Respeito às normas de trânsito e direção defensiva pode contribuir com diminuição de acidentes | Foto: Corpo de Bombeiros/DivulgaçãoEm todo o ano de 2022, o Corpo de Bombeiros de Uberlândia registrou 2.579 acidentes envolvendo motocicletas na cidade. O número é 5% menor do que o totalizado em 2020 e 2,5% menor se comparado com 2021, quando foram computados, respectivamente, 2.716 e 2.646 atendimentos.
Na visão do tenente Henrique Figueiredo, a diminuição de ocorrências registradas no município é irrisória. Apesar dos números gerais terem caído por dois anos seguidos, Uberlândia mostrou aumento na quantidade de acidentes entre motos e carros. Em 2022, foram 1.453 ocorrências do tipo, contra 1.406 em 2021, e 1.403 em 2020.
“Não há uma redução significativa no número de acidentes em geral de 2020 para 2022. A principal natureza continua sendo a de carros com motocicletas, chegando a aumentar. A gente não consegue se alegrar com o indicador geral, porque ele não é proporcional”, argumentou.
Além dos acidentes entre carros e motocicletas, o Corpo de Bombeiros de Uberlândia também atendeu mais oito tipos de ocorrência envolvendo motociclistas. O segundo caso mais comum na cidade é de vítimas de queda do veículo.
Seguindo a tendência dos números gerais, a quantidade de ocorrências do tipo foi menor em 2022, quando 661 condutores se acidentaram. Em 2020, foram 760 vítimas atendidas pelos militares e, em 2021, 720 pessoas foram resgatadas.
Em terceiro lugar na lista de mais ocorrências, aparecem os casos de atropelamento por motos, que também apresentaram redução no ano passado. Em 2020, por exemplo, foram registrados 81 atropelamentos contra 87 em 2021. Em 2022, o número registrado foi de 77.
As batidas de motociclistas contra objetos também caíram nos últimos dois anos. Em 2020, foram 76 ocorrências do tipo. O número subiu para 83 em 2021 e despencou para 63 no ano passado. Batidas entre duas ou mais motos caíram 12,1% na comparação do ano passado com o retrasado. Em 2021, foram 190 ocorrências do tipo registradas, contra 167 em 2022.
Com relação a colisões entre motocicletas e caminhões, o número de atendimentos feitos por militares do Corpo de Bombeiros em 2022 foi de 54. Em 2021 foram 59, e em 2020 68. Já em relação às batidas entre ônibus e motos, Uberlândia teve um acidente a mais de 2021 para 2022. Em 2020, foram 33 vítimas de ocorrências do tipo, 23 há dois anos e 24 no ano passado.
A queda de ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros impactou no número de mortes. De acordo o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), de janeiro de 2020 a dezembro de 2022, 104 pessoas morreram em decorrência de incidentes com o veículo.
Os números disponibilizados pela unidade do HC mostram que 40 mortes foram registradas em 2020, número que caiu para 36 em 2021. A maior diminuição aconteceu no último ano, com 29 óbitos registrados no hospital.
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PERÍODO CHUVOSO
Mesmo com queda no número de algumas ocorrências, o tenente Henrique Figueiredo chamou atenção para os cuidados no trânsito e fez um alerta para o período chuvoso. Com a chegada do verão, a expectativa é de que as precipitações continuem atingindo a cidade durante todo o mês de janeiro.
No último dia 12, o Diário noticiou diversas reclamações de moradores de Uberlândia com relação aos buracos no perímetro urbano e nas rodovias que cortam a cidade. No caso dos motociclistas, o caso é ainda pior, já que eles não têm a mesma proteção de motoristas que trafegam em carros, ônibus ou caminhões, por exemplo.
Na visão do tenente Henrique Figueiredo, a época de chuvas é um fator agravante, especialmente para quem se desloca usando motos. De acordo com o militar, é necessário efetuar as ações de segurança de maneira ainda mais acentuada e redobrar a atenção a todo momento.
“Neste caso, o motociclista precisa reduzir a velocidade e ter uma direção com maior cautela. Vai haver empecilhos que ele pode não estar preparado, um buraco grande que ele vai ter que desviar, uma poça de óleo que está camuflada numa poça d’água, a própria lâmina d’água que oferece risco de derrapagem. A atenção tem que ser redobrada”, disse o bombeiro.
Ainda de acordo com Figueiredo, o número de acidentes pode seguir a tendência de diminuição com a maior conscientização não apenas de motociclistas, mas de todas as pessoas envolvidas no trânsito. Segundo ele, os condutores de motos costumam ser culpados por incidentes em várias ocasiões, mas em muitos casos as ocorrências envolvem outras pessoas.
“A gente coloca na conta do motociclista, mas é um conjunto de fatores. Os pedestres também têm níveis de responsabilidade no trânsito. A partir do momento em que um pedestre não atravessa a rua na faixa, isso já se torna motivo de distração ou preocupação de outros participantes do trânsito. Isso também já se torna um novo problema” analisou o militar.
Segundo o tenente, o respeito às normas de trânsito é básico e essencial. Cumprir o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), não avançar o sinal vermelho e ter uma direção defensiva são alguns dos passos a serem seguidos para evitar acidentes nas ruas de Uberlândia. Além disso, o uso do capacete é fundamental para evitar lesões graves em motociclistas.
“Não se deve atravessar o sinal de forma alguma. No amarelo, já é para efetuar a redução da velocidade e a frenagem com segurança, para evitar o avanço. Fazer a maior sinalização possível, com utilização de efeitos luminosos, como setas, também é importante. Antecipar toda e qualquer tipo de manobra vai contribuir para um tempo maior de resposta para todos os envolvidos no trânsito” comentou Henrique Figueiredo.
