Um homem de 38 anos, identificado como Adailton Eugênio da Silva, foi denunciado pelo Ministério Público, em Uberlândia, pela prática de crimes de sequestro e cárcere privado, lesão corporal e ameaças de morte contra a ex-companheira. Os ações ocorreram em outubro deste ano, no assentamento Maná.
A denúncia, oferecida pela 2ª Promotoria de Justiça de Uberlândia, por meio do promotor de Justiça Bruno Carvalho Amaral Dias, aponta que Adailton e a vítima, de 49 anos, foram casados por aproximadamente 12 anos, em uma relação que teria sido permeada por agressões físicas. A companheira até então não teria registrado nenhuma ocorrência, em virtude das ameaças de morte contra ela e os familiares.
• Compartilhe esta notícia no WhatsApp
• Compartilhe esta notícia no Telegram
O Diário teve acesso ao processo criminal que tramita no Poder Judiciário de Minas Gerais. Segundo o documento, o homem agrediu a companheira com socos, chutes e mordidas. O fato teria causado à vítima diversos problemas de saúde, como coágulos na região do rosto e indícios de paralisia parcial em um dos lados da face. Depois do ocorrido, o casal se separou e foi concedida uma medida protetiva de urgência em favor da vítima. Mesmo impedido pela Justiça de se aproximar da ex, Adailton voltou a procurar a vítima e a trancou em um quarto por mais de 24 horas, sem alimentação, água ou direito de usar o banheiro.
Ainda no mês de outubro, a vítima recebeu uma ligação telefônica de um terceiro, perguntando se a casa em que morava, no assentamento Maná, estaria à venda, já que o imóvel estava abandonado. Acreditando que o ex-companheiro também havia deixado o lar, ela foi até o local buscar roupas e pertences pessoais, mas foi surpreendida com a chegada de Adailton, que passou a agredi-la e ameaçá-la. As agressões só cessaram com a chegada da Polícia. Adailton fugiu.
No dia seguinte ao episódio, o ex-companheiro enviou áudios pelo WhatsApp fazendo ameaças de morte à vítima, o que levou a mulher a não mais comparecer ao próprio local de trabalho. As ameaças pelo aplicativo continuaram em novembro, quando foram enviados novos áudios, além da imagem de uma faca. O denunciado ainda utilizou um número confidencial para ligar para a ex.
"Se for da minha vida acabar amanhã, ela vai acabar, mas a sua ela vai acabar com essa faca aqui ó. Cê vai ver o que eu vou fazer com você amanhã na frente de todo mundo. Cê vai ver o tanto de facada que cê vai levar amanhã. Essa aqui ó (som de faca sendo amolada ao fundo) que eu fiz as duas pontas, dos dois lados, essa foi pro cê. Amanhã eu quero te dar tanta facada. Eu tô gritando pra todo mundo escutar. Eu quero te dar tanta facada. Amanhã você vai ver. Quando você menos esperar, você vai tá tomando um tanto", disse o denunciado em áudios encaminhados pelo aplicativo.
Atualmente, o réu encontra-se em prisão cautelar pelos crimes cometidos e por descumprir a medida protetiva de urgência contra a ex-companheira. O Diário não conseguiu obter o contato da defesa do acusado.
VEJA TAMBÉM:
• Policial militar e namorada são encontrados mortos, em Uberlândia; Polícia Civil aponta homicídio seguido de suicídio
 (3).JPG)
