Servidores da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) paralisaram as atividades na manhã desta quinta-feira (10) em protesto por melhorias nas condições de trabalho no Hospital de Clínicas (HC-UFU). A manifestação, organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores Técnico Administrativos em Instituições Federais de Ensino Superior (Sintet), reuniu cerca de 60% do quadro de profissionais da unidade na porta do Pronto Socorro (PS-UFU), incluindo trabalhadores das áreas da saúde e administrativa.
• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
A paralisação dos servidores foi aprovada em uma assembleia realizada na Universidade no dia 4 de agosto. De acordo com o coordenador do Sintet, Robson Luiz Carneiro, os trabalhadores aderiram à paralisação devido à "situação caótica e conturbada do Hospital de Clínicas". Em conversa com a reportagem, o técnico administrativo da UFU disse que a unidade está com problemas de superlotação e condições precárias de trabalho. Uma nova manifestação deve acontecer ainda na tarde desta quinta-feira, no campus Santa Mônica da instituição.
"A gente fez esse ato cedo na porta do Pronto Socorro para podermos denunciar os problemas de lotação e as condições de trabalho, que não são um problema exclusivo do Hospital de Clínicas, mas de toda a cidade. Vamos ter outra atividade à tarde para discutir pautas nacionais, como o piso da enfermagem, reformulação de carreira e o reajuste, porque tem anos que não temos esse reajuste", disse.
Conforme relatado por Carneiro, a situação do HC-UFU piorou após a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) assumir o comando da unidade, em maio de 2018. O caso se agravou durante a pandemia de covid-19 e hoje, segundo o coordenador do Sintet, houve uma "perda de controle" dentro do hospital.
"Depois que houve a mudança no modelo de gestão, sendo gerido através de Brasília (DF), as condições de trabalho têm piorado muito. O sistema de compra de insumos é centralizado em Brasília. A gente está numa situação em que enfermeiros precisam trazer equipamentos básicos de casa. As soluções estruturais não estão adequadas e existe uma superlotação. O hospital tem capacidade para atender 69 leitos no Pronto Socorro e está atendendo 160. Existe uma defasagem de mais de 600 trabalhadores. O Governo não libera vagas para concurso e a Ebserh não consegue recompor a força de trabalho porque não faz concurso", explicou Robson.
O Diário entrou em contato com a assessoria do HC-UFU, que informou que nenhum atendimento essencial foi cancelado e que o atendimento de urgências e emergências está mantido mesmo com a paralisação. Além disso, a unidade disse que as cirurgias eletivas foram remarcadas e que o Laboratório de Análises Clínicas manteve as coletas apenas dos pacientes internados.
A produção também tenta contato com a Ebserh e aguarda retorno.
VEJA TAMBÉM:
• Vistoria aponta urgência na instalação de novos radares na BR-365, próximo à ponte do Rio Araguari