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21/06/2023 às 18h15min - Atualizada em 21/06/2023 às 18h15min

El Niño deve provocar aumento das temperaturas no inverno de Uberlândia

Meteorologia aponta que termômetros podem ficar até 2°C acima da média registrada nos últimos anos

SÍLVIO AZEVEDO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
A umidade relativa do ar deve ficar baixa, com índices podendo chegar abaixo dos 20% | Foto: Agência Brasil

O inverno começou nesta quarta-feira (21) em todo o país e a meteorologia aponta que, neste ano, a estação deverá ser atípica devido a influência do fenômeno El Niño. Em Uberlândia, a previsão é de que as temperaturas fiquem até 2°C acima da média registrada nos últimos anos.

Segundo a meteorologista Bruna Peron, a temperatura média dos meses julho, agosto e setembro, que fazem parte da estação, é de 21°C, com mínimas de 14°C e máxima de 28°C. Conforme dito por ela, a expectativa é de um inverno menos severo, com poucos períodos de frio intenso.

“As temperaturas devem ficar bem próximas, ou ligeiramente acima da média aqui na região. Claro, essa condição não descarta a possibilidade de ocorrência de alguns episódios de frio mais intenso, mas que não devem ser duradouros e nem ocorrer com frequência”, disse.

A especialista informou ainda que a previsão é influenciada pelo fenômeno El Niño, conhecido por aumentar as temperaturas do Oceano Pacífico Equatorial. De acordo com ela, esse aquecimento se transfere para a atmosfera, que é transportado para as regiões Sudeste (SE) e Centro-Oeste (CO) do Brasil.

“O sinal mais claro desse fenômeno é o aumento das temperaturas no inverno e verão. Esse ano, devido ao fato de estarmos entrando no inverno, com o fenômeno já confirmado, isso é um fator que vai influenciar nas temperaturas ao longo da estação no país, incluindo Uberlândia e região. Além disso, ele está relacionado às chuvas, proporcionando um aumento das precipitações na região sul e diminuição no norte do Brasil.  ”.

Mesmo com a possibilidade de aumento das temperaturas, a especialista informa que não estão descartadas eventuais geadas, porém, de maneira isolada. “Não podemos descartar ocorrência de um frio mais intenso durante a estação, principalmente entre julho e agosto. A previsão de geadas é de previsibilidade de curtíssimo prazo, por isso é difícil estipular um período favorável, mas o risco existe”.

E como é típico do inverno, a umidade relativa do ar deve ficar baixa, com índices podendo chegar abaixo dos 20%. “Permanece um alerta para esse tipo de situação. Por ser a época mais seca, tem a predominância de céu claro, resultando na baixa umidade durante o dia. Ao longo da estação podemos esperar que esses índices fiquem mais crítico”, reforçou Bruna.

CUIDADOS
O clima frio e a baixa umidade relativa do ar fazem com que a nossa saúde seja afetada. Em razão disso, os profissionais da saúde alertam sobre os problemas respiratórios e quais são os cuidados para amenizar os efeitos da estação. 

”Nas nossas mucosas respiratórias, as defesas ficam prejudicadas, pois a baixa umidade do ar e o tempo mais frio, diminuem a imunidade de mucosas, que fica irritada, ocasionando uma maior propensão a pegar resfriados ou infecções respiratórias”, explicou a médica pneumologista Vanessa Mendes.

A médica reforça que o uso de cobertores e blusas no frio também cooperam para os problemas respiratórios. “Outro detalhe que acontece também, é que quando esfria, pegamos cobertores, blusas de frio, que, geralmente, estão guardadas a mais tempo no guarda-roupas. E isso aumenta a chance de ter alguma inflamação, mas como causa alérgica. Pois quando pegamos esses itens, eles estão cheios de ácaros, que é o agente diretamente responsável pelas inflamações alérgicas”.

Vanessa diz ainda que, para evitar os efeitos do clima seco, é importante consumir bastante líquido e manter a mucosa nasal hidratada, com soro fisiológico. Para as pessoas com doenças crônicas, é necessário manter o acompanhamento médico controlado.

“Antes de iniciar o inverno, é importante que o paciente já esteja em acompanhamento com o pneumologista para entrar na fase sazonal com a doença controlada. E também evitar lugares de muita poeira e poluição”.

A pneumologista recomenda ainda que, em casos de práticas de atividade física, além da hidratação, que sejam feitas em horários específicos e, de preferência, em ambientes controlados.

“Evitar atividades físicas no ambiente externo, com maior incidência do Sol, que é quando o tempo fica mais seco. Indicamos fazer atividades físicas no início da manhã, quando a exposição solar é menor, ou no final da tarde e início da noite, por causa da umidade do ar. Se possível, fazer atividades indoor, dentro de ambientes com climatização adequada, eventualmente ar-condicionado, climatizadores e umidificadores.


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