05/03/2023 às 13h00min - Atualizada em 05/03/2023 às 13h00min

Uberlândia fecha 2022 com saldo positivo de 4,9 mil empregos formais

Com quase metade das vagas geradas, setor de serviços lidera ranking da empregabilidade na cidade

SÍLVIO AZEVEDO I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA

Desaceleração do mercado imobiliário explica baixa no setor de construção civil, segundo economista I Foto: CELSO RIBEIRO

Uberlândia fechou 2022 com saldo positivo de 4.937 empregos formais gerados, segundo dados do Boletim do Emprego em Uberlândia, divulgado pelo Observatório do Trabalho, do Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-Sociais (CEPES) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). O levantamento tem como base a última publicação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), pelo Ministério do Trabalho, publicado no final de janeiro.

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Dos cinco setores analisados, o que mais contribuiu para o saldo positivo foi o de serviços, com 2.068 vagas, seguido pelo comércio, 1.494, indústria, 1.142, e agropecuária, 314. O único que teve número negativo foi o da construção civil, com -81 vagas.

“Serviços é o setor que mais cria empregos e o que possui a maior parte das pessoas empregadas. Entre as atividades, em destaque estão as de alojamento e alimentação, de informação, comunicação, financeira e administrativas. Uberlândia tem se firmado nos últimos anos como um polo tecnológico, criando muitas vagas em tecnologia de informação”, disse a pesquisadora do CEPES e economista, Alanna Santos.

Em relação ao saldo negativo da construção civil, a especialista reforçou que o setor repete 2021 e o resultado pode indicar uma desaceleração do mercado imobiliário. “Construção civil mais uma vez em queda. O ano de 22 repete 21 e, de certa maneira, observamos uma desaceleração do mercado imobiliário, que pode ser relacionado ao aumento de taxa de juros e a falta de um programa para aquisição de imóveis, como o Minha Casa Minha Vida”, destacou.

Porém, a pesquisadora afirma que, com a mudança de governo e o anúncio do retorno do antigo programa habitacional, o cenário pode mudar. “É uma expectativa que fizemos com base do que tivemos com esse governo em gestões passadas. Mas são conjecturas. Mas se voltarmos a ter programas voltados à habitação, principalmente se vier acompanhado com uma baixa na taxa Selic, o saldo pode melhorar”.

Mesmo com o saldo positivo, os números ficaram muito abaixo do registrado pelo Boletim de 2021, quando foram 14.143 postos de trabalho criados. Entre os fatores está a recuperação de postos perdidos com a pandemia da covid-19. “O ano de 2021 foi de recuperação em relação a 2020, com o retorno de postos perdidos por causa da pandemia. Com isso tem um saldo elevado, em virtude da grande quantidade de demissões do ano anterior”, explicou Alanna.

Além disso, segundo a economista do CEPES, a desaceleração na economia, principalmente nos meses finais do ano, contribuiu para que o resultado de 2022 fosse tão abaixo do que no ano anterior. “Está relacionada com a alta da taxa de juros pelo Copom, que teve início em 2021, mas com um aumento mais drástico em meados do ano passado. Isso tem feito analistas de investimentos a prever, novamente, um aumento no desemprego”.

MINAS GERAIS
A taxa de desemprego em Minas Gerais foi estimada em 5,8% no quarto trimestre de 2022, com diminuição de 0,5 ponto percentual (p.p.) em relação ao terceiro trimestre. Comparando com os mesmos três últimos meses de 2021, quando o índice foi de 9,4%, a diminuição foi de 3,6 p.p. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os dados do quarto trimestre em 2022 em Minas Gerais ficaram bem abaixo do apresentado a nível Brasil, que foi de 7,9%, e foi o índice mais baixa da série histórica iniciada em 2012, igualando a mínima de 5,8% que havia sido alcançada no quarto trimestre de 2013.

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