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23/09/2022 às 14h40min - Atualizada em 23/09/2022 às 14h40min

Em oito meses, Bombeiros registram mais de 160 atropelamentos de pedestres em Uberlândia

Acidentes envolvendo carros e caminhonetes representam quase 60% das ocorrências neste ano

SÍLVIO AZEVEDO | DIÁRIO DE UBERLÂNDIA
Em 2022, o mês com mais atropelamentos foi junho, com 26 ocorrências | Foto: Agência Brasil

De janeiro a agosto deste ano, o Corpo de Bombeiros registrou 169 atropelamentos de pedestres em Uberlândia. O número é menor do que o registrado no mesmo período de 2021, quando foram computados 174 acidentes, mas o quantitativo preocupa os militares. 

“Temos uma redução, mas não é o número que esperamos. Quando se trata de atropelamento temos estatísticas que remetem a, praticamente, um por dia. É um número alarmante. Exige que a população, tanto pedestres quanto motoristas, se atentem para esses problemas e redobre o cuidado, seja na condução, ou circulação no cenário urbano”, disse o Tenente Henrique, do Corpo de Bombeiros.

Os dados do Corpo de Bombeiros revelam ainda que a maioria dos acidentes acontecem entre carros ou caminhonetes e pedestres, com 96 ocorrências nos oitos meses do ano, o que representa 56,8% do total de ocorrências. Atropelamentos causados por motocicletas representam 27,8% dos registros. 

“Os dados remetem mais aos carros devido, provavelmente, por ser uma maior frota nas vias. Mas devemos redobrar os cuidados para todos os tipos de veículos. Todo e qualquer motorista deve redobrar cuidados na sinalização, respeitar o semáforo e se precaver a uma possível desatenção de um pedestre. Já o pedestre deve procurar utilizar a faixa, respeitar a sinalização e se precaver quanto a possível desatenção de um motorista”.

Em 2022, o mês com mais atropelamentos foi junho, com 26 ocorrências, seguido por maio, com 25. Fevereiro, março e julho registraram 22 em cada, enquanto agosto foram 20, abril, 17 e janeiro, 15. 

“A dinâmica da nossa vida em sociedade se mostra cada vez mais rápida. As pessoas se atentam muito mais ao celular, por exemplo. Falando ao celular enquanto dirige, enquanto anda na calçada. É muita coisa na cabeça. Essa nossa vida de muita informação é um fator de distração para o pedestre e motorista”, reiterou o tenente Henrique. 

O oficial também fez um alerta a respeito do cuidado que motoristas precisam ter quando o pedestre é uma criança, já que a atitude dela é mais difícil de se prever, assim como os animais. 

“Ela pode não estar prestando a atenção na circulação de veículos e atravessar a rua de forma inesperada. Devemos ter sempre atenção com as crianças, sempre andar de mãos dadas com os pais e não deixar sair à rua sem a presença de um responsável. Situação semelhante com os animais. Cachorros, gatos, que por vezes estão sem os tutores, ou andando fora da coleira, tomam atitudes inesperadas que o motorista não consegue evitar o acidente”.

No início do mês de setembro, o Diário de Uberlândia noticiou o caso de duas crianças que foram atropeladas por um ônibus do transporte coletivo, no bairro Panorama. As vítimas, de seis e dois anos, estavam em uma bicicleta e perderam o equilíbrio, vindo a cair na rua. O ônibus não conseguiu frear a tempo e acabou atropelando as meninas. As crianças não sofreram ferimentos graves. 

Outro alerta feito pelo tenente é em relação a casos em que os veículos, que por falha mecânica ou humana, acabam causando acidente. No último fim de semana, um idoso de 64 anos morreu após ser atropelado pelo próprio caminhão, no bairro Nova Uberlândia. Ele realizava uma manutenção no veículo quando o mesmo começou a se movimentar sozinho. A vítima tentou subir na cabine para parar o caminhão, mas acabou escorregando e foi atingido pelo veículo. 

“A prioridade é a vida. Sabemos a importância que é um bem, o quão difícil é adquirir um veículo, mas a prioridade tem que ser a vida. Teve um problema mecânico, que ele possa se acidentar, é melhor que se acidente só o veículo. Uma vez que o veículo perdeu o controle, começou a movimentar-se inesperadamente, o ideal é o proprietário sair o mais rápido e alertar a população ao redor”.

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RESGATE
Para o atendimento e resgate, os bombeiros usam equipamentos como a prancha de imobilização, talas específicas para membros, ataduras, contenção de hemorragias, estabilização de membros fraturados. Tudo depende da gravidade dos ferimentos. “A vítima passa por avaliações e, a partir daí, conseguimos ter um prognóstico das lesões. De acordo com o diagnóstico, conseguimos dar os tratamentos específicos e encaminhamos para a unidade de saúde mais adequada”, explicou o militar.

“Se a vítima chegou a atingir uma parada cardiorrespiratória, utilizamos o desfibrilador automático externo (DEA) e tentamos reanimar. Mas se ela sofreu escoriações, fazemos a limpeza do local e bandagem e caminhamos para a unidade de saúde para fazer um curativo mais elaborado e passar por avaliação mais detalhada de um médico. Normalmente ocorrências assim exigem exames de raio- x”, explicou o Ten. Henrique.

Em Uberlândia, as vítimas de atropelamentos em estado mais grave são encaminhadas para o pronto-socorro do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). Os demais casos para as Unidades de Atendimento Integrado (UAIs) que possuem pronto-atendimento traumáticos. Tudo é acompanhado pelo médico regulador que fica no Centro de Operações de Bombeiros (Cobom).

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