Diário percorreu postos de combustíveis em cinco bairros da cidade nesta quarta (9) | Foto: Diário de UberlândiaO preço médio dos combustíveis voltou a subir nos postos do Brasil, conforme apontam as pesquisas divulgadas semanalmente pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em Uberlândia, mesmo que o aumento ainda seja tímido, o valor médio do litro da gasolina já está próximo de R$ 5.
De acordo com os dados da ANP, entre 23 e 29 de outubro, os estabelecimentos de Uberlândia comercializavam a gasolina comum a um preço médio de R$ 4,77. Já a aditivada podia ser encontrada a R$ 4,89 durante o período. O estudo foi feito em aproximadamente 20 postos.
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O levantamento mais recente feito pela agência, entre 30 de outubro e 5 de novembro, também colheu preços em cerca de 20 estabelecimentos do município. No período analisado, o valor do litro da gasolina comum era de R$ 4,82, um aumento de R$ 0,05 em relação à pesquisa anterior. A gasolina aditivada acompanhou o crescimento, com preço médio de revenda chegando a R$ 4,94.
Nesta quarta-feira (9), o Diário percorreu postos localizados nos bairros Santa Mônica, Saraiva, Shopping Park, Morada da Colina e Jardim Altamira. A média da gasolina comum encontrada nos locais foi de R$ 4,92 e a aditivada de R$ 5,12.
Quem já notou aumento no preço praticado nas bombas foi a arquiteta Nathalia Portes, de 25 anos. Em conversa com a reportagem, a uberlandense contou que tem dois carros em casa e que ambos os veículos precisam ser abastecidos semanalmente. Segundo ela, os valores começaram a aumentar após o fim das Eleições 2022.
“Nós já notamos que essa fase de aumento já começou, o que era esperado. A alta do preço da gasolina influencia muito no meu dia a dia e no meu rendimento final. Trabalho com construção civil, então estou o tempo todo com o carro. A queda que tivemos de abril para cá foi significativa, mas eu estava preocupada com o fim das eleições. Espero que volte a ser o que estava no começo do ano ou até mais alto”, disse.
O vendedor Weverton Evangelista Ferreira também abastece o carro com gasolina. Recentemente, ele encheu o tanque do carro e notou um aumento pequeno no preço, mas acredita que os valores vão continuar subindo até o fim do ano. Por outro lado, ele espera que os custos caiam a partir de janeiro.
“Eu trabalhava com aplicativos no começo do ano e comecei pagando R$ 7,19 no litro da gasolina. No início, eu colocava cerca de 14 litros, o que dava aproximadamente R$ 100 reais. Quando eu enchia o tanque, ficava em média R$ 300. A última vez que enchi o tanque ficou R$ 191,98. É uma diferença muito grande no orçamento”, detalhou.
ETANOL
Ainda de acordo com a ANP, o etanol foi outro combustível que apresentou aumento. O levantamento feito na última semana de outubro apontava que o preço médio encontrado em 21 postos de Uberlândia era de R$ 3,45. A última análise, feita até o dia 5 de novembro, mostrava um valor médio de revenda a R$ 3,50.
Nesta quarta, o valor médio do etanol encontrado pela reportagem foi de R$ 3,69. Alguns empreendimentos comercializam o combustível um pouco abaixo, sendo encontrado a R$ 3,57 em um posto no bairro Shopping Park. O preço mais elevado foi encontrado em um posto no Jardim Altamira, chegando a R$ 3,89.
O motorista Guilherme Carvalho conta que só abastece o carro com etanol, já que seu carro não tem uma média boa com gasolina. Conforme relatado pelo uberlandense, ele abasteceu logo após o fim das eleições a R$ 3,29, mas já notou o aumento nos postos. “O mais barato que eu achei até agora foi de R$ 3,47, mas a maioria dos postos está a R$ 3,69”, argumentou.
DIESEL
As análises da ANP apontam ainda que o diesel era comercializado a R$ 6,39 entre 23 e 29 de outubro em nove postos da cidade. O valor aumentou R$ 0,02 no segundo levantamento da agência, indo para R$ 6,41 entre 30 de outubro e 5 de novembro. O valor encontrado pela reportagem nesta semana foi de R$ 6,59.
Já o diesel S10 tinha preço médio de revenda a R$ 6,55 há duas semanas. Na semana passada, o preço encontrado em 16 postos de Uberlândia era o mesmo. No levantamento feito pelo Diário, o valor médio do combustível foi de R$ 6,75, um aumento de R$ 0,20 em pouco mais de 14 dias.
A alta do diesel tem prejudicado a vida de Silvano de Oliveira. O uberlandense trabalha com fretes e mudanças e conta que já tomou prejuízo em seus trabalhos mais recentes. Segundo ele, a diferença pode parecer pequena agora, mas o acréscimo no valor do combustível impacta diretamente em seu orçamento no fim do mês.
“Já subiu tudo. Eu trabalho com mudanças e trabalho com uma agenda de marcações antecipadas, quem perde é a gente. Estou tendo que segurar o preço do frete porque já tinha combinado vários trabalhos. Quem toma prejuízo sou eu, não tenho como repassar mais o valor. Tomara que ‘o trem’ melhore no ano que vem, se não vai ficar difícil para a gente trabalhar”, disse.
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