenas na cara e na coragem, sem perspectiva de emprego. Sabia que Uberlândia tinha a fama de ter muito emprego e, 10 dias depois, arrumei o meu primeiro trabalho e não saí mais”, revelou.

Natalucia passou por algumas áreas antes de se tornar uma consultora comercial. Há quase 20 anos em Uberlândia, ela conta que quase não vai mais a Pirapora e afirma que sua vida inteira está no Triângulo Mineiro nos dias atuais. Ela é firme em dizer que é apaixonada pelo município e que detesta quem fala mal da região.

“Eu casei de novo e tive outro filho. Eu sou apaixonada por Uberlândia. Criei minhas filhas aqui e elas sequer lembram de como era a vida em Pirapora. É como se elas tivessem nascido aqui. Gosto muito da cidade e não me vejo em outro lugar”, disse Natalucia.

Foi atrás de oportunidades que a comerciante Cristina Alves acabou parando em Uberlândia. Ela nasceu em Araguari (MG) e veio com o marido e os dois filhos ainda em 1998, buscando uma melhora de vida. Vinte e cinco anos depois, ela conta que mesmo gostando da cidade natal, não consegue ficar mais que dois dias longe de casa.

“Eu não me vejo morando mais em Araguari, a minha vida é em Uberlândia. Já falei para os meus filhos que um dia eu volto para lá, mas não tenho coragem. Quando vou visitar meus pais eu fico doida para voltar. Parece que estou bem fora de casa mesmo, e olha que eu gostava muito daquela cidade, conheço cada cantinho de lá”, contou.

Aos 51 anos, Cristina disse que a ideia de se mudar para Uberlândia partiu do marido. Na época ela foi contra, mas felizmente cedeu à ideia. Segundo a empresária, a família veio sem perspectiva de emprego e sem dinheiro. A ideia era abrir um negócio e ir tocando a vida. Hoje, todos os membros estão estabelecidos e vivem uma vida tranquila, conforme dito por ela.

“Nós construímos isso com muito trabalho e muito apoio, com pessoas boas que entraram no nosso caminho. Vivemos uma vida boa e graças a Deus está dando tudo certo. Meus filhos estão crescidos e estabelecidos aqui. Pretendo continuar aqui, é um lugar com muitas oportunidades”, disse Cristina.

QUALIDADE DE VIDA
O capixaba Douglas Batista tem propriedade para falar da qualidade de vida oferecida por Uberlândia. Nascido no estado do Espírito Santo, ele morou por 12 anos em Salvador (BA) e dois anos em São Paulo (SP) e veio para Minas Gerais no início da pandemia, em junho de 2020, sem conhecer ninguém.

Batista chegou devido a uma oportunidade de trabalho. O engenheiro de produção é coordenador de um projeto que implementou a construção de uma fábrica na região. Ele começou morando com a esposa e a filha no bairro Fundinho, e hoje os três se estabeleceram no Granja Marileusa, região norte da cidade.

De acordo com Douglas, Uberlândia “é uma cidade grande com jeitinho de cidade do interior”, e é aí que o município se destaca. Ele conta que encontra tudo o que quer e que precisa, como em uma capital, mas com uma infraestrutura melhor e benefícios que não costumam ser encontradas em grandes metrópoles.

“Eu vejo isso como uma forma positiva. Uberlândia oferece tudo o que você buscaria em uma capital, mas com qualidade de vida. Hoje eu consigo andar no meu bairro à noite tranquilamente porque sei que Uberlândia investe em segurança, em desenvolvimento sustentável e cresce de forma organizada. Não tem engarrafamento. Tudo o que eu busco com relação a educação, lazer e segurança, a gente encontra na cidade”, disse.


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