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06/07/2023 às 14h50min - Atualizada em 06/07/2023 às 14h50min

Queimadas deixaram 9,7 mil pessoas sem energia, em Uberlândia, no ano passado

Cemig faz alerta à população e reforça ações de conscientização para reduzir ocorrências em 2023

VINÍCIUS LEMOS | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Provocar incêndios em mata ou florestas é considerado crime ambiental e pode resultar em pena de reclusão de dois a quatro anos, além de multa | Foto: Corpo de Bombeiros
Mais de 9,7 mil pessoas tiveram o fornecimento de energia interrompido em 2022, em Uberlândia, por conta de queimadas, segundo a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). O índice equivale a uma média de 26 consumidores afetados por dia. Além de afetar o cotidiano, a poluição causada pelas chamas também tem ação direta no agravamento de doenças respiratórias, também em alta neste período de seca.

Segundo a Cemig, neste ano ainda não foi registrada nenhuma interrupção de energia em decorrência de queimadas e o objetivo é manter esta tendência de redução das ocorrências. Durante todo o ano de 2022, seis incêndios atingiram a rede de distribuição de energia elétrica, causando transtornos a 9.715 consumidores, em Uberlândia. A situação foi mais crítica em 2021, período em que 50 ocorrências interromperam o fornecimento de energia para 28,7 mil clientes.

“Fazemos inspeções em toda a área rural, que é o principal local em que as queimadas afetam as linhas de transmissão. Depois do levantamento dos possíveis pontos de risco, fazemos a limpeza da área de servidão”, explicou o técnico de sistema elétrico da Cemig, Manassés Alves de Faria. Só essas ações custaram R$ 920 mil à Cemig em Uberlândia.

Ele lembra ainda que esse é um trabalho preventivo na companhia, mas que é preciso conscientização da população, para que também evite a prática de queimadas. “É bom lembrar que depois que uma linha de transmissão é afetada pelo fogo, enquanto a queimada não for controlada, não é possível que técnicos trabalhem para o conserto”, salientou Manassés de Faria.

Ou seja, se for um incêndio de grandes proporções ou em local de difícil acesso, o fornecimento de energia pode demorar semanas para ser restaurado.


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QUEIMADAS
Só no último fim de semana, dias 1º a 2 de julho, os bombeiros em Uberlândia registraram 49 chamados para incêndios em vegetação, rodovias e terrenos. Um dos piores foi registrado no bairro Novo Mundo, ainda no sábado, no qual uma área de mais de 5 mil metros quadrados foi atingida.

No dia 26 de junho, pelo menos três incêndios foram registrados na região do Anel Viário Ayrton Senna, zona Norte da cidade. Com o vento, o fogo se espalhou pelo Distrito Industrial, perto de empresas de carros e de grãos.

Em maio, um incêndio de grandes proporções atingiu uma área no bairro Jardim das Palmeiras, zona sul da cidade. Cerca de área de 100 mil m² de vegetação acabaram destruídas. Foram duas horas de trabalho para extinguir as chamas, segundo os bombeiros.

CRIME E SOCORRO
De acordo com o artigo 41 da Lei 9.605 de 1998, provocar incêndio em mata ou floresta é tipificado como crime ambiental, que pode resultar em pena de reclusão de dois a quatro anos, além de multa.

Mas se a queimada acontecer, a Cemig (116) e o Corpo de Bombeiros (193) devem ser avisados para que as contenções e manutenções sejam feitas em conjunto. Mais do que isso, não praticar queimadas, mesmo que pequenas, pode ajudar a evitar situações piores. Inclusive, descartar vidros e pontas de cigarro de maneira adequada, e não em áreas verdes, contribui para prevenir incêndios.

SAÚDE PREJUDICADA
Crianças e idosos, além das pessoas em geral com problemas respiratórios, são os mais prejudicados por conta do aumento de queimadas em época de estiagem. “O tempo seco dificulta muito o funcionamento da via aérea e a pessoa tem mais chance de ter infecções virais. Se eu somar isso com maior porcentagem de poluição, eu tenho um cenário perfeito (para aumento dos casos de doenças respiratórias) ”, explicou o médico pneumologista Thulio Marquez.

Doenças crônicas como asma e alergias têm mais chance de crises, além de infecções respiratórias. Mas, a lista de problemas por conta da inalação de fumaça pode variar de dor e ardência na garganta, tosse seca, cansaço e falta de ar indo até dor de cabeça, rouquidão e lacrimejamento e vermelhidão nos olhos.

De acordo com o especialista ouvido pelo Diário, medidas preventivas, como hidratação do corpo e também umidificação de ambientes, seja com umidificadores elétricos ou com toalhas molhadas nos quartos no momento do sono podem ajudar.  ​

 
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