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05/07/2023 às 17h46min - Atualizada em 05/07/2023 às 17h46min

“Me avisaram que ele teria filmado a minha bunda”, afirma estudante que denunciou professor por assédio, em Uberlândia

Em entrevista ao Diário, adolescente contou que situação ocorreu durante uma aula de física; docente foi afastado das funções

VINÍCIUS LEMOS | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA

O professor de física da Escola Estadual Messias Pedreiro, em Uberlândia, denunciado por assédio teria feito imagens de alunas durante uma aula, na última semana. Em entrevista ao Diário, uma das vítimas contou que foi alertada por colegas de turma sobre a situação e, em seguida, denunciou o fato à Direção da instituição. 

A adolescente de 17 anos, que está no ensino médio, relatou que estava sentada de costas para o professor e conversando com outra estudante, quando o assédio ocorreu.
 

“Minha amiga senta na frente da mesa dele. Eu fiquei de frente para ela e de costas para o professor. Depois de um tempo, alguns alunos viram que ele estava descontrolado, passando a mão no rosto e olhando minha bunda. Me avisaram que ele pegou o celular e que teria filmado a minha bunda e minha amiga”, disse.


Ao ficar sabendo da situação, a jovem disse ter ficado sem reação e com receio de confrontar o professor. Contudo, ela e outros alunos procuraram a Direção para denunciar o caso. No primeiro momento, os responsáveis pela instituição informaram que atitudes seriam tomadas a respeito. 

Ainda de acordo com a vítima, a mãe dela foi chamada à escola quatro dias após o ocorrido, na última segunda-feira (3). “Eles não chamariam minha mãe em medidas normais, pelo que entendi. Eu teria que falar para minha mãe, mas eles levaram isso como se fosse para abafar. Se fosse para resolver na hora, eles teriam chamado minha mãe e não falado só com menores. Eles só falaram com ela depois de todo um burburinho”.

Por fim, a jovem contou que ainda não registrou o fato junto às polícias Militar e Civil porque esperava que algo fosse feito por parte da escola, mas disse que pretende fazer um boletim de ocorrência. “Eu não sou a primeira vítima e eu não vou ser a última se ele continuar lecionando. Ele tirou uma foto com várias pessoas na sala de aula. E se tivesse só eu?”, afirmou. 

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PROTESTO
Na última semana, os estudantes da instituição realizaram uma manifestação interna e colocaram cartazes com dizeres sobre assédio nas paredes da unidade. Segundo a adolescente, o fato teria desagradado a Direção, que retirou os papéis logo em seguida. 


 

Nesta terça-feira (4), os alunos fizeram um novo protesto na porta da escola, pedindo providências sobre o caso. “Eu não estava envolvida, mas eu apoio, pois se não tiver manifestação, vai acontecer como aconteceu nos últimos 10 anos. Tem relatos de assédio do mesmo professor com alunas que estudaram na escola”, finalizou a jovem. 

OUTROS RELATOS
Por meio de redes sociais, algumas pessoas que se dizem ex-alunas da Escola Messias Pedreiro também comentaram sobre outros casos de assédio na instituição. Confira abaixo: 







 

AFASTAMENTO
A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) informou, por meio de nota, que o professor foi afastado temporariamente das funções e que investiga o caso. Confirmou ainda a denúncia e disse que o relato dos estudantes chegou à Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Uberlândia e, que, “assim que tomou conhecimento, enviou uma equipe do Serviço de Inspeção Escolar até o local para apuração dos fatos”, que teriam acontecido na última semana. Na segunda, parte dos envolvidos foram ouvidos pela equipe e os trabalhos continuam nesta semana.
 

“A SRE de Uberlândia encaminhará o relatório da apuração ao Núcleo de Correição Administrativa (Nucad) da SEE/MG para avaliação de medidas administrativas que poderão ser tomadas, considerando as informações levantadas no procedimento de apuração preliminar”, diz ainda a nota.


O Diário de Uberlândia procurou a Polícia Civil que informou que também está apurando o caso. A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) disse que tomou conhecimento das denúncias por meio das redes sociais e que policiais foram até a escola Messias Pedreiro. 

“Na ocasião, alunos relataram que um professor olhava para duas alunas de modo inapropriado e que poderia estar filmando ou fotografando as alunas. Contudo, o suspeito negou os fatos e durante as diligências não foi possível averiguar nenhum indício ou materialidade delitiva”, afirmou a Polícia Civil.



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