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20/05/2023 às 12h00min - Atualizada em 20/05/2023 às 12h00min

Reajuste no valor dos medicamentos puxa inflação de abril, em Uberlândia

Estudo do CEPES/UFU revela que produtos farmacêuticos registraram variação de 4,83%

SÍLVIO AZEVEDO I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Medicamentos tiveram acréscimo de 5,65% em março, impactando o resultado do último mês I Foto: AGÊNCIA BRASIL
Puxado pelo reajuste do valor dos medicamentos, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) fechou com alta de 0,45% no mês de abril, em Uberlândia, porém, com uma desaceleração de 0,27 pontos percentuais em relação a março. No acumulado do ano, a inflação está em 2,41% na cidade. Os dados foram divulgados pelo Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômicos-Sociais, da Universidade Federal de Uberlândia (CEPES-UFU).
                          
Entre os itens que tiveram maior impacto nos resultados estão os produtos farmacêuticos, que registraram alta de 4,83% na comparação com março. Os medicamentos foram os responsáveis pela inflação registrada no grupo Saúde e Cuidados Pessoais, que encerrou o mês passado com uma variação positiva de 1,35%.
 
“O impacto foi por conta do aumento do item produtos farmacêuticos, de 4,83%. No final de março, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) autorizou o reajuste anual de 5,65% dos medicamentos, valendo a partir de abril”, explicou a economista do CEPES/UFU, Graciele Sousa.


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Em relação a março, seis, dos nove grupos pesquisados, tiveram variação positiva, além de Saúde e Cuidados Pessoais, aparecem na lista Habitação (0,85%), Alimentação e Bebidas (0,71%), Despesas Pessoais (0,55%), Educação (0,34%) e Artigos de Residência (0,27%).
 
Entre os subitens, o que mais contribuiu para a variação positiva do ICP em Uberlândia foi o de ‘Leites e Derivados’, com alta de 3,9%, e ‘Panificados’, com destaque para o pão (variação de 2,53%).
 
“Nós destacamos o aumento do preço do leite e derivados, principalmente por conta do longa vida e do queijo. Abril começa a entressafra do leite, com redução da produção, e com isso aumenta o preço do leite, e derivados, como iogurte. Entre os panificados, temos o preço do pão francês e forma. São produtos que tem uso do leite, e tem o preço do trigo, que é uma commodities cotado em dólar”, explica a economista ouvida pelo Diário.
 
Mesmo com uma variação positiva, a inflação em abril desse ano ficou abaixo da apresentada em 2022, que foi 0,75% maior.  Segundo a economista do CEPES, os grupos Alimentação e Bebidas e Transportes tiveram variações menores em 2023.
 
“Ano passado tivemos, ao longo dos meses, aumento persistente no grupo, em quase todos os meses, boa parte puxada pelo aumento no preço do leite, que subiu muito o ano passado, dos cereais, como arroz e feijão. Então, em 2022, a variação nesse grupo foi maior, puxando o índice pra mais alto. Já o grupo Transportes, que tem o segundo maior peso no índice, também fechou o mês com uma variação positiva com o aumento dos preços dos combustíveis, em 2022. Por outro lado, esse grupo, em abril de 2023, fechou com deflação, que ajudou a conter a alta esse ano”.
 
O estudo do CEPES também revelou os grupos que mais tiveram deflação, em abril. Entre eles, aparecem: Transportes, Comunicação e Vestuário com variações de -0,28%, -0,88% e 0,05%, respectivamente.
 
CESTA BÁSICA
O levantamento também mostra o preço da Cesta Básica de Alimentos (CBA) em Uberlândia. Em abril, a CBA sofreu uma variação positiva de 0,77% em relação a março, passando de R$ 659,74 para R$ 664,84.
 
“O aumento do gasto foi por conta do reajuste de nove dos 13 itens. Os maiores foram batata, leite e feijão, justificado pelo período de entressafra. A batata está entrando na entressafra. Em abril foi o fim da colheita e isso eleva o preço. Abril também foi um mês de período de Páscoa, e aumenta o consumo. Já o feijão, desde o início do ano, apresenta uma baixa produtividade nas colheitas, muito por causa das chuvas, que prejudicam a qualidade do grão, volume de colheita. Com isso, reduz a oferta e, com o consumo se mantendo, aumenta o valor”.
 
Entre os produtos da CBA que tiveram redução, os destaques foram a banana, com variação de -7,70%, o óleo (-4,69%), o tomate (-0,99%) e o arroz (-0,26%).
 
Com o aumento no preço da CBA, o número de horas trabalhadas necessárias para adquiri-la também subiu em abril, em relação a março, passando de 111h29, para 112h20, uma variação de 0,77%.
 
SALÁRIO-MÍNIMO IDEAL
O CEPES também estabelece um salário-mínimo necessário (SMN), que é calculado tomando-se como referência o valor da cesta básica ajustado para uma família constituída por dois adultos e duas crianças (ou três adultos), considerando os gastos com outros itens de despesa, como educação, saúde, transporte e vestuário.
 
Segundo a publicação, em abril o salário-mínimo ideal, em Uberlândia, variou 0,77%, em relação a março, e foi estimado em R$ 5.585,34, um aumento de R$ 42,88. O valor, comparado ao oficial, de R$ 1.302,00, equivale a 23,31% do SMN.


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