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01/02/2023 às 17h01min - Atualizada em 01/02/2023 às 17h01min

Câmeras comunitárias, em parceria com a PM, ajudam a reduzir crimes em Uberlândia

Em um ano, bairro Martins teve queda de 14% no índice de infrações violentas em 2022

IGOR MARTINS I DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Moradores e comerciantes têm acesso às imagens em tempo real e auxiliam PM em necessidade de acionamento I Foto: DIVULGAÇÃO
Uma parceria entre a Polícia Militar (PM) e a comunidade está ajudando a reduzir índices de criminalidade em Uberlândia. O projeto, que consiste na instalação de câmeras de monitoramento, já está presente em pelo menos 17 regiões. No bairro Martins, onde a iniciativa teve início, há um ano, o percentual de queda de crimes violentos chega a 14%.
 
Nesta terça (31), mais uma etapa do projeto foi concluída, desta vez no bairro Fundinho. No total, 25 dispositivos foram instalados no entorno da Praça Coronel Carneiro. O sistema de segurança permite que moradores, comerciantes e os próprios militares monitorem, em tempo real, a região mapeada, aumentando o tempo de resposta em caso de ocorrências.
 
Na área atendida pelo 32º Batalhão de Polícia Militar, cinco bairros já são contemplados, entre eles: Daniel Fonseca, Bom Jesus, Osvaldo Rezende, Martins e Fundinho. O próximo a receber a tecnologia será o Tabajaras. Na região do 17º Batalhão, contam com o sistema: Segismundo Pereira, Santa Mônica, Aparecida, Lídice, Cazeca, Brasil, Umuarama, Custódio Pereira, Granja Marileusa, Granada e Karaíba.
 
O projeto de câmeras de monitoramento comunitário começou em 2022, no bairro Martins, onde já existem mais de 350 câmeras instaladas e dois mil moradores integrados em grupos de aplicativo. De acordo com o capitão da 171ª Companhia da Polícia Militar, Carlindo Mota, a implementação das câmeras já apresentou resultados expressivos.
 
Além da redução de crimes violentos no bairro, com nenhum registro de homicídio consumado nos últimos 12 meses, a PM registrou uma queda de 35% nos crimes de furtos no mês de outubro, 72% de redução nos crimes de furtos até a primeira quinzena de novembro e diminuição significativa nos índices de furtos e roubos durante todo o ano passado.
 
“A instalação das câmeras comunitárias é uma estratégia relevante, para que a PM e a comunidade possam reduzir a criminalidade. O objetivo é entregar uma sensação de segurança aos moradores e as pessoas que ali trabalham. O projeto gira em torno da participação da comunidade com a polícia, ampliando a capacidade de resposta”, disse.


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COMO FUNCIONA
O projeto é custeado com recursos da própria comunidade. Na etapa inicial, os moradores se reúnem com a Polícia Militar, onde são repassados todos os detalhes. Com a implementação das câmeras, a comunidade pode se conectar a um sistema de monitoramento, que pode ser acessado até mesmo pelo aparelho celular.
 
Para a concretização do projeto, são realizadas reuniões periódicas com moradores e comerciantes locais. A comunidade local também costuma participar de um grupo de segurança em um aplicativo de conversas, onde são repassadas todas e quaisquer informações de segurança relacionada àquela localidade. Os assuntos são discutidos e juntamente com os policiais militares que também participam do grupo, são propostas soluções e resoluções para os problemas de segurança.
 
“O principal é que o morador ou comerciante se sinta como um agente transformador da realidade do bairro, e que ele se sinta de fato envolvido e seja uma câmera viva e observadora, que consiga observar a movimentação de indivíduos em atitude suspeita e possa acionar, de forma pontual, a Polícia Militar”, afirmou o capitão Mota.
 
Ainda segundo o militar, outros bairros estão com o projeto em andamento. Ele explica que cada companhia da Polícia Militar tem um agente responsável pelo projeto e pela rede de proteção. “Qualquer pessoa que tenha interesse em participar pode procurar uma base comunitária, um posto fixo ou um batalhão da PM. Lá, eles vão informar qual é a companhia responsável pela área”, detalhou.
 
BENEFÍCIOS
Administradora de um hotel no bairro Martins, Valdirene da Silva Celestina conta que a implementação das câmeras comunitárias na região trouxe uma série de benefícios para moradores e comerciantes locais. A aproximação com a Polícia Militar ficou mais prática e, com isso, todos os problemas relacionados à segurança costumam ser resolvidos de forma mais rápida.
 
A comerciante afirmou que nunca passou por um problema de furto ou roubo em seu estabelecimento, mas já sofreu com perturbações e já ouviu relatos de assaltos no Martins, que em sua visão caíram após a instalação das câmeras. A iniciativa foi tão boa que ela cogita instalar as mesmas câmeras dentro do hotel, para poder acompanhar remotamente e em tempo real.
 
“Eu tenho acesso às câmeras em um raio de até quatro quarteirões. Acesso tudo pelo celular. Onde eu estiver, consigo acessar e ver o problema. Ano passado, tinha um pessoal do lado do hotel, teve uma briga perto e eu não estava no hotel. Consegui acompanhar tudo o que estava acontecendo. Os crimes diminuíram bastante”, revelou Valdirene.
 
EXPECTATIVA
No bairro Fundindo, região contemplada nesta semana com a tecnologia, moradores estão otimistas. A empresária Denise Rodrigues da Cunha Cardoso, de 66 anos, foi quem tomou a iniciativa e liderou o processo de instalação das câmeras junto à PM e à empresa responsável pelos dispositivos. De acordo com ela, que também reside no Fundinho, a expectativa é que o local tenha maior segurança daqui para frente.
 
“Eu tenho um comércio e um imóvel no Fundinho. No comércio, a gente tem muita perturbação de pequenos roubos e assaltos. É uma coisa que não acontece com frequência, mas temos muitas pessoas embriagadas na região, é algo que incomoda. Resolvi organizar no bairro para iniciarmos a instalação, precisamos de mais segurança aqui”, disse.
 
Outro motivo pelo qual Denise decidiu correr atrás do projeto foi pela existência de duas escolas próximas à Praça Coronel Carneiro. O fluxo de crianças e adolescentes costuma ser grande durante o dia, o que causa preocupação de boa parte dos moradores. Com as câmeras, a uberlandense espera mais conforto e segurança para a comunidade.
 
“É uma praça bem familiar, com muitas crianças e muito movimento. A gente merece mais segurança. Estamos com uma expectativa muito grande. Onde não tem câmeras, tem menos segurança. Acho que a instalação das câmeras vai inibir um pouco os crimes. Muitas coisas estavam começando a preocupar a gente”, argumentou Denise.



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